Capítulo 7

Denis foi até a mansão Amary, levando consigo um presente muito caro para Layla, como pedido de desculpas pelo que havia acontecido, mas quem o recebeu foi Felicia, demonstrando-se animada em vê-lo, além de guiá-lo até uma sala. Denis perguntou por Layla, ao que Felicia respondeu que não sabia, porque elas raramente se viam, apesar de morarem na mesma casa.

— Talvez esteja com a avó, ambas são muito unidas. — mencionou, abaixando o olhar.

— Aconteceu alguma coisa? Você não parece tão feliz quanto há pouco. — perguntou, preocupado.

— É que a avó não gosta de mim como gosta da Layla, ela nem me convida para tomar chá com ela.

Denis não conseguiu evitar se sentir mal pela jovem, mas ouviram as portas se abrindo e viram Celestine entrar com Layla.

— Mas diga o motivo, não o deixe pensar que sou uma velha cruel. — disse ela, com uma voz autoritária.

Felicia se assustou com as palavras da mulher, pois sabia que a mulher mais velha não hesitaria em contar ao príncipe.

— Não creio que haja um motivo tão grande, madame, a senhorita Felicia é uma jovem amável e respeitosa.

— Respeitosa? Não se esqueça de que ela desrespeitou a imperatriz, isso foi humilhar a nossa família e, além disso, olhe para ela, sozinha com o noivo da irmã, acha que isso é coisa de uma dama decente? — respondeu Celestine.

Denis apertou os lábios, sem saber o que dizer. Se continuasse a defender Felicia, a mulher mais velha poderia interpretar tudo mal.

— E eu já sei o que você fez com a minha neta Layla, ela estava justamente de saída para ver a imperatriz, eu não vou tolerar uma falta de respeito à minha família. — advertiu Celestine.

Denis se assustou e olhou para Layla, mas ela desviou o olhar enquanto fazia uma expressão de tristeza, enquanto se agarrava ao braço da avó. Celestine deu umas palmadinhas na mão da neta ao notar sua reação.

— Madame, não creio que seja necessário chegar a esse ponto, foi um pequeno erro e eu sei que a senhorita Layla falará comigo para resolvermos isso. — pediu Denis.

— Eu não quero ficar sozinha com você, você me trata mal e cuida e protege a minha irmã. Avó, eu não aguento mais isso, eles são amantes e eu sou motivo de chacota para a sociedade. — Layla fingiu estar magoada.

— Eu não sou amante de Sua Alteza, somos apenas amigos, não diga mentiras, irmã. — gritou Felicia.

— Não podem nos caluniar dessa maneira, madame Amary, por favor...—

— Por favor, nada, já chega. — apontou para Felicia. — Sua mãe vai me ouvir, ela criou uma rameira vulgar, mas o que se pode esperar se ela era igual? — expressou Celestine.

Dito isso, Celestine e Layla foram escoltadas pelos guardas da ex-duquesa, enquanto Felicia ficou sem poder dizer nada, sem saber o que sua avó quis dizer com respeito à sua mãe. Denis se desculpou com ela, pois precisava seguir a ex-duquesa; se ela falasse com a imperatriz, ele estaria em grandes problemas.

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— R-romper o noivado... mas madame Celestine... — a imperatriz até deixou cair sua xícara de chá quando ouviu os planos da ex-duquesa.

Denis, que também estava presente, não podia acreditar que aquela velha iria tão longe, porque quando ela dissesse seus motivos, tanto ele quanto Felicia poderiam estar em apuros.

— Não tolero que ela continue humilhando a minha neta. E ela concorda. — disse Celestine.

— Senhorita Layla, por favor, você está prometida ao meu filho desde criança, eu sei que ele é um pouco temperamental, mas sei que ele a tratará bem. — expressou a imperatriz.

— Naquele dia eu me assustei, tenho medo de ficar sozinha com ele, só de pensar que seremos marido e mulher e que estaremos no mesmo quarto, a sós, tudo me dá medo. — Layla cobriu o rosto com as duas mãos, soluçando.

— É a isso que me refiro, mas não se preocupe, eu pago a multa pela quebra do contrato e creio que a amante do príncipe será mais adequada para ser sua esposa. — acrescentou Celestine.

