Mesa Para Dois
Olá!
Obrigada por estar aqui comigo na minha segunda obra publicada na NovelToon.
Se você não leu a minha primeira obra "Quando o Amor Fala ao Coração", sugiro que comece por lá, pois algumas personagens e parte do enredo farão mais sentido depois de você conhecer a história que deu origem à "Mesa Para Dois".
No mais, espero que aprecie a leitura e, se possível, curta 👍os capítulos e presenteie a obra com flores 💐, isso ajuda muito na divulgação para essa história chegar a mais pessoas.
Fique à vontade para comentar, sugerir e questionar. Adoro a interação dos leitores e leio todos os comentários.
Vamos juntos viajar nas páginas dessa história?
Com carinho,
Lina.
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O Old Charm é um bistrô tradicional e bem conceituado na área central da capital paulista. Com sua arquitetura vintage e decoração nostálgica, combina o charme do passado com a culinária requintada e contemporânea.
As mesas na rua, cobertas por guarda-sol e separadas por uma grade igualmente vintage, criam um cenário encantador para quem passa nas suas imediações.
- Ficou perfeito. - Isabella falou baixo para si mesma enquanto concluía sua anotação no pequeno caderno. - Um dia ainda vou escrever alguma coisa sobre o Old Charm e o texto irá começar dessa forma! - Concluiu seu pensamento.
Isabella se levantou da mesa de seu escritório já pensando no que comeria. Todas as quintas-feiras ela almoçava no charmoso restaurante Old Charm que ficava apenas a 10 minutos a pé do edifício onde ela mantinha seu escritório de arquitetura.
Ela pegou a bolsa e o casaco, conferiu se a carteira e o celular estavam na bolsa e saiu fechando a porta atrás de si. Ela não tinha secretária nem outros funcionários, trabalhava sozinha desde que se formou. Já havia conquistado um nome na sua área, mas seguida preferindo trabalhar sozinha sempre que possível.
Ao chegar na frente do elevador, já colocou os fones de ouvido e começou a ouvir sua atual música favorita "Sweet but Psicho" de Ava Max. Para sua alegria, o elevador chegou vazio e desceu os 17 andares sem parar, assegurando a solitude que Isabella sempre apreciou.
Aos 25 anos, Isabella era uma mulher solteira que chamava a atenção pode onde passava. Seus fartos, longos e escuros cabelos cacheados coroavam uma beleza sem igual realçada pelo olhar marcante e profundo.
(Isabella Alves)
Ela caminhava pela calçada cantarolando distraída a música que ouvia nos fones, durante o trajeto de toda quinta-feira. Neste dia em específico, Isabella vestia uma calça preta, blusa de alça na cor branca, um casaco de couro bege e calçava tênis animal print de leopardo. Os cabelos estavam soltos e esvoaçantes com o corredor de vento que os inúmeros prédios do centro de São Paulo criavam naquela região.
Ela chegou até a entrada do restaurante na área externa e cumprimentou o recepcionista que já conhecia de longa data.
Recepcionista: Boa tarde, senhorita Isabella.
Isabella: Boa tarde, Leon.
Leon: Mesa para 2? - Perguntou.
Isabella: Com certeza! - Respondeu já procurando onde sentar.
Leon: Me acompanhe, senhorita. Por favor. - Pediu, indicando a mesa onde Isabella seria servida.
Isabella: Obrigada, Leon. Por favor, já me traga uma água com gás, gelo e limão.
Leon: Claro, senhorita. Com licença. - Retirou-se deixando Isabella sozinha.
Isabella retirou da sua bolsa um livro, abriu e começou a ler. Pouco tempo depois o garçom apareceu com a água com gás e anotou o pedido do almoço. Tão distraída como quando caminhava pelas ruas, ela seguia entretida na leitura que não percebeu que estava sendo observada por uma pessoa do outro lado do restaurante.
Lucas Rezende passou ao lado do bistrô por acaso e o estilo vintage chamou sua atenção. Já tinha ouvido falar bem da cozinha do lugar, mas nunca havia se aventurado a entrar e provar nada do cardápio, mas naquela quinta-feira em especial, algo lhe chamou a atenção e ele decidiu almoçar lá.
Escolheu uma mesa na ponta oposta à entrada da área externa, de modo que tivesse uma visão privilegiada das pessoas que entravam no estabelecimento e da cidade como pano de fundo.
Lucas era fotógrafo e gostava de observar as pessoas, além de fazer registros espontâneos da vida corrida do paulistano. Seu trabalho já havia recebido prêmios internacionais e, atualmente, trabalhava para uma revista de arte.
(Lucas Mendes)
A chegada de Isabella não passou despercebida por Lucas que imediatamente pegou sua câmera e começou a fazer registros dela conversando com o recepcionista, em seguida caminhando até a mesa e logo depois pedindo a água ao garçom.
