Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezesseis

Amélia

— Francesco acabou de me deixar em casa. — Digo e ela abre a boca surpresa.

— Como assim? — Ela diz com a mão na boca.

— Eu e eles almoçamos juntos, e também o filho dele. — Digo e ela ainda parece surpresa.

— Ele tem um filho?

Dou risada e explico tudo pra ela.

— Eu estou em choque — ela diz e eu fico rindo.

— Imagina eu? eu tô me sentindo uma adolescente, aquele homem é uma perdição, meu deus. — Digo e Kate ri.

— Amiga, sei que está feliz, mas acabei de lembrar de algo que acabou com meu dia. — Ela diz e me ajeito no sofá, olhando curiosa para ela.

— O'Que foi? — Digo colocando a mão em seu ombro.

— Diogo me ligou hoje. — Na mesma hora sinto um arrepio na espinha.

— O'Que aquele idiota queria? — Digo me levantando com raiva.

— Ele queria falar com você, disse que te ama e não queria te trair e que quer você de volta. — Essas palavras me fizeram ficar trêmula.

Me sentei novamente no sofá incrédula com isso, como aquele imbecil poderia vim querer meu perdão, depois que me separei, descobri que ele me traia a muito mais tempo, não foi apenas uma traição e sim várias.

— Eu não acredito nisso, espero que ele não fique enchendo o saco, não quero ele na minha vida nunca mais. — Digo com lágrimas nos olhos.

— Calma amiga, por favor, vamos esquecer isso, só te falei porque não escondo nada de você. — Ela diz e me abraça, nesse momento desabo e começo a chorar.

Ficamos um tempo abraçadas, kate me consolou. Eu estava tão feliz, mas esse homem consegue estragar tudo. Estávamos ainda no sofá, quando ouço meu celular tocar, pego e vejo um número desconhecido.

Olho para Kate e ela também acha estranho, atendo a ligação e assim que ouço aquela voz grossa no telefone já sei quem é, abro um sorriso e assim que falo o nome de Francesco, kate parece o coringa. Falo com ele e ele diz que está vindo pra minha casa, que é pra eu me arrumar, arregalei os olhos, ele nem me dá tempo de falar nada e desliga.

— Oque ele disse? — Kate pergunta.

— Me chamou pra sair, na verdade ele só disse que está vindo pra ca e é pra eu me arrumar. — Digo olhando pra ela.

Kate se levanta como um furacão me assustando.

— Corre garota, vai tomar um banho, vou arrumar uma roupa linda pra você. — Ela diz toda animada.

Ela me agarra pelo braço e me arrasta até meu quarto e me joga no banheiro. Ela sai e fecha a porta, começo a me despir e ela aparece de novo me assustando.

— Não esquece de depilar as partes baixas. — Ela diz e sai.

Não aguento e dou uma gargalhada alta. Essa minha amiga é louca.

Tomo o meu banho tentando ir o mais rápido possível, saio do chuveiro e passo um hidratante que tenho muito cheiroso pelo corpo, ele tem alguns brilhos, que deixam a minha pele linda. Saio do banheiro e me deparo com um vestido lindo preto em cima da cama, ele é bem justo na parte de cima com uma saia rodada, no chão tem um scarpin preto com a sola vermelha. Ao lado do vestido um par de brincos bem brilhantes e um colar lindo, lembro que foi a própria kate que me deu.

Me vesti e fui até o espelho grande que havia no meu quarto, havia passado uma maquiagem leve e deixei meus cabelos soltos.

Peguei uma bolsa preta pequena da chanel que eu tenho e me olhei uma ultima vez, sai do quarto e escutei risadas na cozinha, fui andando até lá e me deparo com com Francesco olhando um quadro que Kate havia pintado, na pintura estava eu de vestido branco em um campo de lírios, eu amava aquele quadro.

— Você realmente tem talento Kate, mas já digo que quero este quadro para mim, seria maravilhoso ter esta obra em casa. — Ele diz analisando a pintura.

— Você vai ter que brigar com Amélia por ele então. — Ela diz sorrindo.

Vou chegando mais perto dos dois e Kate me vê, ela abre um sorriso e vejo seus olhos brilharem, Francesco percebe que ela está olhando para trás e se vira, assim que seus olhos pousam em mim, sinto seu olhar me queimando, ele abre um sorriso e vem até mim.

— Você está perfeita Il mio fiore. — Diz segurando uma de minhas mãos e levando até seus lábios.

Ele me dá um beijo e sinto minhas bochechas corarem.

— Boa… Boa Noite Francesco. — Digo sem graça.

— Vamos, minha bela dama? — Ela diz me olhando fixamente.

— Vamos sim.

— Kate foi um prazer conhecê-la — Ele diz se virando e olhando pra ela.

— O prazer foi meu Francesco, cuide bem da minha amiga. — Ela diz.

— Pode ficar tranquila que eu vou. — Ele diz e me olhou abrindo um sorriso.

Saímos do apartamento e não deixei de reparar o quanto ele está lindo, usava uma blusa preta social, onde uns dois botões estavam abertos, novamente as mangas estavam dobradas de forma simples até seus cotovelos, ele usava uma calça social preta, seus cabelos estavam um pouco desalinhados, oque o deixava charmoso, não deixei de notar também o perfume que sempre usava, eu adorava o cheiro.

Chegamos na parte de baixo e vi Fiorella no balcão.

