Dois anos depois...
Desde a vez em que assustou Felicia, ela tem mantido distância, mas não é incomum que quando se cruzam na mansão, e se algo acontece com Felicia enquanto Layla está por perto, seus pais a façam sentir como se fosse culpa dela por não "cuidar da irmã". Layla simplesmente os ignora, mas no fundo, ela está apenas esperando o momento certo para acabar com todos.
Naquele dia, Layla e Celestine, sua avó, visitavam o palácio imperial, pois a ex-duquesa havia sido convidada pela imperatriz para tomar chá. Quando a duquesa soube disso e que Layla iria, exigiu que levassem Felicia. No entanto, a ex-duquesa lhe fez entender que ela era uma criança e não sabia se comportar, que se fizesse algo que ofendesse a imperatriz, sua família estaria em apuros. Mesmo assim, a duquesa insistiu, então Celestine propôs um teste para Felicia: sentou-se com ela na hora do chá e conversou sobre assuntos comuns entre as jovens. Felicia não soube responder a nenhuma pergunta. Embora tivesse 12 anos, tudo o que a ex-duquesa perguntava eram coisas que as meninas já sabiam naquela idade. Como Felicia não sabia, ela se levantou da mesa irritada, reclamando que tudo era chato. Isso apenas fez com que Celestine provasse à duquesa que Felicia não estava pronta para comparecer a um evento importante.
Então, apenas Layla pôde ir com ela, enquanto na mansão Amary, Felicia ficou fazendo escândalo porque não a levaram para conhecer a imperatriz. Layla e Celestine chegaram ao jardim da imperatriz, onde a mulher, já idosa, as esperava. Layla e sua avó fizeram uma reverência, e a imperatriz elogiou Layla por sua saudação perfeita.
"Não há dúvida de que fizemos uma ótima escolha para a prometida do príncipe herdeiro", disse a imperatriz.
"Sinto-me honrada em ouvir palavras tão maravilhosas vindas de você, Majestade", disse Layla, inclinando a cabeça. Isso permitiu que ela escondesse sua expressão de desagrado.
"Estou apenas dizendo a verdade. É uma pena que o príncipe herdeiro não esteja presente, eu gostaria que vocês se conhecessem."
"É realmente uma pena, mas o príncipe herdeiro deve ter seus afazeres, e eles são de vital importância para o império", respondeu Layla com um sorriso, embora por dentro sentisse apenas desprezo.
A ex-duquesa e a imperatriz começaram a conversar, enquanto Layla se limitava a ouvir e responder quando a imperatriz lhe perguntava algo, causando grande impressão nela devido ao seu conhecimento em tão tenra idade. Após a hora do chá, a imperatriz as convidou para passear pelo palácio enquanto contava a Layla sobre a história da família imperial. Mas quando falou sobre o atual imperador, mencionou que ele ganhou seu lugar não apenas por ser o irmão mais velho, mas também por ser o mais audacioso e inteligente, apesar de ser filho de uma concubina, enquanto o filho da imperatriz, por ser mais novo, não conseguiu o trono por ser apenas um selvagem viciado em guerras. Layla pensou em como isso era absurdo, especialmente porque ela sabia como realmente aconteceu e por que o filho da ex-imperatriz não pôde assumir o trono.
"Eu acredito que o segundo príncipe seja um homem inteligente e corajoso, pois enfrentou a guerra para proteger o império quando jovem. É digno de admiração", disse Layla com um sorriso gentil.
A imperatriz e a ex-duquesa ficaram surpresas com as palavras de Layla. Claro, quem não pareceu feliz com essas palavras de admiração foi a imperatriz.
"C-claro, mas isso não foi suficiente para ele ganhar o trono", disse ela, um tanto irritada.
Layla apenas sorriu e mudou de assunto, falando sobre como as flores do jardim da imperatriz eram bonitas. A imperatriz respondeu que elas haviam sido plantadas pela ex-imperatriz e que ainda as mantinham vivas em sua homenagem, especialmente as rosas vermelhas. Layla caminhou em direção a elas e notou, em um banco perto do caminho, um belo jovem ruivo. Ao olhar para Layla, ela pôde notar a bela cor de seus olhos e deduziu de quem se tratava. Layla fez uma reverência para ele e, naquele momento, foi alcançada pela imperatriz e Celestine. O ruivo, ao ver a imperatriz, fez uma leve reverência.
"Ah! Duque Mondragon, eu não sabia que você estava no palácio e que havia vindo ao meu jardim", disse ela com certa hostilidade.
"Eu só vim ver as rosas da minha mãe. Agradeço à imperatriz por ainda mantê-las", respondeu ele calmamente.
Layla percebeu a tensão. Devia ser porque a imperatriz tinha rancor do jovem, e ele dela.
"A propósito, esta é a ex-duquesa Celestine Amary e a senhorita Layla Amary, a prometida do príncipe herdeiro."
Layla fez uma reverência e os cumprimentou com cortesia.
"Madame, senhorita, este é meu cunhado, o Duque Hades Mondragon, filho da falecida ex-imperatriz."
"Oh! Que honra estar na presença do comandante que levou as tropas à vitória. Eu li sobre você e sou sua admiradora", disse Layla com entusiasmo.
