Capítulo 18

Ouví-lo dizer estar apaixonado por mim me leva a um lugar que eu sempre quis estar, de ser amada por alguém. Por mais que aquelas palavras me assustassem, eu me sentia bem com toda aquela sensação, mas ainda não podia dizer o mesmo a Zac, apesar de também estar gostando dele. A confiança estava sendo estabelecida aos poucos, e eu precisava de mais provas de que era o que ele realmente queria.

Após tomar banho, Zac diz que vai resolver alguns assuntos na rua e eu espero ele voltar. Ele não demora muito, logo está de volta ao quarto com uma sacolinha da farmácia

_ Ainda está se sentindo mal? - pergunto preocupada -

_ Não. Mas, trouxe uma coisa pra você.

Zac tira um remédio da sacola e eu logo me atento, era a pílula do dia seguinte.

_ Acho que nem eu e nem você queremos isso agora. Estou certo? - ele pergunta -

Concordo positivamente e imediatamente tomo a pílula. Não podia ser descuidada todas as vezes que fosse me relacionar com ele. E ao pensar nisso, resolvo conversar com Zac sobre o relacionamento que teríamos. Mas antes que eu pudesse iniciar o assunto, ele fala que vai ser preciso ir até a empresa dele para algo urgente. Zac me da um breve beijo e sai

Assim que ele sai, desço para procurar minha mãe, que desde quando veio para cá tem o jardim como a parte preferida dela da casa. Avisto-a de longe e vou em sua direção

_ Oi querida. Está radiante hoje!

_ Me sinto assim, mamãe. Eu aceitei os seus conselhos, acredito que a senhora tenha razão.

_ Deu uma chance a Zac?! - ela pergunta eufórica -

Concordo positivamente, alegre e ela me responde com um caloroso abraço.

Enquanto isso...

Narrado por Zac

Saio de casa dizendo que preciso ir até a empresa resolver assuntos sérios. O que eu estava sentindo por Lídia estava me deixando confuso. Minha principal intenção de me aproximar dela era simplesmente para tirar de mim o desejo louco que eu estava sentindo, acontece que depois de tê-la, o desejo triplicou. Vou ao bar de Marcos

_ Bom te ver, Zac! E ai? Como estão as coisas?

_ Estão boas! Na medida do possível... - sorrio -

Meu sorriso me entregava, estava na cara que eu tinha conseguido o que tinha falado que tanto queria. E sem hesitar e sem nenhum pudor, Marcos me pergunta

_ Você traçou ela, não foi? - fala gritando -

_ Fala baixo, cara! Desse jeito todo mundo vai ouvir

_ E desde quando você se importa com isso?

_ Desde quando estamos falando da minha esposa. - falo rispidamente -

_ O que está acontecendo com você Zac? Nunca se importou com isso. Qual é, cara. Vai dizer que a virgenzinha te enlouqueceu mesmo?

Na mesma hora sinto uma raiva me invadir, mas não conseguia culpar Marcos por isso, afinal, conversas assim entre a gente era normal acontecer. O problema era ele entender que eu me sentia realmente diferente em relação a Lídia. Bebo mais algumas doses junto com ele, jogando conversa fora,  algumas mulheres se aproximam, e uma delas vem direto a beijar minha boca, no início acabo cedendo, mas me desvencilho e anuncio minha partida

_ Fica aí, cara. Hoje é dia de show, você sempre gostou dos shows da casa. - ele fala piscando -

Mesmo assim, aperto sua mão e vou em direção a saída. Saio limpando a boca, pego o carro, mas ao invés de ir pra casa, vou para casa dos meus pais. Não era algo incomum, mesmo não tendo boa relação com eles, era normal me embebedar e ir para a casa deles buscando um acolhimento. Um carinho familiar. A bebida realmente me deixava vulnerável.

Quando paro o carro em frente a casa deles, já vejo uma luz se acender na casa e em seguida, minha mãe abrir a porta vindo em minha direção. Ela sai na calçada, abre a porta do carro e me vê bêbado quase dormindo no banco do motorista.

_ Eu queria entender como você consegue chegar vivo nessas condições! - ela diz com raiva -

_ Eu sou demais!

Levanto e fecho o carro, vou cambaleando até em casa e ao chegar na sala, me surpreendo em ver meu pai e minha irmã mais nova acordados. Reviro os olhos antes de me jogar do jeito que eu estava no sofá

_ É só o seu casamento começar a dar problema que você corre pra cá?! Confesso que eu pensei que demoraria mais! - meu pai diz -

_ Sabe qual foi o problema que deu no meu casamento? Foi que eu me apaixonei de verdade por ela.

Um silêncio se instala na sala, e com isso, adormeço de vez.

Narrado por Lídia

Por mais que ainda não fosse tão tarde, o sumiço repentino de Zac havia me deixado preocupada. Eu não podia ignorar o fato de que ele havia saído à tarde e ainda não tinha chegado em casa. Era oito horas da noite. Logo, escuto o telefone tocar na sala, e em seguida, em meu quarto, imaginava ser Zac e que Joana havia transferido a ligação

_ Alô? - pergunto aflita -

_ Lidiane, é Nora, mãe de Zac. Ele chegou muito bêbado em minha casa. Acho melhor que ele durma por aqui. Vocês brigaram?

_ Que? Não... Não brigamos. Eu vou até ai buscá-lo

_ Não se preocupe, Lidiane. Cuidarei bem dele. Amanhã vocês conversam.

Nora desliga o telefone e eu imediatamente imagino que ela deve estar pensando que nosso casamento não está indo tão bem. Era difícil ter que conversar com os pais de Zac, já que eles pensavam que eu era a golpista da Lidiane. Mas, por que Zac bebeu desse jeito? O que será que aconteceu pra isso? Tento não ficar com esses pensamentos me atormentando

Janto com a minha mãe em silêncio, pois ao perceber minha aflição, ela também decidiu não falar muito sobre Zac. Em seguida, vou direto para o quarto e adormeço.

Na manhã seguinte acordo bem cedo, pois teria uma videoconferência do trabalho, onde seria de grande importância que eu participasse, afinal, a criadora do projeto do comercial, precisava sempre estar presente nas reuniões, e eu já havia inventado muitas desculpas para não aparecer. Apesar de ser uma empresa localizada em outra cidade, eu tinha medo que algo pudesse dar errado. Enquanto organizo o escritório, escuto a voz de Zac soar na sala, e meu coração acelera. Minha vontade era correr até ele e saber o que tinha acontecido, mas decido esperar que ele viesse até mim, afinal, ele sumiu logo após de transar comigo pela primeira vez. Eu estava me sentindo usada.

Não demora muito até que ele aparece na porta do escritório pedindo licença

_ Lídia, posso entrar? - ele pergunta sem jeito -

O comportamento de Zac me deixa ansiosa. Como assim "posso entrar?". Eu realmente acreditava que tínhamos criado um laço, uma intimidade no dia de ontem, mas aparentemente, ele fez crescer um muro de um dia pro outro.

Continua...

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