Distraída com sua leitura, Isabella não notou Lucas fotografando-a. A leitura para ela era seu guilt pleasure, pois adorava ler e tinha preferência por romances de sucesso mundial, mas não deixava que os conhecidos soubessem de seus gostos mais íntimos. Ela mantinha uma reserva diante das pessoas, pois sentia que nem todos estavam de fato interessados em seus gostos, mas sim em julgá-la.
Pouco tempo depois seu pedido chegou, ela guardou o livro e começou a comer. Aquele era seu ritual das quintas-feiras, do qual não abria mão. Saboreava sua refeição como se estivesse provando primeira vez, mas o cardápio do Old Charm não era extenso e ela, por ser cliente assídua, já havia experimentado e aprovado todos. Mas para Lucas, o comportamento de Isabella denunciava exatamente o contrário e ele estava se divertindo com os registros que estava fazendo.
Depois de comer a sobremesa, Isabella pediu a conta, pagou e se levantou para sair. Tudo sob o olhar atento de Lucas e sua câmera. Ela ainda parou na entrada para conversar com Leon e logo depois foi embora. Não demorou muito, Lucas também pediu a conta e seguiu pelo lado contrário.
Em seu apartamento, Lucas mantinha um laboratório de revelação de fotografias. Chegando em casa não perdeu tempo, queria ver o resultado do seu trabalho naquela tarde. Ele tomou um banho rápido e foi para o laboratório. Apagou as luzes, colocou as luvas e começou o processo com os produtos de revelação, interrupção, lavagem etc.
Uma hora depois ele estava rindo contemplando as imagens de Isabella. As fotos haviam ficado perfeitas devido à espontaneidade e distração. Quando estava fazendo os registros, não notou o título do livro que ela estava lendo, mas depois de revelar as fotos reconheceu "Lua Nova". Em sua opinião, definitivamente, o livro não combinava com a leitora. Ele decidiu que voltaria ao restaurante para ver novamente a dona daquelas imagens.
No final daquele dia, Isabella desceu com seus fones de ouvido os 17 andares do edifício corporativo. Ela caminhou por alguns minutos até chegar à estação de metrô. Apesar de ter carro, na quinta-feira Isabella tinha seu ritual especial, o que incluía chegar mais tarde ao escritório, por volta de 10h e sair mais tarde também, entre 20h e 21h e fazer esse trajeto de metrô.
Ela chegou à plataforma e logo em seguida o trem da linha amarela chegou. Ela sempre entrava no primeiro vagão, onde podia olhar o caminho à frente. Para ela, ter a oportunidade de ver o caminho à frente não era apenas uma questão de preferência; era uma experiência especial que trazia uma sensação única de controle e antecipação. Sentada no primeiro vagão, podia observar cada curva, ver o trem que vinha na direção contrária, como se estivesse liderando a jornada. Cada detalhe daquele dia fazia parte do seu ritual da quinta-feira.
Cinco estações depois, ela descia e caminhava mais alguns minutos pelas ruas até chegar na frente do edifício onde morava. Ela colocou o rosto diante da câmera de reconhecimento e sua entrada foi autorizada. Cumprimentou o porteiro, verificou se havia correspondências e subiu.
Já em casa, guardou os fones de ouvido, tirou os tênis e se dirigiu ao quarto, não sem antes dar um comando para a assistente de voz colocar sua música para tocar. Ao som de "Sweet but Psicho" ela entrou no chuveiro, com o som da música ecoando por todos os cômodos do apartamento. O banho quente e relaxante indicava o fim do seu dia favorito.
Depois do banho, ela foi para a cozinha, pegou uma marmita congelada, aqueceu e foi para o sofá comer enquanto assistia um episódio da sua série de quinta-feira: "O Homem do Castelo Alto". Se suas leituras tendiam a romances clichês, as séries variavam entre trazer uma realidade alternativa e distópicas, a um belo dorama.
Depois de comer, Isabella lavou e guardou a louça usada. Voltou para a sala, leu mais alguns capítulos do seu livro e foi deitar. Em seu quarto, ligou o ar condicionado na temperatura mínima e se aconchegou debaixo das cobertas que a acolheram gentilmente.
Curiosamente não era verão nem estava quente, o que tornava o ar condicionado totalmente desnecessário, mas nas quintas-feiras, dormir debaixo de cobertas fazia parte do ritual. Em poucos minutos Isabella estava entregue ao descanso. Seu sono era tranquilo e ela só acordaria no dia seguinte
Em outro lugar da cidade, Lucas se deitava em sua cama pensando na bela mulher que fotografou naquele dia. Novamente tornou a rir quando se lembrou do livro que ela lia. Queria conhecê-la mais para descobrir se aquele gosto peculiar era uma regra ou exceção. Sua insônia diária não o incomodou naquele dia e logo ele adormeceu.
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Atualizado até capítulo 117
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