Capítulo 7

...« Narradora »...

Havia passado uma semana e Gabriela não acordava, então a duquesa e Marcos cuidavam dela, enquanto o duque estava nas masmorras torturando as mulheres para que confessassem o que tinha acontecido com Gabriela.

Embora estivessem lá há dias e elas não quisessem falar, o duque levantou-se da cadeira, tirou o casaco, depois a camisa e lavou o rosto e as mãos.

– Curem as duas mulheres. Quando a minha filha acordar, vamos esclarecer o que aconteceu.

As criadas tremeram ao ouvir isso, porque se a menina acordasse seria o fim delas. Os guardas concordaram com o duque, enquanto ele saía das masmorras e ia direto para a mansão para tomar banho e depois ir ver Gabriela.

……………...........

A duquesa, depois de mudar a roupa de Gabriela, saiu do quarto com Marcos, mas ao pisar nas escadas ouviram algo cair no quarto de Gabriela.

Então eles correram de volta para o quarto e, quando abriram a porta, viram Gabriela tentando beber água.

A duquesa correu e deu-lhe um abraço que deixou Gabriela atónita. Marcos, ao ver que sua mãe estava a sufocar Gabriela, falou:

– Mãe, se não largares a Gabriela, vais matá-la.

A duquesa, ao ouvir isso, soltou-a imediatamente.

– Desculpa, minha pequena, é que fiquei emocionada.

Gabriela, que tinha passado tanto tempo a dormir, só conseguiu pronunciar "água".

Então Marcos pegou na jarra e serviu-lhe um copo de água.

– Obrigada.

– Sei que é muito cedo, pois acabaste de acordar, mas gostaria de saber o que aconteceu no dia em que caíste das escadas.

Gabriela começou a pensar no que tinha acontecido naquele dia, pois as suas memórias estavam um pouco confusas, até que finalmente se lembrou.

– Naquele dia, eu estava à espera que a Carmen acabasse de arrumar as minhas coisas para me dar banho, quando de repente ouvi uns murmúrios no corredor. Então fui ver o que se passava e vi duas criadas a dizer coisas horríveis sobre nós as duas (Gabriela não se tinha importado com as coisas horríveis que tinham dito sobre ela, mas queria que as criadas pagassem pelo que tinha acontecido, por isso começou a chorar). Elas diziam que era mentira que eu era tua sobrinha, que certamente era uma filha bastarda e que certamente tu estavas a obrigar o duque a reconhecer-me como sua filha.

Eu ia dizer-lhes o que elas estavam a dizer quando uma delas me pôs o pé, e eu acabei por cair pelas escadas.

Depois de Gabriela terminar de contar o que tinha acontecido, ouviram um estrondo que os assustou os três, mas quando tentaram ver o que tinha acontecido, só conseguiram ver umas botas.

Gabriela, depois de ver aquelas botas, começou a chorar ainda mais alto para que parecesse que as coisas que lhe tinham dito a tinham magoado.

A duquesa sentiu tanta raiva pelo que tinha acontecido, mas como não queria assustar a menina, apenas a abraçou.

A Marcos, a atitude da sua prima parecia estranha, pois desde que a conhecia nunca a tinha visto comportar-se daquela maneira. Claro que já a tinha visto triste muitas vezes, mas nunca a fazer um drama como aquele.

O duque tinha voltado para as masmorras e imediatamente ordenou que levassem as criadas para a sala de tortura. Os guardas, intrigados com a atitude do seu senhor, apenas o olharam até que ele falou em voz alta:

– AGORA!

Eles, ao ouvir isso, foram imediatamente fazer o que lhes tinha sido ordenado. O duque, ao chegar à sala, tirou o colete e ficou de camisa, depois arregaçou as mangas.

As mulheres não percebiam porque estavam a ser levadas de volta àquele lugar horrível, até que viram o duque. Ele ordenou que as amarrassem às cadeiras enquanto ele decidia que instrumento de tortura usar para as magoar.

E depois de procurar, escolheu umas tenazes, um martelo e um chicote. Depois colocou-os na mesa que estava perto delas.

– Sabem o que eu mais odeio nas pessoas? Que se metam em coisas que não lhes dizem respeito.

– Porque é que nos está a fazer isto, Vossa Excelência? Nós não fizemos nada!

– E ainda negam? (Depois de dizer isso, o olhar do duque escureceu) Quem se atrever a fazer mal a um membro da minha família vai pagar caro.

Depois disso, ele pegou nas tenazes e, com a ajuda de um guarda, abriu a boca a uma das criadas.

As criadas foram torturadas durante dois dias até não aguentarem mais e morreram. Então o duque ordenou que se livrassem dos seus corpos e, depois disso, reuniu os criados e avisou-os de que não voltaria a tolerar algo assim.

......................

Dias depois, a família estava reunida na sala de jantar à hora do pequeno-almoço quando o mordomo entrou e entregou uma carta ao duque. A duquesa, ao ver o selo, soube que era do palácio.

O duque acabou de ler a carta e depois colocou-a na mesa. A sua esposa, ao ver que ele não dizia nada, decidiu falar:

– Querido, o que dizia a carta?

Ele soltou um suspiro e depois olhou para a sua esposa.

– O imperador quer que vamos ao palácio para conhecer a Gabriela e que ela seja reconhecida por ele como uma Valentine.

– E como é que Sua Majestade sabe da Gabriela?

– Não sei, mas é algo que temos de descobrir. (Depois disso, olhou para os filhos, que estavam a comer) Meninos, terminem de comer porque temos de ir ao palácio.

Eles concordaram e, minutos depois, foram com as amas preparar-se. Quando finalmente estiveram prontos, partiram para o palácio.

Quando chegaram ao império, Gabriela não tinha visto a paisagem porque tinha adormecido, mas desta vez estava muito ativa, por isso aproveitou a vista.

Uma hora depois, chegaram ao palácio. Quando Gabriela estava a descer, viu uma carruagem a sair do palácio, escoltada por mais de 20 soldados.

Ela ia perguntar quem ia lá dentro quando a duquesa lhe pegou na mão e ela se esqueceu do assunto. Minutos depois, chegaram a uns portões imensos, onde estava um homem parado.

Este cumprimentou o duque e a sua família e depois deixou-os passar. Quando a família entrou, viu o imperador sentado e, ao seu lado, estava um menino de cabelo loiro, tal como a imperatriz. Gabriela suspeitou que aquele menino era o príncipe Alexandriu, já que o outro príncipe era de cabelo preto.

Depois de a família ter cumprimentado o imperador, este disse a Gabriela para se aproximar. Ela aproximou-se dele e ele deu-lhe um beijo na testa, tal como a imperatriz, querendo mostrar a ela e à sua família que era aceite no império.

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