Capítulo 08

Ao entrar na limosine, me sinto uma prisioneira. Lembro do sonho que eu havia tido, e vejo agora que era um aviso para mim mesma. Mas, como eu poderia enxergar assim? Uma tristeza toma conta de mim, pois eu sabia que aonde estivesse, Lidiane não estaria preocupada comigo. Vejo Zac afrouxar a gola do terno e colocar Whisky no copo com gelo. Ele enche mais um e oferece em minha direção

_ Eu não bebo. Obrigada !

_ Qual é?! O que é isso agora? - ele fala com uma feição sombria -

Acontece que Zac conhecia e tinha uma relação com Lidiane e não comigo. Mas, apesar disso, eu tinha que entender que eu precisava entrar no jogo dele se quisesse que ele não desconfiasse de nada. Até porque, caso ele desconfiasse, poderia não querer mais pagar as despesas médicas da mamãe.

Era muito difícil ter que interpretar uma pessoa tão perversa quanto a minha irmã, e eu nem mesmo saberia se conseguiria lidar com tudo que eu precisava me passando por ela. Mesmo decidida a tentar, eu não queria perder quem eu era de verdade, a minha essência.

_ Só estou brincando com você, bobinho! Me dá, vai

Pego o copo da mão dele e viro de uma vez, tentando não mostrar minha repulsa por nunca ter bebido na vida.

_ Isso.. Agora vem cá! - ele fala me puxando pro seu colo -

Levo um susto com sua atitude inesperada. Eu nunca tinha tido um namorado, não era minha prioridade. E apesar de já ter saído com alguns caras algumas vezes, eu não tinha perdido a virgindade ainda, por mais estranho que fosse. Mas, eu precisava agir com naturalidade. Agora, sentada em seu colo, olhando em seus olhos, vejo o quanto ele é lindo. Não que eu não tivesse percebido antes, mas de perto, ele era ainda mais lindo.

Zac me beija ferozmente, era um beijo necessitado e apressado, algo com muito desejo. Era até mesmo difícil de acompanhar seu ritmo enquanto me beijava, me agarrando e tentando a todo custo se desfazer das minhas roupas. Mas, sentí-lo estava me enojando. Ele não tinha sido nem um pouco gentil comigo, pelo contrário, tinha sido um cretino. Saio imediatamente do seu colo, me sentando ao seu lado

_ O que houve? Está ruim? - ele pergunta -

_ Eu... Eu não quero, Zac.

_ Não parecia que não queria há alguns segundos..

_ Você estava me agarrando, quase não tive tempo de reagir. Mas, eu não quero. Não estou me sentindo muito bem. Acho que estou ficando doente!

_ Ah, para Lidiane. Não vem com essa. Eu quero você! - ele fala me puxando pelo braço -

Com raiva da situação, puxo meu braço de volta e falo com uma mistura de raiva e medo

_ Não, Zac! Eu não quero. Não estou me sentindo bem!

_ Ei ei ... - ele fala levantando os braços em rendição -  Então, tudo bem. Deixamos para amanhã.

Depois disso, ficamos em silêncio. Eu tinha me livrado hoje, mas amanhã era um novo dia. Quando chegamos em sua casa, me admiro por ser um lugar tão lindo e carismático. Não tinha nada a ver com ele, pelo ao menos, eu não via ele assim. Em silêncio, vamos até o quarto principal onde iríamos dormir juntos. Sim. Levaríamos uma vida de casados normal, a diferença era que ele poderia se relacionar com quem quisesse, e eu também poderia continuar trabalhando nas noites. O que ele não sabia, era que eu não queria trabalhar na noite, esse era o trabalho de Lidiane e não meu

Me tranco no banheiro e choro desconsoladamente antes de tomar banho. Saio com uma calça de moletom e uma blusa de mangas

_ Sem pijama sexy? - ele pergunta sorrindo -

Não o respondo. A ideia de dormir com alguém me deixava nervosa, afinal, nunca tinha dormido com um homem na minha vida, muito menos um que tinha virado meu esposo da noite para o dia. E, naquele momento, eu só pensava em uma maneira de continuar o afastando.

Ele deita virado para mim, que estou deitada de barriga pra cima

_ Pode virar pra mim, por favor?

Me viro, e ficamos nos olhando um tempo. Seja qual fosse a relação que ele tinha com a minha irmã, essa aproximação que estávamos tendo, também era novidade pra ele

_ Está se sentindo melhor?

_ Um pouco. Mas, não vou transar com você! - pontuo a ele -

Zac sorri e o seu lindo sorriso irradia aquele momento. Era como se aquele homem terrível tivesse sumido. Talvez, ele gostava mesmo de Lidiane, e eu me sentia mal por está mentindo para ele assim. Mas, eu não podia contar, eu tinha que me segurar.

_ Então... Estamos casados. Quem diria, hein Lidiane? Se deu bem!

Reviro os olhos antes de responder

_ Sério? Me dei bem me casando com um cara que só não enfia o pau na tomada porque da choque?

_ Você acha isso de mim? Está brincando, né?

_ Não!

_ Mas e você? Não é tão diferente, né? Já que você trabalha nas noites. Por isso eu quis fazer esse acordo com você, eu sabia que não teria jeito de você se apegar a mim. Você é tão cretina quanto eu.

Arqueio minha sobrancelhas ao ouvir aquelas palavras. Ele pensava mesmo que eu era a Lidiane, e a cada insulto que ele me dava, eu sentia vontade de contar toda verdade de uma vez. Viro para o outro lado e adormeço.

No outro dia de manhã, acordo com Zac explodindo de raiva no quarto

_ Não acredito no que eu estou vendo. Não é possível! - ele falava alto -

Sento assustada na cama antes de perguntar

_ O que está acontecendo? - pergunto nervosa o vendo com meu celular na mão -

_ Ahh que bom que você acordou. Vocês me enganaram! Afinal, como eu devo te chamar? Lidiane? Ou, seria melhor, Lídia?!

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