Desde aquele dia do incidente com os sapatos, Denis regressou uma semana depois e ofereceu vários pares de sapatos a Felicia como pedido de desculpas pelo mau momento que Layla a fez passar, enquanto a Layla, decidiu não dar nada pelo seu mau comportamento.
— Não posso acreditar no quão humilhante isto é, o meu noivo a trazer presentes para a minha irmã. — Expressa irritada.
— Você portou-se mal, não devia ter feito um escândalo só por causa daqueles sapatos. — Reclama Denis.
— Se a minha irmã quiser, eu dou-lhe os sapatos. — Abaixa o olhar com tristeza.
— Não precisa de fazer isso, menina Felicia. Menina Layla, tem de entender que o que fez está errado. — Diz com firmeza.
— Errado? Ah! Errado é que digam que o meu noivo tem a minha irmã como amante. Que vergonha, finges ser inocente e só és uma raposa. — Grita para Felicia, apontando para ela.
Felicia, perante as suas palavras, não faz mais do que chorar e negar o que Layla disse, enquanto Denis se mostra furioso pela forma como Layla insulta a sua irmã inocente.
— Chega! As suas palavras magoam a sua irmã e ofendem-me, o que os outros pensam não me interessa, mas você não tem o direito de acreditar nessas tretas, estamos aqui, diante de si, não estamos a fazer nada de mal. — Responde Denis.
— Mas vocês só se veem quando eu não estou? Vi a Felicia sair, não será que vocês têm os vossos encontros clandestinos? Que par de traidores nojentos. — Faz uma careta de desagrado.
Denis já não suporta mais ouvir as palavras de Layla, por isso limitou-se a pedir a Felicia que fosse embora e ele também se retirou, dizendo que se encarregaria de resolver todo aquele problema e que ela se arrependeria de tudo o que disse. Layla deixou-os ir, afinal de contas, pouco lhe importava o que aquele par fizesse, mas ao dirigir-se para o seu quarto, foi parada pela duquesa, que lhe deu uma forte bofetada, repreendendo-a por insultar Layla e o príncipe. Layla baixou a cabeça com o golpe, mas depressa ergueu o olhar, observando a duquesa com raiva.
— Ninguém me pode pôr a mão em cima, mesmo que seja a minha mãe, vou partir todos os seus ossos um a um. — Expressa com uma voz firme e cheia de fúria.
Um arrepio percorreu o corpo da duquesa, o que a fez tremer ao ver o olhar afiado de Layla, os seus olhos pareciam querer fulminá-la e sentia-se um ambiente pesado.
A duquesa não disse mais nada e recua, por isso Layla segue o seu caminho, subindo as escadas, mas a meio caminho para.
— Cuidado com as suas costas, mãe, nunca se sabe quando lhe pode acontecer um acidente. — Mostra um sorriso ladino.
A duquesa engoliu em seco, mas rapidamente foi ter com o seu marido para lhe contar tudo o que se tinha passado, a ele, sem dúvida, Layla teria medo.
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No seu quarto, Layla toca com a ponta dos dedos na face onde a duquesa lhe bateu, enquanto se observa ao espelho, de repente, começa a rir, a duquesa não sabe que ganhou uma inimiga perigosa e que vive sob o mesmo teto. O duque não demora a subir, vendo Layla a chorar desconsolada sentada no chão, aos pés da sua cama. O duque repreende-a pelas ameaças à duquesa e pelo seu mau comportamento para com o príncipe e Felicia, mas Layla nega e diz que ficou zangada porque todos falam de como o seu noivo prefere a sua irmã, que são amantes e que, além disso, a sua mãe lhe bateu só porque contou tudo o que se diz sobre a sua família.
— Sobre a nossa família? — Pergunta o duque.
— Dizem que os Amary são tão ambiciosos que não só me vão casar com o príncipe herdeiro, como também vão pôr a minha irmã como concubina. — Continua a soluçar. — Porque a viram a ter encontros a sós com o príncipe e porque os viram a entrar num daqueles albergues imundos.
Layla continua a sua atuação tão perfeita, a sua expressão de tristeza era tão credível que o duque se limita a retirar-se, além de chamar a duquesa para a repreender por permitir que Felicia seja vista com o príncipe sozinha. Embora o duque não se importe com qual das duas se casará com o príncipe, que vejam Felicia como a amante é humilhante.
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Layla foi chamada ao palácio pela imperatriz e esta pede-lhe uma explicação para a discussão que teve com o príncipe herdeiro, por isso Layla diz que a sua irmã e o príncipe se encontram a sós, além de ele levar presentes a Felicia, o que fez com que as pessoas falem, insinuando que o príncipe é infiel e com a própria irmã da sua noiva. Isso irrita a imperatriz, porque o príncipe disse apenas que Layla ficou zangada porque ele levou um presente a Felicia. A imperatriz pede-lhe que tenha paciência e que se encarregará de falar com o príncipe.
