Capítulo Quinze

Francesco

Assim que deixei Miguel em casa, me senti inquieto, Amélia não saia da minha cabeça, nunca senti algo assim por ninguém, meu coração estava acelerado, a cada dia que via mais ela, parecia que algo crescia dentro de mim e não sabia o que era.

Estava andando de um lado para o outro em meu escritório quando Monalisa entrou.

— O'Que está acontecendo, pode me falar agora. — Ela diz cruzando os braços e me encarando.

Não sabia como essa mulher me conhecia tão bem, nunca vi.

— Conheci uma pessoa. — digo indo até Monalisa e segurando seus ombros. — Ela é linda, parece um anjo, e está me deixando louco, não sai da minha cabeça.

— Calma menino, nunca vi você tão animado assim. — Ela diz e abre um sorriso.

— O'Que está acontecendo comigo Monalisa? — Pergunto passando a mão pelos cabelos.

— Acho que isso são sintomas de paixão. — ela diz rindo.

— Claro que não é isso, deve ser só uma atração, ela é nova na cidade, deve ser isso. — digo me sentando.

— Não parece ser isso. — Monalisa diz cruzando os braços. — Nunca te vi assim, parece até um adolescente apaixonado. — Ela solta uma gargalhada.

— Pare com isso, Monalisa, não é pra tanto. — Digo.

— Então vá até ela agora mesmo, fique frente a frente com ela e a olhe nos olhos profundamente, se você sentir seu coração bater mais forte como se quisesse sair do peito e uma sensação de querer prender ela em seus braços é porque você está apaixonado. — Ela diz me encarando.

— Não estou apaixonado, conheço ela não tem nem duas semanas. — digo um pouco pensativo.

— Faça o teste, e quando voltar me fale. — ela diz e sai do meu escritório.

Olho para o relógio e vejo que está quase na hora de ela sair. Será que deveria ir lá ? Quer saber, vou, que se foda.

Me levanto sem pensar em nada, saio do escritório e vou andando até o lado de fora, pego meu carro e dirijo novamente até a empresa, paro um pouco distante e fico esperando ela sair.

Assim que a vejo, acabou ficando paralisado, o'que vou falar quando for até ela, Deus! Monalisa tem razão, pareço um adolescente apaixonado.

Vejo ela caminhar até a praça que tem na frente da empresa, ela para perto de dois homens que estão tocando uma música e cantando. Mesmo de longe consigo ver o quanto ela está encantada com o que está vendo, abro a porta do carro e saio, caminho devagar até onde ela está e vejo que a mesma está com os olhos fechados aproveitando a música.

Amélia é uma mulher diferente, vejo como seus olhos brilham com coisas simples, acho que é isso que me fez ver ela, a forma como ela vê as coisas, a forma como reage a tudo.

Assim que me aproximo falo com ela e a mesma se assusta um pouco e me olha. Me ofereci para fazer companhia para ela até sua casa, ela aceitou , então fomos andando pela praça, falei com ela sobre o restaurante e fiquei impressionado com oque ela me falou.

Parei e fiz oque Monalisa havia me dito, fiquei frente a frente com ela e olhei no fundo dos seus olhos. Coloquei minha mão em seu rosto, sua pele é tão macia, assim que ela sentiu meu toque fechou os olhos, aproveitei para me aproximar, quando senti meu corpo grudar no dela, senti uma sensação diferente, meu coração estava acelerado, como queria beijar aqueles lábios.

Ela abriu os olhos e ficou me olhando, quando chamou pelo meu nome, senti que ela também estava sentindo algo.

Quando ela fechou os olhos novamente e levantou o rosto para próximo do meu,não perdi tempo e selei nossos lábios, a puxei pela cintura para grudar mais ainda nossos corpos.

Isso foi melhor do que qualquer coisa que eu esperava, não queria mais largar Amélia de forma alguma.

Nós nos beijamos até o ar acabar e ficamos ali abraçados um com o outro. Realmente foi perfeito, e Monalisa estava certa.

Quando ia continuar falando com ela, meu telefone tocou, e eu me afastei para atender.

Ligação On

— Francesco, tem um trabalho.

— Tudo bem, me mande o relatório, estou indo para lá agora.

— Tudo bem, chefe.

Ligação Off

Merda Enrico tinha que me ligar agora, só queria aproveitar mais com Amélia, mas o dever me chama.

Levei ela até sua casa e não deixei de aproveitar seus beijos antes de ir, a chamei para um jantar amanhã e ela aceitou.

