Capítulo 10

A sensação que eu tinha era como se estivesse sendo atacada por algum animal. Zac fazia com que eu me sentisse assim. Mas, mesmo eu implorando para que ele parasse, ele continuava a me beijar ferozmente. Eu queria gritar, chorar, correr, qualquer coisa que me levasse para longe dele naquele momento. Mas, pelo seu comportamento, ele estava decidido quanto ao que queria fazer.

Zac me empurra na cama e coloca todo o peso do seu corpo sobre mim, e antes que ele pudesse me beijar de novo, não consigo controlar o choro entre as minhas palavras

_ Não faz isso, Zac. Não sou a Lidiane, não quero isso.

Zac levanta seus olhos para encontrar os meus e aquela troca de olhares o paralisa. Eu estava apavorada e com certeza estava estampado em meu olhar esse desespero. Antes que eu pudesse pedir para ele sair de cima de mim, ele mesmo se levanta xingando

_ Merda! O que estou fazendo... Ahhh Lidiane, você vai me pagar caro por essa trapaça!

Ele segue para o banheiro, e logo em seguida escuto a água do chuveiro cair forte. Deito em posição fetal na cama, abraçada com os meus joelhos, deixando que as lágrimas rolassem em meu rosto, eu queria que o choro limpasse toda aquela sensação de desespero que eu estava sentindo. E assim, eu choro até dormir.

No dia seguinte, acordo assustada, mas um alívio me consome quando olho para o lado e vejo que Zac não está mais ali. Ainda de pijama, desço as escadas e sinto novamente o cheiro delicioso de café da manhã, não hesito, vou em direção a cozinha, mas ao chegar lá, dou de cara com ele.

Zac me olha brevemente e depois volto a prestar atenção em seu café da manhã. Sem fazer contato visual, diz

_ Bom dia...

_ Bom dia.

Consigo sentir o desprezo em sua voz, era nítido que eu o incomodava, afinal, não tinha sido comigo que ele fizera aquele acordo, ele queria Lidiane aqui e não eu. E o pior de tudo era que eu não era nada parecida com a minha irmã além da aparência, é claro.

Zac pede licença as empregadas que ficavam na cozinha, e eu percebo que queria conversar comigo em particular. Imagino que ele fosse se desculpar por ontem, quando chegou bêbado e tentou me atacar feito um animal

_ Temos uma festa para irmos hoje à tarde. - ele diz -

_ Festa? Que festa?

_ Festa de aniversário da minha irmã. Acho que você a viu no casamento. Bom, eu não preciso falar que precisamos ser convincentes. Sei que você é cheia de não me toque, mas vai precisar ceder.

_ Cheia de não me toque?! Não me incomodo em ter que abraçar você, dançar juntos, estar perto e por mais que me enoje, também não me incomodo em fingir que gosto quando me beijar em público. O que eu não gosto é quando tenta me atacar feito um animal achando que sou a Lidiane.

Vejo que minhas palavras o incomoda, já que ele desfaz o contato visual que estávamos tendo. E por mais que eu pudesse o irritar, eu precisava dizer. Eu tinha aceitado ajudá-lo com um casamento convincente, mas não tinha concordado em me vender a ele

_ Quanto a isso, eu estava bêbado, confuso e com raiva. Não vai mais acontecer!

Concordo positivamente.

Zac levanta para sair, mas antes, o chamo mais uma vez

_ Zac, eu queria visitar a minha mãe. Será que eu poderia ir?

_ Não precisa me pedir permissão, Lídia. Só tome cuidado para ninguém mais descobrir que você não é a sua irmã.

Zac sai da cozinha e eu continuo tomando café. Estava com muita saudade da minha mãe, por mais que não fizesse tanto tempo. Os últimos acontecimentos nos deixaram nervosas demais para aproveitar a companhia uma da outra. Termino de tomar café e subo para me trocar. Em seguida, pego um dos carros de Zac na garagem e vou até minha casa

Para chegar na casa da mamãe, eu passava pela mercearia, e me espantei ao ver a mesma, fechada. Na mesma hora, me preocupo. Será que minha mãe está mal novamente? Ou será que dessa vez é meu pai? Algo grave deveria ter acontecido, porque nem mesmo Zezinho estava lá, porque normalmente quando acontecia algum imprevisto, ele ficava até tudo se acertar.

Vejo a porta da casa da minha mãe aberta e corro para dentro. Meu espanto é grande quando vejo meu pai segurando uma faca em direção a minha mãe

_ O que está acontecendo aqui?

Ele se vira para mim, e eu percebo na hora que ele estava embriagado. Nunca tinha visto meu pai assim, na verdade, eu nem mesmo sabia que ele bebia.

Enquanto meu pai apontava a faca para a minha mãe, Zezinho ficava na frente dela, pronto para reagir caso ele viesse pra cima. Ainda com a faca apontada para a minha mãe, ele me responde

_ Vou matar essa vadia! Me enganou esse tempo todo. Eu vou matar ela

_ Do que você está falando, pai? Se acalma, o senhor não sabe o que está dizendo. Está bêbado!

Quando falo isso, ele se vira pra mim, e nessa vacilada, Zezinho o derruba no chão, tirando a faca dele e a jogando pra longe. Na mesma hora, eu pego o telefone de casa e ligo para a polícia. Minha mãe estava arrasada, e eu abraçava ela, chorando desconsolada também. Era angustiante ter que ver minha mãe passando por isso, e ter meu pai amarrado em uma cadeira até a polícia chegar.

Zezinho dava todo apoio para gente, mas eu só me alivio quando meu pai desmaia bêbado na cadeira, parando de falar todas os absurdos que ele estava falando.

_ O que aconteceu, mamãe? Do que ele estava falando?

_ Minha filha, ele está transtornado. Não sabe o que diz, está inventando um monte de absurdos.

Abraço ela ainda mais. Minha mãe era uma sofria tanto, partia meu coração vê-la passando por isso. O pior, era que eu sabia que eles não estavam bem, o que eu não sabia era que meu pai tinha virado esse agressor.

_ É a primeira vez que isso acontece? - pergunto -

_ Não. - ela responde chorando - Minha filha, eu não queria dizer isso, mas seu pai é um monstro.

A polícia chega e levam meu pai. Incentivo minha mãe a registrar a ocorrência e fazer uma medida protetiva. Nós sabíamos que não adiantaria muito, mas precisávamos tomar todas as precauções possíveis. Permanecemos na delegacia a manhã inteira, quando saímos, já é hora do almoço

_ Me leve para casa, querida...

_ O que ? Não mãe. Não posso deixar a senhora naquela casa. Lidiane nunca está em casa para ajudar. E se ele faz alguma coisa com a senhora?

_ Querida... Sua irmã aparentemente ficou rica de uma hora pra outra e se mandou com o dinheiro. Não vejo Lidiane desde o casamento. Estamos só eu e seu pai.

_ A senhora não vai voltar pra lá. Vou levá-la para casa comigo.

_ Mas e aquele homem?! Ele não vai aceitar isso.

_ Eu preciso da ajuda dele, mas ele também precisa da minha! Eu vou levar a senhora comigo, pegaremos só as suas coisas em casa.

Pegamos as coisas dela em casa, e seguimos para casa de Zac. Eu não sabia se ele aceitaria esta ideia, mas eu não ficaria em casa de braços cruzados sabendo que minha mãe estava passando por tudo aquilo sozinha.

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lua 🌙

lua 🌙

vão acabar apaixonados

2024-04-06

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