Capítulo 15

A duquesa não pretendia esperar que Layla fizesse algo contra ela, então, de madrugada, procurou uma forma de sair, para que ninguém suspeitasse dela, pegou uma carruagem velha, a que os empregados costumam usar quando precisam ir buscar mercadorias, embora fosse horrível para ela, tinha que suportar. Logo ela percebe que se desviou do caminho, então grita para o cocheiro voltar ao caminho, mas ele não responde, apenas continua até entrar na floresta, a duquesa só consegue sentir a carruagem sacudindo no caminho instável, até que finalmente para. A porta se abre e alguém com um capuz a puxa pelo braço, ela tenta se defender mas não consegue e é puxada para fora da carruagem caindo no chão.

— Maldito! Você sabe quem eu sou? Você vai... — ela observa surpresa.

Quem tirou o capuz foi Layla, a duquesa jamais imaginou algo assim, inclusive vê que não muito longe dela há um corpo e era o do cocheiro, um homem já velho, que segundo informações que Layla obteve, costuma roubar coisas da mansão ou até assedia as empregadas, mas por ser cúmplice da duquesa, ele não foi demitido.

— É você, o que você quer? Seu pai vai ficar sabendo disso. — ela grita com raiva.

— Como? Você nunca mais vai voltar para casa, pelo menos não viva. — ela levanta a mão mostrando um malho de madeira. — Esta noite, você saberá que seu pior erro foi ter me dado aquele tapa.

Uma risada ecoa por toda a área, a duquesa ouve a risada arrepiante de Layla, enquanto sente seu corpo tremer ao observar os olhos afiados da garota. A mulher se levanta, para tentar correr, mas ao se aprofundar na floresta, é difícil encontrar o caminho de volta, mas se ela conseguir despistar Layla, estará salva. Depois de correr por quase meia hora, ela para, respira com dificuldade e cai no chão.

— Mamãe, você precisa melhorar sua condição física. —

A doce voz de Layla a faz se assustar, vendo que a jovem já estava na sua frente. A duquesa tenta correr, mas desta vez Layla consegue acertá-la com o malho na perna, fazendo com que a mulher caia e reclame de dor.

— Não, não, não, não gosto dessa coisa de correr atrás de você, é mais divertido se começarmos o jogo de uma vez. —

A mulher tenta se levantar, mas imediatamente sente uma dor forte quando um estalo é ouvido, era Layla que havia batido em seu tornozelo. Essa parte estava agora quebrada, mesmo assim ela quer tentar fugir, mas Layla bate novamente, agora em seu braço, a duquesa jamais em sua vida acreditou que aquela garota diante dela estaria torturando-a no meio de uma floresta. Os golpes continuam, seus pulsos, seu outro tornozelo, joelhos, costas, costelas, cada parte sendo golpeada, enquanto Layla mostrava um sorriso ao fazê-lo, a duquesa implora por piedade.

— Felicia e eu vamos... por favor, pare. — ela implora em lágrimas.

— Eu te disse, não foi? Que eu iria quebrar todos os seus ossos, eu estava esperando por este momento, por que eu deixaria você ir?. —

— Me desculpe... eu juro que vou embora... —

— Claro que você vai, bem, pelo menos é o que será dito. A elegante Duquesa Amary, foge com seu amante, levando joias importantes da família. —

Layla deixa cair uma bolsa de joias, estas faziam parte da coleção de sua mãe, que a própria Celestine lhe herdou quando se casou com o duque. Ela explica o plano, todos vão pensar que a duquesa fugiu com seu amante, então na cidade seguinte, durante a busca, eles encontrarão as joias que foram vendidas por um homem e uma mulher, assim, acreditarão que ela ainda está viva, mas feliz com seu amante, então, as joias são recuperadas.

— E nunca saberão que seu cadáver pútrido está sendo devorado por vermes ou outros animais carniceiros. — Layla em nenhum momento parou de sorrir.

A duquesa não parava de chorar e pedir ajuda, mas era uma floresta solitária, nem mesmo era lugar de caçadores, então ninguém encontraria aquela mulher. Layla terminou de quebrar cada parte do corpo da duquesa, deixando sua cabeça intacta e com isso, ela se afasta daquele lugar, enquanto a mulher, não conseguia se mexer, chorava de impotência.

