Capítulo Dezessete

Capítulo Dezessete

Francesco.

No caminho para casa de Amélia aproveitei e liguei no restaurante de um dos meus sócios e marquei uma reserva, tenho certeza que Amélia ia amar.

Assim que cheguei fui recebido por uma senhorinha muito fofa, ela me acompanhou até o apartamento e me deixou lá.

Bati na porta e uma mulher atendeu.

— você deve ser o chefe italiano lindo da Amélia. — Ela diz sorridente.

— Creio que sou eu. — Digo sorrindo.

— Vem, entra, ela está terminando de se arrumar. — Ela diz dando passagem para eu entrar.

Olho ao redor e o apartamento e bem simples, tirando a sala que aparece um estúdio de pintura, com plástico no chão e vários quadros.

— Não repara na bagunça. — ela diz indo até a pequena cozinha.

— Você que pinta? — Pergunto.

— Sim, fique a vontade, pode olhar. — Ela diz animada e me acompanha.

Olho todos os quadros e são lindos, ela tem talento, continuo olhando, quando paro em um específico, na hora reconheço, é a Amélia, ela está em um vestido branco lindo em um campo de lírios.

— Esse é meu favorito, adoro pintar a Amélia. — Ela diz ao meu lado segurando uma taça de vinho.

— Eu adorei esse, e realmente tenho que concordar que ela é linda. — digo e vejo a amiga dela sorrir.

— Olha Francesco, minha amiga e uma pessoa incrível, ela já passou por coisas demais, então porfavor não a machuquei, não quero ver ela mal novamente. — ela diz olhando para o quadro e vejo tristeza em seus olhos.

— fique tranquila. — digo voltando minha atenção ao quadro novamente.

— Estou tentando contato com uma galeria para poder expor estes quadros. — ela diz novamente se animando.

— Você realmente tem talento Kate, mas já digo que quero este quadro para mim, seria maravilhoso ter esta obra em casa. — Digo mais uma vez analisando a pintura.

— Você vai ter que brigar com Amélia por ele então. — Ela diz sorrindo.

Quando olho para ela vejo a mesma olhando para trás com um sorriso no rosto, assim que me viro vejo o meu anjo, que está linda em um vestido preto, ela está incrivelmente perfeita, fico até sem fôlego a olhando.

Conversamos um pouco mais e logo já estávamos do lado de fora do apartamento, caminhamos em silêncio pela pequena rua. Ela estava ansiosa e isso era nítido, abri um sorriso com o jeito que ela ficou.

Assim que chegamos no restaurante seus olhos brilharam de admiração, eu sabia que ela ia gostar daqui.

Nos sentamos, e conversamos sobre várias coisas, eu já sabia bastante coisas de Amélia, por conta do relatório que pedi aos meninos, mas ver ela falando sobre a vida e ficar triste com isso me deixou mal por ela.

Ela me perguntou sobre a mãe de Miguel e senti um pouco de desconforto, mas falei o básico.

Terminamos de jantar e paguei a conta, Amélia ainda queria dividir, mas não deixei, saímos do restaurante e começamos a caminhas pelas redondezas.

— Aqui é muito bonito. — Ela diz olhando ao redor.

— Aqui é mesmo, você gostou do jantar ? — Perguntei a olhando.

— Gostei Francesco, obrigada por me trazer. — Ela diz me olhando.

Seus olhos estão fixos nos meus, vejo ela abrir um sorriso tímido e logo após morder o lábio. Se ela soubesse como isso me deixa louco, não faria sempre.

— Não faz isso Amélia. — digo passando a mão pelos cabelos.

— O'Que ? — Ela diz assustada.

— Ficar mordendo a boca assim, só me deixa louco pra te beijar. — Digo olhando fixamente pra ela.

Amélia agora parecia um pimentão, ela estava com sorriso enorme no rosto, só que consegui notar um pouco de malícia em seu olhar.

— E só me beijar então que passa. — Ela diz e nesse momento nem deixo ela pensar no que falou, seguro sua nuca e a puxei pela cintura grudando nossos corpos, meus lábios encostaram nos dela e eu a beijei, ela retribuiu na hora.

Sentir Amélia em meus braços era algo surreal, nunca havia sentido por ninguém isso, e agora estava por ela, não sabia como colocar ao certo oque era, mas as palavras de Monalisa em minha cabeça diziam que tá paixão.

Como isso poderia acontecer ? A conhecia há tão pouco tempo, nos vimos tão poucas vezes, mas a queria a todo custo.

A falta de ar chegou e nossos lábios se separaram, ficamos olhando fixamente um para o outro, levei minha mão ao seu rosto e acariciei sua bochecha com carinho, Amélia era uma mulher linda e parecia um anjo, sua pele macia que ficava vermelha com facilidade me deixava mais louco por ela.

— O'Que tudo isso significa Francesco? — Ela pergunta olhando em meus olhos.

Realmente eu estava fazendo esta pergunta a mim mesmo, o que isso significa? Será que eu queria te-la para mim, será que poderia colocar Amélia em risco, mesmo com o restaurante, ainda tinha uma vida nada normal, tinha muitos inimigos que tentavam me atingir a todo custo, poderia colocar ela nesse meio todo? Ela me aceitaria se soubesse oque eu realmente fazia ? São tantas perguntas.

— Não sei Amélia, realmente não sei. — Digo e vejo uma pontada de tristeza em seus olhos.

— Tudo bem Francesco, realmente eu também não sei. — Ela diz e se afasta de mim.

Estávamos a poucos passos um do outro, mas já sentia falta do seu toque, da sua pele.

— Vamos ? — Ela diz abrindo um sorriso, mas vejo em seus olhos que ela está chateada.

— Claro, vou te levar pra casa. — digo indo em direção ao meu carro.

Abri a porta pra ela e a judeu a mesma com o cinto, senti seu cheiro quando me aproximei e era maravilhoso, minha vontade era levar Amélia para minha casa e a jogar em minha cama.

Fechei a porta do seu lado e soltei um suspiro, fui até a outra porta e abri, sentei e liguei o carro.

Segui para casa dela, como tinha que parar antes, fomos caminhando em silêncio até lá. Assim que paramos na frente do apartamento, ela se virou e ficamos nos olhando.

— Amélia, não sei o'que significa tudo isso, mas eu sei que quero ficar perto de você, se você puder me dar uma chance, podemos continuar e ver onde tudo irá dar. — Digo.

— Tudo bem Francesco, mas por favor, não me mágoa, já passei por coisas demais na minha vida, mas uma não sei se conseguiria me recuperar. — Ela diz e sinto o peso em suas palavras.

— Nunca magoaria você meu anjo. — digo me aproximando.

A puxou para meus braços e abracei ela com carinho, ela levantou seu rosto para me dar e aproveitei para fazer nossos lábios se encontrarem.

Nós nos beijamos por um tempo e logo nos afastamos.

— Preciso ir agora, amanhã nós falamos. — Digo dando um último selinho nela.

— Boa noite Francesco, até amanhã. — ela diz e se afasta caminhando até a escada.

— Boa noite meu anjo, até amanhã. — Digo e vou andando novamente até meu carro.

Se queria algo com ela, teria que protegê-la a todo custo, sei que são poucos dias para querer tê-la, mas se realmente quisesse tudo isso, sei que teríamos uma vida agitada e com bastante empecilhos, a partir de agora nada mais seria fácil.

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