Capítulo 05

NICOLAS NARRANDO

Quando vi Rômulo, o professor da faculdade, adentrar o restaurante, uma sensação de desconforto percorreu meu corpo. Conheço bem sua índole, suas atitudes questionáveis já tinham causado problemas com um cliente meu, envolvendo assédio contra sua própria filha, uma aluna da instituição onde ele lecionava.

No entanto, nada me preparou para o momento em que testemunhei sua conduta rude e agressiva com uma mulher. Seus olhos faiscavam de raiva enquanto ele se dirigia à mesa onde estava uma mulher deslumbrante, cuja beleza era tão cativante que prendia a atenção de todos ao seu redor.

O instante em que ela gritou, e Rômulo, em resposta, elevou a voz sobre a dela, foi como um choque para mim. Ver um homem tão instruído agindo de forma tão descontrolada e desrespeitosa com uma mulher, assim, em público, foi como presenciar a quebra de um padrão social e moral que eu ingenuamente pensei ser imutável.

A indignação e repulsa percorreram meu corpo enquanto eu testemunhava aquele embate verbal se transformar em uma ameaça física iminente.

No momento em que me vi perdendo a compostura e partindo para cima de Rômulo, movido por uma mistura de indignação, percebi que não estava apenas defendendo uma mulher, mas também combatendo uma cultura que permitia tais abusos de poder e desrespeito.

Ele ainda conseguiu me acertar um soco no queixo, mas desferir vários outros contra ele, consegui ficar de pé, meus seguranças invadiram um restaurante enquanto as duas amigas estavam abraçadas visivelmente horrorizadas o meu olhar encontrou os olhos lindos o da vítima do Rômulo.

— Senhor, o que devemos fazer com ele?

— Dêem um corretivo nele e podem deixá-lo em algum lugar da cidade.

Rômulo olhou para a moça, esbravejou o seu nome, que por sinal é muito lindo, Antonella, gritando que não vai ficar assim e que ela ia pagar.

— Você vai me pagar, Antonella. Eu vou acabar com seu sonho de ser uma advogada renomada. Você não vai ser ninguém.

Peguei na gola da camisa dele, olhando em seus olhos. Eu já estava me sentindo irado e esbravejei também em sua cara.

— Sua carreira está acabada, aniquilada. Você não vai conseguir trabalho mais nesse país. Levem ele.

Os meus sócios chegaram e conseguiram ainda pegar o final do desfecho. Meu queixo estava inchado. Foi quando a moça tocou em meu rosto, perguntando se eu estava precisando de ajuda. Sentir o toque daquela mulher foi como sentir uma descarga elétrica sendo descarregada sobre o meu corpo.

A minha vontade era fechar os olhos e sentir o seu toque suave, mas sou dominado pela minha mente, não pelo meu corpo, e naquele momento a minha mente estava me mandando sair de perto dela, e assim eu fiz.

Me desculpei com os meus sócios, o empreendimento de Roma é um dos maiores do país eles têm o maior clube, e São donos de maior rede hoteleira do país não posso manchar a minha reputação e nem a imagem do empreendimento Reis.

Expliquei para eles a situação, que compreenderam perfeitamente que mulher tem que ser respeitada. Aprendi isso dentro da minha casa: o respeito e o carinho que o meu pai tem pela minha mãe. Além do mais, na prática do BDSM, nós respeitamos as submissas, não obrigamos mulheres a fazer absolutamente nada que elas não estejam dispostas.

A reunião foi um sucesso. Consegui fechar o negócio que estava de olho há um bom tempo. Mais uma vez, a Reis permanece em primeiro lugar; será mais um troféu para minha estante. Retornamos para a empresa. Catherine teve que se ausentar por motivos pessoais.

Cuidei do meu queixo. Estava um pouco dolorido, mas já tinha desinchado. Os meus seguranças retornaram para a empresa, confirmando que executaram as minhas ordens.

Finalizei o meu dia na empresa, tomei banho e me arrumei na suíte que tem no meu escritório. Fui direto para o clube. Hoje tem uma cena, Fernando me mandou mensagem para nos encontrarmos no clube. Finalmente vou conhecer a sua submissa, Maribel, o nome da jovem.

Mesmo eu e meu amigo frequentando o mesmo clube, nem sempre conseguimos nos ver todas as vezes. Às vezes estou em cena; ele sempre usa os quartos do clube. A sua submissa é Voyeur, então eles praticam muito no clube para satisfazer os desejos dela.

Assim que cheguei no clube, falei a minha senha e mandei mensagem para o Fernando que estava no bar. Caminhei a passos largos. Estava alguns minutos atrasado, odeio me atrasar para qualquer compromisso. Pontualidade para mim faz parte da característica de um profissional.

O bar estava cheio. Até que eu avistei o Fernando ao lado de uma jovem, mas tinha outra mulher de costas. Fui me aproximando. Assim que cheguei em frente à mesa, vi que a submissa do Fernando é uma das moças que estavam no restaurante, e aqui estava de costas. Usava a máscara. Quando ela me olhou nos olhos: Antonella?

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