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No dia seguinte, o duque encontrou a carta de sua esposa, onde ela jura que não o suporta mais, porque ele não lhe dá o lugar que ela merece, pois ele nem é capaz de ter o ducado em suas mãos. Ele também encontra o cofre aberto, ao verificá-lo, as joias de sua família haviam sumido. O duque furioso manda todos os seus cavaleiros em busca da duquesa.

Celestine procura o filho para perguntar sobre a confusão e ele explica o que aconteceu, então Celestine responde que ele mereceu, por acreditar que aquela mulher o amava sinceramente e que, pelo visto, ela só se importava com poder, porque ela nem levou sua filha. Felicia procura o pai, estava inconsolável com o que aconteceu, mas o duque apenas a manda para seu quarto, ele está ocupado e não tem tempo para lidar com seus choros.

— Você não é mais uma criança e tenha certeza de que quando eu encontrar a vadia da sua mãe, vou trancá-la para sempre. — ele grita.

— Pai, por favor, ela não iria... ela deve ter sido sequestrada. — Felicia implora.

O duque caminha do escritório até a saída da mansão, mas sem dar ouvidos a Felicia, e sai da mansão.

— Abra seus olhos Felicia, sua mãe era uma prostituta, seu único interesse é dinheiro e ela irá com quem oferecer mais. — Layla menciona.

Felicia, irritada ao ouvir essas palavras de Layla, levanta a mão com a intenção de bater nela, mas é Layla quem consegue lhe dar um tapa.

— Agora você tem um motivo para esse seu choro. —

Felicia fica naquele lugar, chorando, são suas empregadas que tentam acalmá-la e levá-la para dentro. Layla simplesmente se sentou para aproveitar o espetáculo em seu jardim, todos iam e vinham, sem notícias da duquesa.

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Uma semana depois, todos já sabem da fuga da duquesa com as joias dos Amary, assim, eles terminam revelando que ela era uma prostituta que se tornou amante do duque, enquanto ele tinha sua esposa doente, é claro, ao saber disso, dizem que Felicia é igual, já que ela também se meteu no compromisso de Layla e Denis, embora a origem da duquesa já fosse suspeita, eles nunca imaginaram que na verdade Layla não era sua filha, mas isso explicava as diferenças que ela fazia entre ela e Felicia. Finalmente, os cavaleiros dos Amary encontraram as joias, mas elas foram vendidas, portanto, eles não conseguiram encontrar a duquesa. Pelo menos o duque pede para interromper a busca, porque o que importava era encontrar as joias. Layla soube disso, sorrindo porque tudo correu bem e agora ela só precisa se concentrar em uma coisa, seu importante casamento com o Duque Mondragon.

Como o duque não tinha interesse no que aconteceu com sua esposa, Celestine e Layla podem começar a preparar seu casamento, claro que Felicia não demorou a reclamar do quão insensíveis elas estavam sendo com sua mãe, principalmente em deixar que falassem falsidades sobre ela. Layla ri do comentário de Felicia.

— Nada do que eles estão dizendo é mentira, sua mãe, não é minha mãe, minha mãe era a duquesa desta casa, sua mãe era apenas uma prostituta que enganou meu estúpido pai e se casou com ele, só porque ela engravidou de você. — ela menciona com um certo tom de escárnio.

— N-não é verdade, é mentira, você é uma mentirosa, você não suporta que eu tenha o carinho do príncipe e é por isso que você me trata assim. — ela grita.

Felicia tenta bater em Layla, mas ela apenas se afasta e coloca o pé para fora, fazendo com que ela caia.

— Senhorita Layla! — a voz era do príncipe. — Sua casa está passando por um momento crítico e você agride sua irmã... —

O príncipe olha para Layla com raiva, mas ela apenas mostra aquela expressão de indiferença.

— Ela tentou me bater, porque não suporta saber a verdade sobre sua mãe. Boa sorte se a deixarem se casar com uma bastarda. —

Layla, sem intenção de ouvir nada do príncipe, o deixa lá com Felicia, ela certamente vai querer ser consolada nos braços do príncipe.

...

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