— Seu príncipe encantado voltou, querida? — Ela diz abrindo um sorriso e sinto minhas bochechas queimarem.

— Voltou sim dona Fiorella. — Dou risada.

Vejo Francesco me encarando com um olhar divertido e um sorriso no rosto.

Saímos para fora e fomos caminhando para a parte da rua, pois carro não conseguia entrar onde estávamos.

— Onde vamos ? — Pergunto quebrando o silêncio.

— Vamos jantar, tenho uma surpresa pra você. — ele diz sorrindo.

— Estou curiosa já, sou bem ansiosa. — Digo rindo.

Sinto ele pegar em uma de minhas mãos e entrelaçar nossos dedos, ele sobe elas até o seus lábios e dá um beijo.

— Calma minha flor, você já vai ver minha surpresa. — ele diz.

Sinto minhas pernas fraquejarem pela forma que ele me olha.

Seguimos até seu carro e ele abre a porta para eu entrar, assim que me sento ele me ajuda a colocar o cinto e fecha a porta, segundos depois ele entra no carro e da partida.

Não demorou muito e paramos na frente de um restaurante lindo, ele estacionou o carro e veio abrir a porta pra mim, sai do carro e fiquei admirando o lugar, havia várias mesas do lado de fora, luzes iluminação cada ponto do local, um homem sentado em um banco solitário ao canto tocava um violino.

— Gostou? — Francesco pergunta.

— Sim, é…é lindo — digo sorrindo pra ele.

— Vem, vamos nos sentar, escolhi uma mesa aqui fora, tudo bem? — ele diz e eu confirmo com a cabeça mordendo os lábios.

Nos sentamos em uma das mesas e um garçom bem simpático veio nos atender, pedimos um vinho e de entrada uma burrata.

— Você está linda demais. — ele diz me olhando.

— O..obrigado, você também está muito lindo. — Sorrio tentando não demonstrar que estava com vergonha.

— Me diz Amélia Brown, porque veio morar tão longe do seu país? — Ela pergunta e logo dá um gole no vinho.

Dei um gole também no meu vinho que estava delicioso.

— Eu e Kate queríamos experimentar algo novo, então decidimos mudar para outro país e viver uma nova vida. — digo e ele me olha atentamente.

— Você não tem família onde morava ? — Ele pergunta.

Não gosto muito de falar da minha vida antes, mas não sei porque me sentia bem em falar com ele.

— Meus pais morreram alguns anos atrás e não tenho mais ninguém, além de Kate, fui casada por alguns anos, mas me separei meses antes de vir para cá. — Digo meio triste.

— Sinto muito, e desculpe pelas perguntas. — Ele diz me olhando com carinho.

— Tudo bem, tudo isso já passou, estou vivendo de novo, e estou muito bem, foi a melhor decisão vir para cá. — digo bebendo vinho e olhando pra ele.

O mesmo me dá um sorriso lindo e se encontra na cadeira.

— Você já foi casado né? — Digo e vejo seu semblante mudar na hora. — Desculpa, não deveria perguntar isso.

— Tudo bem, eu já fui casado sim, com a mãe do Miguel, ela faleceu a alguns anos atrás. — ele diz.

Não deixo de notar que seu semblante muda e ele não está triste por suas palavras, e isso me deixa curiosa.

— Sinto muito por isso, Miguel deve sentir falta da mãe. — Digo.

— Ele sente sim. — Ele diz meio triste.

— Não conta pra ele, mas ele me pediu pra ser a mãe dele. — digo rindo e ele quase se engasga.

— Meu deus, esse meu filho. — Ele diz passando a mão pelos cabelos e abre um sorriso. — Se bem que eu ia adorar. — Ele me olha fixamente e vejo o mesmo morder os lábios de forma tranquila.

Nesse momento sinto minhas bochechas arderem, abro um sorriso para ele e viro para o lado.

— Não precisa ficar com vergonha, se bem que você fica linda assim vermelhinha. — Ele diz e eu nesse momento queria sumir de tanta vergonha, certeza que já estava roxa.

Dou um gole no vinho que deixa a taça vazia, Francesco dá uma risada.

— Vai com calma! — Ele diz em meio a um sorriso.

— Um pouco difícil nesta situação. — digo rindo também.

Conversamos por um bom tempo, não imaginava que o homem sério que era amei chefe, fosse alguém tão gentil e engraçado, ri bastante com ele, ele me falou um pouco de Miguel e sobre seus amigos Vitorino e Angelo.

Falei sobre Kate e suas loucuras com a pintura.

— Eu agora estou imaginando as duas rodopiando pela sala cantando. — ele diz dando risada e eu o acompanho.

— Nem me fala, ela sempre faz isso, na verdade é uma forma de eu e ela se desestressar. — Digo rindo. — Você deveria tentar um dia desses com seus amigos.

— Meu deus, nem de essa ideia para Angelo e nem Vitorino, do jeito que são loucos, vão ficar indo no meu escritório dançar. — Ele diz e não deixo de soltar uma gargalhada.

— agora quem imaginou a cena fui eu. — digo.

Sinceramente não queria que aquele momento acabasse, estava tão bom, a companhia dele o restaurante, tudo perfeito, mas lá no fundo algo me incomodava, como se eu pressentisse que algo aconteceria, e que essa felicidade tinha um fim e ele estava próximo.

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