Layla despede-se da imperatriz e caminha pelos corredores, quando é alcançada por Denis, que parece feliz, acreditando que Layla foi repreendida pela imperatriz.
— Espero que agora aprenda a comportar-se. — Menciona Denis.
— Porquê? Eu contei a verdade à imperatriz e ela pareceu muito zangada consigo. — Sorri ironicamente.
Denis agarra-a pelo braço com força, perguntando o que ela disse à imperatriz, ao que Layla responde apenas que a verdade, e era assim, ela disse apenas o que as pessoas andam a dizer sobre Felicia e Denis. O príncipe aperta-lhe o braço com um pouco de força, ao que Layla se queixa.
— Sobrinho, pensei que soubesses tratar uma dama, mas vejo que não é assim. — Afasta a mão do braço de Layla. — Está bem, menina?
— Duque... muito obrigada, não sabia o que fazer, estava com medo. — Leva a mão ao braço onde o príncipe apertou. — Dói muito.
— Tio, não é o que parece, o que se passa é que...—
— Não importa o que se passou, não se trata uma dama com violência. A tua mãe não te educou como um cavalheiro? — Reclama ele.
— Por favor, tio, a raiva foi mais forte, mas é que ela, o comportamento dela é desagradável. — Aponta para Layla.
— Seja como for, ela não te agrediu, porque é que a agrides tu? Menina, venha, eu levo-a a casa. — Oferece-lhe o braço.
— Muito obrigada, duque, não sabe o medo que eu estava. — Mostra os seus olhos marejados, enquanto se apoia no braço do duque.
— Layla! Não podes ir com um homem assim, sabes o que vão dizer? —
— Vão dizer que o príncipe herdeiro é agressivo com a sua noiva e que o duque apenas me ajudou. Olhe à sua volta. — Menciona Layla.
O príncipe pode ver que, tanto nos jardins como nas salas, várias pessoas se tinham aproximado perante o escândalo que Denis estava a causar, por isso não lhe restou outra opção a não ser deixar que o seu tio levasse Layla.
Na carruagem, Layla estava sentada em frente ao duque, ele observa pela janela, enquanto Layla lhe dirige alguns olhares.
— Porque é que não se defendeu? A menina possui magia, consigo sentir a sua mana. — Menciona o duque.
— Ele é o príncipe herdeiro, excelência, não lhe posso fazer mal ou seria executada. — Responde com tranquilidade.
— E se eu não chegasse? O que teria acontecido? — Pergunta curioso.
— Teria gritado e chorado, para que a reputação dele caísse ainda mais. — Sorri marotamente. — Assim, a minha avó teria mais razões para pedir a anulação do meu noivado.
— Não quer casar com o príncipe herdeiro? Que estranho, qualquer jovem do império deseja isso, ser a próxima imperatriz. —
— E serei, mas será com o aliado certo. — Observa o duque fixamente.
Hades não parava de observar a jovem, esta mostrava um comportamento tão audacioso, mas maquiavélico, tinha a certeza de que, se ela quisesse, poderia ter partido um braço ao príncipe herdeiro ou talvez o tivesse arrancado, aliás, sentia que não a salvou a ela, mas sim ao seu sobrinho.
— O príncipe herdeiro não tem irmãos, a sua única opção para ter o trono é ele. —
A carruagem chegou ao seu destino e para, Layla levanta-se, mas aproxima-se do duque, inclinando-se para ele para se aproximar do seu rosto, quase roçando os seus lábios.
— Mas tem-no a si. — Desliza as mãos sobre o peito do duque, que permanece imóvel, apenas a olhar fixamente para os olhos da jovem. — Não seria perfeito recuperar o que por direito lhe pertence? Pense nisso, excelência.
Dito isto, Layla afasta-se e sai da carruagem, deixando o duque estupefacto e com a respiração acelerada, aquela proximidade foi surpreendente e excitante, conseguiu sentir o seu doce aroma a rosas, até os seus lábios tinham a cor de rosas e os seus olhos, aqueles olhos tão sedutores e exóticos. Como podia aquela jovem causar-lhe tamanha inquietação?
...
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Atualizado até capítulo 45
Comments
Edna César
não era você que não se importava
2025-02-14
5
(Gritos internos) Meu casal, cara 😍
2025-01-16
9
Izy Lee
Não diria que essa Felicia é a heroína e que o Príncipe é o herói, na verdade eu acho que os são é vilões isso sim
2024-10-22
4