Mas, ao perceber que se empolgou demais, ela se curvou, pedindo desculpas pelo momento embaraçoso. Hades apenas riu.
"Não se preocupe, sinto-me honrado em ser admirado por uma jovem tão bela", respondeu ele gentilmente.
Layla o observou atentamente. Se a diferença de idade entre eles era de 10 anos, significava que ele devia ter 24 anos naquela época. Foi há dois anos que ele perdeu a esposa e um boato malicioso se espalhou, fazendo com que ele perdesse seu lugar como herdeiro, que foi tomado pelo atual imperador.
"Com licença, Duque, as damas e eu continuaremos nosso passeio", disse a imperatriz, apressando-se para encerrar o encontro.
Layla sabia por que a imperatriz estava agindo assim: ela não queria que Layla se aproximasse dele. Embora Layla tivesse apenas 14 anos, isso não significava que o Duque Mondragon não pudesse se interessar por ela, e isso não era do interesse da imperatriz. Se ela perdesse o apoio dos Amary, o imperador perderia grande parte do seu próprio apoio. Mas Layla pensou que era absurdo; o Duque Mondragon não era louco de se interessar por uma jovem de 14 anos. Mas ninguém disse que ela não poderia se interessar pelo duque, e aquele homem estava em seus planos. Ele era o que ela precisava para ter influência.
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Após aquela visita, Layla foi convidada pela imperatriz em outras ocasiões. Felicia insistia em ir, e a duquesa até falou com o marido para que ele obrigasse Layla a levar Felicia. Celestine não permitiu, enfatizando que Felicia não tinha a educação necessária. Mas ela disse à duquesa que, se ela queria tanto que a imperatriz conhecesse Felicia, marcaria um encontro para que a duquesa a levasse, mas avisou ao seu filho que, se Felicia ofendesse a imperatriz, as consequências seriam dele e da duquesa.
E assim, uma reunião foi arranjada. A imperatriz concordou em receber a duquesa e Felicia, mas Celestine avisou à imperatriz que a duquesa mimou muito Felicia e que, se algo acontecesse, ela mesma lhe daria uma lição. E exatamente como Celestine previu, no dia do encontro, Felicia não fez a reverência correta, nem a saudação como deveria. Ela até falou quando não devia e, no final, derramou chá no vestido da imperatriz, culpando-a por fazê-la servir o chá muito quente. A imperatriz, furiosa, disse que Felicia não tinha o direito de entrar no palácio até que atingisse a maioridade e fez com que a duquesa fosse punida pela falta de educação de sua filha, que não sabia nem mesmo as etiquetas básicas.
Naquela tarde, quando voltaram, Felicia chorava desconsolada, enquanto a duquesa estava com as mãos doloridas porque a imperatriz mandou uma criada bater em suas mãos cinco vezes com uma placa de madeira. Ela também enviou uma reclamação ao duque, que naquela noite gritou com a duquesa e Felicia por envergonhá-lo. Na mesma carta, ele elogiou Layla por ser uma jovem muito bem-educada e disse que Felicia deveria ter aulas rigorosas de etiqueta. A duquesa chorava por causa das mãos doloridas.
"Você teve sorte de não ter sido executada. Toda a sociedade agora sabe da vergonha que Felicia fez a família passar", disse Layla com escárnio.
A duquesa apenas gritou com ela, culpando-a por não ajudar a irmã, mas Layla simplesmente a ignorou.
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Após aquele incidente, dois dias depois, o príncipe herdeiro apareceu na mansão, pedindo ao duque permissão para ver Layla. O príncipe herdeiro, chamado Denis Mondragon, era um rapaz da mesma idade que Layla, com cabelos loiros e olhos verdes. Ele era bonito, mas para Layla, o Duque Mondragon era muito mais atraente. Layla o recebeu gentilmente e pediu que lhes servissem chá. Ela até pediu que trouxessem alguns biscoitos de aveia sem açúcar, pois a imperatriz havia lhe dito que o príncipe não gostava de comer coisas muito doces.
"Vejo que minha mãe lhe contou sobre meus gostos", disse ele ao ver os biscoitos.
"Tomei a liberdade de perguntar quando soube que você viria. Eu queria que se sentisse confortável e não hesitasse em comer os doces", respondeu Layla.
"Agradeço, mas não precisava se dar ao trabalho. Afinal, esta visita é uma obrigação", acrescentou ele com uma expressão de aborrecimento.
Layla cobriu os lábios com o leque que tinha na mão para esconder a careta que fez. Como se ela gostasse daquele compromisso! Se dependesse dela, ela o teria envenenado e acabado com tudo. Mas onde estaria a diversão nisso?
"Estou ciente disso, Alteza, mas não podemos escolher com quem nos casar. Quem me dera ter essa sorte", respondeu ela com uma expressão triste.
Ao contrário do que o príncipe esperava, ela também estava demonstrando infelicidade com o compromisso. Isso o fez se perguntar por quê. Qualquer garota ficaria feliz.
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Atualizado até capítulo 45
Comments
viclinda
Gente! Suga Daddy? Kkkk
2024-12-31
5
Elis Alves
A auto estima e o amor próprio está no topo, idiota
2024-12-20
7
Elis Alves
Ainda foi pouco 😂😂😂
2024-12-20
5