Capítulo 5

- Ei, acorde! Vamos!! Eu... Eu não sei o que diabos fazer, não tenho experiência nisso, porra!!

Luc resmungava um tanto desesperado com aquele garoto em seus braços, ainda com a consciência atordoada. Ele não estava mentindo, Luc não tinha a menor ideia do que fazer, nunca tinha passado por um cio com um Ômega, mesmo durante o cio de seu pai ou irmã ele não tinha recebido nenhum tipo de instrução.

Luc, apesar de ter 29 anos, nunca tinha estado com um Ômega em cio, nem tinha intenção de fazê-lo. Ele era extremamente cuidadoso nesse aspecto, jamais estaria com alguém de quem não gostasse, pelo menos. Sempre que seu cio chegava, ele simplesmente se trancava em seu quarto e esperava que os sintomas passassem debaixo do chuveiro frio. A necessidade por Ômegas não existia nele da mesma forma que existia em outros Alfas. A insistência de seu pai para que ele encontrasse um Ômega dominante e se casasse para lhe dar um neto Alfa que pudesse herdar a fortuna dos Brennan era um assunto que o tinha farto, a ponto de desprezar a ideia de fazer amor com um Ômega e acabar marcando-o apenas para agradar seu pai.

Agora ele tinha um Ômega no cio em suas mãos e a pouca sanidade que lhe restava na outra... Ele não sabia o que fazer. O mais viável seria chamar um médico ou mesmo a família daquele garoto. Ele não tinha um Alfa, isso ele podia saber já que não tinha uma marca, nem tinha o cheiro de propriedade das feromonas de um Alfa nele. Ele era bonito, esguio, perfeito, cheirava tão bem. Ele não sabia como um Ômega como aquele não tinha um Alfa, quem em sã consciência não o reivindicaria como seu...?

- Certo, certo, vamos fazer assim... - ele repetia para si mesmo - Vamos até meu carro e eu te levo ao hospital, sim? Lá eles saberão o que fazer... Eu não sei o que diabos fazer com isso, não quero perder o pouco de sanidade que me resta... Me desculpe.

Ele o carregou em seus braços, ele era mais leve do que parecia. Atravessou a rua e o levou até seu carro, acomodando-o no banco do carona, e sentiu o garoto se aconchegar em seu pescoço. Arrepios percorreram sua pele e ele apenas conseguiu soltar um leve gemido para então se deparar com os olhos rosados do Ômega...

- Não... Hospital não, eles não sabem, eles não sabem como lidar com isso... - ele afundou novamente em seu pescoço e aspirou seu cheiro ainda mais forte - Me ajude, por favor, me ajude, dói, dói muito, está quente e dói...

- Eu... Eu não sei o que fazer... Não quero fazer nada do qual você possa se arrepender depois... Acredite, o hospital é a melhor opção para você agora...

- Você cheira tão bem, você cheira como o mar... Por favor me ajude...

O Alfa não conseguiu responder, apenas sentiu os lábios contrários se chocarem contra os seus... Depois, a língua buscando passagem entre seus lábios. Naquele momento, o Alfa perdeu a sanidade e o pouco de consciência que lhe restava fugiu em disparada, enquanto Luc enlaçava seu braço na cintura de Luan e o puxava com força contra seu corpo, buscando desesperadamente pela língua contrária.