Elizabeth…
A Alba me lembra muito a Cármen, autoritária me obrigando a ser quem eu não sou; olho para o papel na bolsa com as falas que ela me mandou decorar, nesse papel sou uma órfã herdeira de uma grande fortuna; por um momento até pensei em dizer essas palavras, mais como Heitor disse eu não preciso fingir ser quem não sou.
Nos aproximamos do púlpito e ela está com aquele sorriso falso para mim, ela me abraça e sei que, na verdade, ela quer me esganar, isso até parece uma novela!
_ Espero que decorou tudo certinho._ Ela fala no meu ouvido enquanto me abraça.
_ Com certeza, querida sogra!
Ela entrega o microfone ao Heitor.
_ Boa noite! Estou feliz com a presença de todos! Um pouco surpreso, confesso, imaginei que quando chegasse aqui veria apenas um jantar, mas quem conhece a Alba Conerrum sabe o quanto ela gosta de fazer uma festa._ Ele fala humorado e todos riem.
_Como alguns já sabem, eu me casei e estamos todos aqui reunidos para comemorar, e também para anunciar que sou o novo presidente da Coffe of Gold.
_ E a sua esposa não vai se apresentar? Estamos ansiosos para saber quem é ela!_ Fala uma moça loira e me lembro dela, é a mesma que estava aqui no primeiro dia que cheguei, e depois estava beijando o Heitor no jardim.
_ Agora mesmo!_ Ele fala.
_ Querida._ Ele fala me entregando o microfone.
Fico um pouco nervosa vendo todos aqueles olhares sobre mim, respiro fundo e imagino que eles sejam um monte de tomates e batatas na feira e isso me deixa mais tranquila, e a loirinha, ela será um nabo.
_ Boa noite! É um prazer conhecê-los, eu sou Elizabeth Soledade Connerum, sou órfã e herdeira de uma grande fortuna que se resume a um colar, uma carta e fotografia, não tenho pai porque sou fruto de uma aventura de um irresponsável que apenas se divertiu com a minha mãe, cresci em um orfanato e até uns dias atrás eu era uma feirante, faço faculdade de letras e essa sou eu._ Falo e observo a cara de descontentamento de todos exceto a Florença, o amigo do Heitor e um senhor que conversava com Heitor anteriormente.
A Alba, a cara dela, está vermelha como um tomate maduro! Deve estar se corroendo por dentro, olho para o Heitor e ele pisca para mim.
_ Agora que já estamos devidamente apresentados, aproveitem a festa._ Falo e entrego o microfone a Alba.
Desço do púlpito, pego uma taça de champanhe, eu nunca provei bebida alcoólica antes, então hoje será minha primeira vez! Vou até à mesa onde está a Florença.
_ Eu amei! — Ela fala e me abraça.
_ Não digo o mesmo dessas pessoas, elas realmente esperavam uma órfã herdeira como a sua mãe havia escrito nesse papel._ Falo mostrando a ela o papel.
_ Olha lá, agora ela está berrando no ouvido do pobre Heitor.
Estava tocando uma música, o Rodolfo tira a Florença para dançar, e eu estou sentada esperando o Heitor, que parece ter arrumado um problema com a sua mãe por minha causa, agora sinto-me mal, não devia sentir-me por falar a verdade sobre mim, e sim essas pessoas deviam se sentir mal por seu preconceito!
_ A dama me daria a honra de uma dança?_ Pergunta o senhor que vir conversando com o Heitor.
_ Não se importa de dançar comigo?
_ Não, por que deveria me importar? Estou vendo aqui uma belíssima mulher e serei muito honrado se ela aceitar dançar comigo.
Ele fala de uma forma que não sei dizer, me passa confiança e segurança, ele parece ser uma boa pessoa.
_ Então, nesse caso, eu aceito.
Dançamos e depois voltamos para a mesa.
_ Obrigado por dançar com esse velho.
_ Foi um prazer… qual seu nome? _ Pergunto.
_ Heliberto Belmonte.
_ Foi um prazer, senhor Heliberto Belmonte.
_ Esse colar é muito bonito, parece-me familiar.
_ Era da minha mãe, é a minha herança.
_ Muito bonito, como se chamava a sua mãe?
_ Maria da Glória.
_ Desculpe deixar-te esperando, querida, estava a amansar uma fera._ Heitor fala assim que chega próximo à mesa.
_ Sem problemas, eu estava em ótima companhia.
_ Com certeza, Heliberto Belmonte é um grande homem. _Ele fala e o Heliberto o abraça.
_ Agora que não está mais sozinha, irei, foi um prazer conhecê-la, Elisabeth.
_ O prazer foi todo meu.
Após o Heliberto sair, o Heitor me chama para dançar. Amo a sensação que me dá ao sentir a sua mão nas minhas costas, nosso corpo colado mutualmente, por um momento sonho que realmente somos um casal apaixonado, um sonho que comecei a querer que fosse real.
_ Estão olhando para nós, o que farei agora é apenas uma encenação para nossos espectadores._ Ele fala pertinho do meu ouvido, sua voz, seu perfume e o efeito do álcool me faz sentir nas nuvens.
_ Começarei agora, tudo bem?_ Ele fala e apenas confirmo, balançando a cabeça.
Ele pega meu rosto e acaricia a minha bochecha, olha para minha boca, seus olhos brilham, ele abaixa a cabeça para ficar bem próximo do meu rosto e então me beija, um beijo doce e calmo.
Bem que podia fazer essas encenações mais vezes porque isso é ótimo, ser beijada por ele é a melhor sensação que já provei na vida, por um momento parece ser só nós dois ali, só eu e ele e mais ninguém.
A música para e com ela o beijo, mais que droga! Estava tão bom, não tem uma música que dure uma hora não?
Voltamos à mesa, logo a Florença e o Rodolfo se junta a nós, começamos a conversar e sempre percebo o Heitor e o Rodolfo se comunicando com olhares, típico de amigos que se conhecem há bastante tempo.
Depois, o Heitor faz um gesto com a mão para o Rodolfo se afastar e só então percebo, ele está com ciúmes do Rodolfo perto da Florença.
_ Formam um lindo casal._ Falo e ele olha-me bravo.
_ Não acho.
_ O que tanto vocês dois cochicham hein?_ A Florença pergunta.
_ De como vocês dois combinam._ Falo e o Heitor olha para o Rodolfo.
_ Nada a ver, né, Rodolfo? _ Heitor fala.
_ É dizem que quem está de fora vê melhor as coisas, né? _O Rodolfo fala.
Heitor então lança um olhar para ele que, se conseguisse matar, já poderíamos constatar o óbito do pobre Rodolfo.
Percebo a Florença ficar com as bochechas coradas, e é claro que ela está a fim dele.
A festa já rolava há algumas horas, a tal loirinha olhava para mim como se quisesse me matar, então ela se aproxima da nossa mesa.
_ Boa noite a todos!_ Ela fala, parecendo um pouco alterada.
_ Dança comigo, Heitor? Claro, se a sua esposa não ficar insegura comigo!_ Ela fala num tom esnobe.
_ Não sou a mulher insegura, sou a mulher que deixa outras inseguras._ Falo firme e confiante.
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Atualizado até capítulo 58
Comments
Jacicleide Rodrigues
eita!com essa se eu fosse ela cavaria um buraco no chão pra mim esconder de vergonha /Grievance/
2025-03-12
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Gabi Ramos
imagina, vai que Alba e Carmem são irmãs...o caráter é o mesmo né
2025-02-22
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Jacicleide Rodrigues
to achando que o camalha do pai dela
2025-03-12
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