Capítulo 15

...«Narra Gabriela»...

Antes do baile começar, a imperatriz pediu para falar conosco, então fomos com ela e com o príncipe Naun para uma sala privada.

A imperatriz se sentou e nos convidou a fazer o mesmo. Depois que nos acomodamos, ela começou a falar:

– Bem, eu os chamei aqui porque queria me desculpar pelo que aconteceu com o príncipe e com o imperador há dois dias em sua casa.

O príncipe Naun segurou a mão da imperatriz e sorriu para ela, que retribuiu o gesto. Depois disso, meu pai falou:

– Majestade, não precisa se desculpar. Se houver necessidade de desculpas, seria do príncipe e do imperador. – Ele me olhou rapidamente e depois voltou seu olhar para a imperatriz. – Bem, minha filha também precisa se desculpar pelo que aconteceu, pois ela também errou ao ferir o príncipe daquela maneira.

Fiquei em choque com as palavras do meu pai. Nunca imaginei que ele me trairia assim. Olhei para a imperatriz, que me encarava com ternura. Respirei fundo e falei:

– Sei que deveria ter agido de outra forma, Majestade. Mas como fui criada entre tantos homens, aprendi a me defender daquela maneira. Por isso, peço minhas sinceras desculpas.

– Aceito suas desculpas, minha querida. E não se preocupe com o príncipe Alexandriu, pois ele não irá incomodar você nem sua família novamente.

Ah, Imperatriz, se a senhora soubesse o que pretendo fazer com seu querido filho, não diria isso. Depois que ela terminou de falar, meu pai se pronunciou:

– Bem, acredito que seja hora de voltarmos ao salão. Minha esposa e meu filho devem estar preocupados conosco.

Eles concordaram e voltamos para o salão. Assim que nos viu, minha mãe se aproximou rapidamente e começou a nos examinar para ver se estávamos feridos.

– Calma, mulher. Ninguém nos machucou.

Ao ouvir isso, ela soltou um suspiro e nos deu um abraço apertado.

– Eu estava tão preocupada com vocês dois que já estava prestes a pedir para Marcos ir procurá-los.

Olhei para Marcos, que mastigava um biscoito, concordando com a fala da nossa mãe.

Então, uma música suave começou a tocar, indicando o início do baile. Nos aproximamos da pista de dança e pude ver a imperatriz dançando com o imperador.

Logo, outras pessoas se juntaram a eles, incluindo meus pais.

......................

Eu já havia dançado três músicas com Marcos quando ouvimos a voz do príncipe Naun:

– Me concede esta dança, Lady Gabriela?

Meu irmão estava prestes a recusar, mas pisei forte em seu pé com meu salto alto. Ele me olhou com reprovação, então, com um olhar ameaçador, deixei claro que ele deveria aceitar ou continuaria pisando em seu pé. Com os lábios cerrados de dor, ele assentiu. Assim que tirei meu pé de cima do dele, fui entregue ao príncipe.

Ele colocou sua mão direita em minha cintura, segurou minha outra mão e começamos a dançar.

– Minha mãe disse para não me preocupar com meu irmão, mas acho que ela deveria se preocupar mais.

– Eu sei. Principalmente agora que ela me viu dançando com você.

– Então foi uma má ideia convidá-la para dançar?

– Não. Acho que agora vou me divertir ainda mais.

– Por que diz isso?

– Eu sei por que digo isso, Alteza.

Quando a música acabou, nos separamos e ele agradeceu pela dança. Apenas assenti e voltei para minha família.

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