Capítulo 10

Assim que Denis chegou à mansão Amary, foi recebido pela duquesa, que se mostrou gentil e feliz com a visita. Como o noivado com Layla havia sido rompido, ela tinha certeza de que ele tinha ido pedir a mão de Felicia em casamento. Afinal, Denis havia demonstrado muito interesse por ela. A duquesa o convidou para acompanhá-la até a sala de chá, ordenando a uma criada que chamasse Felicia, pois o príncipe viera vê-la.

— Com licença, duquesa, vim ver a senhorita Layla. Poderia chamá-la, por favor? —

O sorriso largo da duquesa se desfez na hora, dando lugar a uma expressão de desagrado.

— L-Layla? Mas alteza, o noivado de vocês acabou. Não vejo a ra...—

— Duquesa, não acho que deva lhe dar explicações. Por favor, chame-a. —

Denis pediu a uma criada que o levasse até a sala de chá. Enquanto esperava Layla chegar, a duquesa ordenou que fossem atrás dela, mesmo estando irritada e nervosa. Ela tinha certeza de que Denis pediria a mão de Felicia assim que o noivado com Layla terminasse, mas por que ele veio atrás de Layla? Não podia ter se enganado. Ela tinha certeza de que Denis gostava de Felicia. Ela era uma jovem linda e eles se davam muito bem.

Denis esperava na sala. Estava ficando impaciente porque Layla estava demorando, mas ela finalmente entrou no cômodo, fez uma reverência e se sentou, enquanto a criada servia chá e se retirava.

— Gostaria de saber por que o senhor veio me procurar. Minha mãe ficou decepcionada. Ela achou que o senhor estava correndo para pedir a mão de Felicia em casamento. — zombou ela.

— Talvez devesse fazer isso, já que nosso noivado acabou. — Ele observou atentamente a reação de Layla.

Mas só conseguia ver tranquilidade nela. Ela nem parecia brava com a resposta, o que o irritou um pouco.

— Tenho certeza de que meus pais aceitariam na hora. Mas por que pediu para me ver? Quer a minha permissão? — As perguntas dela soavam um tanto zombeteiras.

— Não preciso da sua permissão. Só estou pensando se isso não faria você machucar sua irmã por ciúme. — disse ele, já irritado.

— Ciúmes? Ciúmes de quê? — Ela riu. — O senhor diz coisas engraçadas, alteza. Nosso noivado acabou. O senhor está livre para se casar com quem quiser. —

Denis a viu beber o chá com elegância e tranquilidade, o que o incomodou. O fato de ela não ter nenhuma reação ao que estava acontecendo era como se ela realmente não se importasse. Layla, por sua vez, sabia que o príncipe estava com o ego ferido. Ele certamente queria que ela implorasse para retomarem o noivado.

— Bem, espero que isso não seja um ataque de raiva para que eu implore para voltarmos, porque não vou fazer isso. — assegurou Denis.

— Garanto que estou falando sério. Desejo-lhe toda a felicidade em seu próximo noivado. —

Layla se levantou, fazendo uma reverência. Denis, sem suportar mais a atitude dela, acabou saindo da sala. Na sala ao lado, a duquesa ouvia tudo escondida e sorriu satisfeita. Pelo jeito, sua filha receberia uma proposta de casamento do príncipe.

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Naquela mesma tarde, o duque recebeu uma carta, um pedido de casamento para Layla da parte do duque Mondragon. O pedido tinha até o selo do imperador, o que significava que ele tinha permissão para o noivado. A ex-duquesa, que estava com ele no escritório, viu o pedido.

— Você deveria aceitar. O duque tem muita riqueza e poder no império. — aconselhou ela.

O duque ficou em silêncio. Todos sabiam o que diziam sobre o duque e por que ele não tinha se casado novamente, mas agora ele estava enviando um pedido especialmente para Layla, que até pouco tempo atrás era noiva do sobrinho dele.

— Se você está pensando no problema dela, é um detalhe mínimo. O importante é o prestígio que isso dará à família. Além disso, a pobre da Layla não receberá mais propostas. Ninguém quer se casar com uma moça que foi dispensada pelo noivo. — lamentou a mulher.

— Tem razão. Além disso, Layla não pode ficar solteira para sempre. As pessoas vão falar mal da família. —

O duque assinou e selou o documento, aprovando o casamento, e o enviou de volta, junto com uma carta pedindo ao duque que fosse ao ducado Amary para conversar pessoalmente sobre os termos do noivado. Celestine, embora não demonstrasse, estava feliz. Foi fácil convencer seu filho e parecia que Hades conseguiu convencer o imperador a aceitar o noivado.

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Alguns dias depois, o duque Mondragon estava na entrada da mansão Amary, pedindo para ver o duque Amary e a madame Celestine. A duquesa foi quem o recebeu. O marido já a havia avisado sobre a visita do duque Mondragon e o motivo de ele estar na mansão. A duquesa mal conseguia conter a emoção só de saber que Layla se casaria com um homem de bom status social, ainda que fosse incompleto. Felicia, observando do corrimão da escada, arregalou os olhos ao ver o duque atraente. Dava para dizer que ele era mais bonito que o príncipe. Ela desceu correndo e foi se apresentar para o duque.