Me despedi e fui embora, me sentindo um adolescente de 15 anos, esse sentimento era tão confuso pra mim, mas era uma sensação boa, uma sensação que me trazia paz, ter Amélia em meus braços, com seus lábios nos meus, só me deu a certeza do quanto esta mulher está me fazendo bem.

Fui até meu carro que deixei próximo a empresa, assim que entrei peguei meu celular e olhei o relatório que Enrico havia me mandado.

“

Alvo: Armando Bachi

Descrição: Homem de 45 anos, acusado de estupro, sequestro e venda de crianças entre 4 e 12 anos.

Delegado da cidade de Nápoles, por conta do cargo foi absolvido de todos os casos em que o nome estava envolvido.

”

Não gostei muito desse trabalho, envolvia uma pessoa pública, terei que fazer esse trabalho perfeitamente bem, ou posso me encrencar.

Liguei o carro e fui direto para o galpão, assim que cheguei havia alguns homens já reunidos. Inclusive Angelo e Vitorini.

— Boa Noite a todos. — digo e todos olham pra mim.

— Boa noite, patrão. — Todos respondem.

— Todos que estão aqui já finalizaram seus trabalhos ? — Pergunto.

— Sim, os relatórios já estão no escritório. — Angelo fala.

— Ótimo, Angelo e Vitorino, vocês vão sair comigo em um trabalho. — Digo e vou caminhando em direção ao escritório. — Os demais estão liberados.

Entro em meu escritório e logo atrás vem meus dois amigos.

— O relatório já foi mandado para o email de vocês deem uma lida. — Digo e os dois se sentam e pegam o celular.

Eles olham por alguns minutos e logo desligam o mesmo.

— Vai ser complicado, o cara deve ter vários seguranças. — Angelo diz.

— Amanhã ele estará em um evento, não terá tantos seguranças, será apenas o carro dele e o motorista, logo atrás outro com dois seguranças. — Diz Vitorino, olhando alguns papeis. — Na volta ele passa por uma parte onde tem apenas mata, ali que podemos pegar ele. Mas o evento é só amanhã, vamos precisar nos organizar. — Vitorino finaliza.

— Otimo, Angelo, prepare tudo o'que vamos precisar e Vitorino marque nossa rota, vou montar nossa estratégia para pegar o babaca. — Digo pegando um pouco de whisky.

Sirvo para mim e para os dois, tomo um gole e percebo Angelo encarando.

— O'Que foi Angelo? — Digo e ele abre um sorriso besta.

— Você tá diferente, oque aconteceu em ? — Ele pergunta dando um gole no whisky e Vitorino me encara também.

— Nada estou normal. — Digo e os dois riem.

— Isso tá me cheirando mulher. — Angelo diz e os dois dão uma gargalhada.

— Isso aí me cheira Amelia, meu querido, você não viu os dois almoçando como uma família feliz hoje ? — Ele diz isso e Angelo abre a boca surpreso.

— Me lembre de tirar o acesso das câmeras do restaurante de vocês dois. — Digo

— Nem precisa, tenho meus informantes lá dentro. — Vitorino fala e eu coloco a mão na testa indignado.

— VocÊs são duas fofoqueiras, nunca vi isso. — Digo e os dos abrem um sorriso.

— Fala ai, tá gostando dela? — Angelo pergunta

— Claro que ele ta, já viu como eles dois se olham — Vitorino fala e eu bufo já com raiva.

— Me deixem em paz, vocês são chatos demais.

— apaixonadooooooo — Angelo cantarola.

Me levantei com pressa e saí do escritório ouvindo os dois rindo. Quando entro no meu carro me lembro do jantar com Amélia amanhã, merda! Vou ter que cancelar.

Olho no meu relógio e ainda são 20h da noite, poderia levar ela hoje, não sei. Sigo pra minha casa, subo as escadas e vou para meu quarto, tomei um banho e me visto rápido, olho e ainda são 20h40. Pego meu celular e procuro pelo número do meu anjo.

Ligação On

— Boa noite, quem gostaria?

Percebo que ela está um pouco assustada.

— Boa Noite Il mio fiore.

— Francesco?

— Sim, se arruma que estarei aí em uns 30 minutos.

— Como assim? Onde vamos?

— Surpresa, se arruma rápido, beijos.

Ligação Off

Achei Amélia um pouco estranha, parecia que estava assustada com a ligação quando me atendeu, será que aconteceu algo? É melhor eu ir logo.

Antes de descer, vou ao quarto de Miguel e dou uma olhada nele, ele estava dormindo já, vou até ele e dou um beijo em seu rosto.

Desço as escadas e dou de cara com Monalisa me encarando de braços cruzados.