A imperatriz se voltou para Denis depois de ouvir a velha; se ela estava dizendo algo assim, era porque aqueles rumores sobre ele e Felicia eram verdadeiros.

— Não, por favor, madame Celestine, eu sei que podemos chegar a um acordo... —

— O único acordo é que ele cumpra com a minha outra neta, não permitirei que Layla seja a esposa e viva humilhada porque seu marido prefere sua amante. —

— Chega! A senhorita Felicia não é minha amante, mas também não faça a senhorita Layla parecer uma santa, ela é cruel, arrogante e maltrata sua irmã, que é amável e bondosa. — gritou Denis.

Celestine olhou com desaprovação para a imperatriz devido às palavras de Denis. Layla apenas abaixou o olhar.

— Agora a senhora entende, Majestade? O príncipe tem uma opinião ruim a meu respeito, ele me julga sem razão e vê minha irmã como uma verdadeira santa. Não quero viver um casamento onde meu marido me veja apenas como um incômodo. — Layla se levantou.

Demonstrando estar magoada, ela saiu da sala, ignorando o chamado de sua avó, enquanto a imperatriz se desculpava repetidamente com Celestine. Denis havia saído para seguir Layla, embora não gostasse nada daquilo, tinha certeza de que sua mãe não iria querer aquela ruptura por tudo o que eles poderiam perder, mas ele não conseguiu segui-la, ele a viu virar em um corredor, mas não sabia para onde mais ela tinha ido, era como se tivesse desaparecido.

Na sala, Celestine se manteve firme em sua decisão, não entregaria sua neta Layla, não permitiria que ela se casasse com o príncipe que a tratou mal e que, além disso, estava na boca de todos por andar com Felicia na vila, mesmo estando noivo; sabia-se até que ele dava preferência a ela. Ela mesma o viu defender Felicia quando Layla estava apenas corrigindo sua falta de modos.

— Voltarei para falar com o imperador e trarei tudo o que foi acordado. —

— Por favor, pense nas consequências, se o noivado for rompido, será difícil para sua neta encontrar outro bom partido. — pediu a imperatriz.

— Não me importo se ela se casar com um conde ou um duque, contanto que ele não a humilhe, ela ficará bem. —

Dito isso, Celestine saiu daquele local, deixando uma imperatriz irritada e frustrada, tudo porque seu filho não soube se controlar ou pelo menos não soube manter seu caso em segredo. Se ele gostava daquela outra moça, deveria ter esperado para se casar e tê-la como concubina. Agora ela tinha que ir até o imperador, ele poderia evitar aquela ruptura, mesmo que Celestine o pressionasse, ele poderia manter aquele noivado, sem o consentimento dele, ele não poderia ser rompido.

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No dia seguinte, na mansão Amary, o duque procurou sua mãe, estava irritado porque lhe contaram que a velha tinha ido ao palácio negociar a ruptura do noivado de Layla e do príncipe. Se isso acontecesse, sua família perderia a oportunidade de se unir à família imperial.

— Se a sua filha mimada é a amante do príncipe, vocês ainda podem se unir à família imperial, não seja tão dramático. — respondeu Celestine.

— Não se trata disso, você sabe o que diriam de Felicia se ela se casasse com o príncipe? — perguntou ele, irritado.

— O que quer que digam não me interessa, ela quem procurou por isso. E se ela não se casar com ele, será pior, ninguém se casará com uma mulher que foi amante de um homem comprometido. — zombou a ex-duquesa.

— Mãe! Chega, é melhor você resolver tudo, Felicia não pode perder sua reputação. — disse o duque.

— Isso ela já fez, desde o momento em que escolheu ser a amante do príncipe. — ela manteve seu sorriso de escárnio.

O duque saiu furioso, encontrando-se com a duquesa, a quem contou o que Celestine planejava fazer, mas, esquecendo que sua filha seria mal vista, ela se animou, porque se Layla rompesse o noivado com o príncipe, Felicia poderia se casar com ele e eles teriam uma vida luxuosa, sendo parentes da família imperial.

— Querido, pense bem, Felicia será a imperatriz, não aquela menina insuportável. — disse a duquesa.

O duque ficou pensativo, talvez sua esposa tivesse razão, seria mais conveniente que Felicia fosse a imperatriz, porque assim ele poderia manipulá-la à vontade.

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