— M-muito prazer, sou Felicia Amary. É um prazer conhecê-lo. — Ela fez uma reverência.

Ela levantou o olhar, mostrando um sorriso, mas viu que o duque simplesmente a ignorou.

— As criadas precisam de mais educação, duquesa. — Ele olhou para Felicia. — Que falta de respeito se intrometer no meu caminho.

Felicia se encolheu e a duquesa correu para o lado dela, abraçando-a.

— Ela é minha filha, excelência. Não é uma criada. — respondeu ela, apertando os dentes.

— Para uma nobre, ela não tem educação nenhuma. Uma plebeia conhece melhor a etiqueta e sabe que não deve se intrometer no meu caminho.

O mordomo indicou a Hades para onde ir, enquanto a duquesa só conseguia apertar os dentes de raiva. Aquele homem ousou confundir sua filha com uma plebeia! Ela nunca tinha se sentido tão humilhada. No escritório do duque Amary, ele e Celestine receberam Hades, que não hesitou em comentar como a filha mais nova do duque Amary foi desrespeitosa e ousou se intrometer em seu caminho.

— Me desculpe, alteza. Minha nora mima tanto essa menina que às vezes ela se comporta de maneira muito tola. — desculpou-se Celestine.

O duque Amary não conseguiu dizer nada para defender a filha ou a esposa. Hades poderia ficar irritado. Passando para o pedido de casamento, ele ofereceu ao duque Amary uma bela vila no porto e uma boa quantia em ouro, algo que o duque não pôde recusar depois do que eles perderam ao deixar o dote de Layla para o imperador. Satisfeito com a oferta, o duque aceitou o casamento e Hades marcou a data, que seria depois que Layla completasse 20 anos, ou seja, dentro de alguns meses. Embora isso tenha parecido muito precipitado para o duque, ele não se importou. Assim, Layla estaria fora da mansão e eles evitariam que ela se vingasse de Felicia quando o noivado dela com o príncipe fosse anunciado.

*****

Enquanto isso, Felicia chorava pelo mau tratamento que recebeu de Hades. Ela só queria se apresentar e ser gentil, mas aquele homem foi cruel com ela. A mãe a consolava.

— Quando você for imperatriz, ele terá que te respeitar. — assegurou a duquesa.

A duquesa tinha certeza de que o príncipe em breve pediria a mão de Felicia em casamento. Layla só ouvia as bobagens que a duquesa e Felicia diziam. Eram apenas delírios. Melinda avisou Layla que o duque Hades havia saído do escritório de seu pai, então ela foi até o hall de entrada e viu que seu pai e Hades estavam se despedindo. Até Celestine estava lá e, ao ver Layla, chamou-a para se apresentar. Layla fez uma reverência e disse seu nome.

— É um prazer vê-la de novo, senhorita Amary. — cumprimentou-a Hades.

— Vocês se conhecem? — perguntou o duque Amary.

— Nos cumprimentamos em alguns eventos. — respondeu Hades.

– É verdade. Devo dizer que me sinto honrada em conhecer o herói do império. — disse Layla timidamente.

— Já que é assim, Layla, o duque pediu sua mão em casamento e eu aceitei. O casamento será em breve. —

— Espero que não haja problema. É uma honra ter uma esposa tão bela. — disse Hades.

— Que surpresa! Devo dizer que estou lisonjeada. Não sabia que a excelência pediria minha mão. — Layla fez uma reverência. — Espero ser a esposa que você deseja.

Layla agiu daquela maneira para que o duque Amary ficasse feliz e, claro, não imaginava o que os aguardava, a ele e àquela família detestável. Como Layla estava ali, Celestine sugeriu que ela acompanhasse Hades até a carruagem para que pudessem conversar um pouco. Os dois seguiram sozinhos, com os guardas de Hades os seguindo a uma distância segura.

— Não sabia que a senhorita era tão submissa ao seu pai. — disse ele em tom de zombaria.

— Não seja por isso, excelência. Se aceitou o casamento, significa que aceita a minha oferta. —

— Não vou deixar aquele trapaceiro continuar no trono, não depois de saber o que ele e a mãe dele fizeram. — Hades estava furioso ao saber de tudo.

— Bem, só lembre-se de uma coisa, excelência: serei sua única imperatriz. Se você olhar para outra mulher, essa mulher desaparecerá da face da Terra, estamos entendidos? —

— A senhorita seria capaz de fazer isso? Só por ciúme? — perguntou ele.

— Não seria ciúme. Só não gosto que outras pessoas queiram o que é meu. — Ela deu um sorriso ardiloso.

Ao chegarem à carruagem, Layla fez uma reverência e se retirou. Hades ficou intrigado com aquela moça. Ele percebeu que as palavras dela não eram apenas ameaças vazias, mas, de certa forma, ele gostou. Layla era uma mulher intrigante para ele.

...

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Comments

Rayne Vitória

Rayne Vitória

a senhoria é um DIVA

2025-02-23

1

Kary🪐

Kary🪐

isso ss é homi de vdd

2025-02-10

6

Ella S.P

Ella S.P

A velha é tão esperta quanto a neta jkkkkk amo isso

2025-01-08

6

Ver todos

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