O Baile

O Baile

Finalmente, o aguardado dia do baile chegou. Após quase uma semana sem visitar sua estimada Rainha, Darius precisava desesperadamente vê-la antes do grande evento. Sendo assim, ele se encaminhou até os aposentos Reais com o intuito de ver sua amada, tentando aplacar a saudade que insistia em torturar sua alma sem lhe dar um instante de paz.

— Bom dia, Rainha Denisa... — Disse ele tentando esconder que desejava jogá-la na cama e possui-la com todo o desejo que ardia dentro do seu peito dilacerado.

— Bom dia, Majestade... — Respondeu ela tentando disfarçar o quanto almejava que o muro que os separava tombasse.

— Está preparada para o grande baile? — Indagou com falsa naturalidade.

— Estou. — Mentiu.

— Que bom! Hoje, pontualmente as 20 horas virei aqui escoltá-la até a sala do trono para juntos oficialmente darmos início ao baile. Não se atrase, não podemos dar margem para que alguém acredite nos rumores espalhados por Lady Brândusa. Caso ela insista em nos difamar, mencionando que és minha prisioneira, precisamos nos portar como um casal apaixonado, que compartilha um amor inabalável para que suas palavras percam toda a credibilidade... — Afirmou metódico.

— Sim, Meu Rei... — Respondeu ela, sem conseguir conter seu pranto.

O vampiro ficou comovido, entretanto ele não poderia demonstrar fraqueza perante a jovem e tratou de sair dali o mais rápido possível para não sucumbir diante da tristeza de sua amável esposa.

As horas passaram com lentidão, a ansiedade que a dominava, não permitiu que ela desfrutasse um instante de paz. O medo de ser abordada pelo pai durante o baile assombravam seu frágil coração trazendo uma série de sentimentos ruins como medo e incerteza. Anoiteceu e como combinado, Darius veio buscá-la. Ele trajava sua farda de general do exército vampiro, bem como suas medalhas e condecorações de guerra. Denisa usava o vestido vermelho que a modista da corte havia feito especialmente para aquela ocasião. Ela estava deslumbrante e após vê-la, foi impossível para o monarca não ser completamente escravizado por seus encantos.

— Está linda minha Rainha... — Afirmou Darius sem conseguir esconder seus verdadeiros sentimentos.

— Você também está perfeito meu Rei... — Respondeu baixando os olhos, tímida.

De braços dados, o casal se encaminhou ao grande salão de baile na sala do trono. Desfilaram com graça diante de todos os convidados e em meio a muitos murmúrios maldosos se posicionaram para dar início a valsa que seria o marco inicial do grande evento. Bailaram com leveza e cumplicidade, como se a crise que o casamento deles estava atravessando fosse algo irrelevante, sem importância.

Ao terminarem de bailar, sentaram confortavelmente de mãos dadas em seus tronos e observaram os presentes se divertindo e dançando ao som da maravilhosa musica entoada pela orquestra. Ninguém poderia imaginar que entre eles não havia confiança. Denisa apesar de tudo estava se divertindo, a alegria da corte era contagiante. Entretanto toda essa felicidade se desfez quando avistou seu pai e o primeiro ministro da Valáquia entrarem no recinto. Sabia que a presença destes dois não traria nada de bom e que seus problemas estavam apenas começando. Evidentemente, seu pai daria início a um angustiante interrogatório do porquê que Darius ainda não havia sucumbido perante todo o poder destrutivo da prata.

A jovem Rainha começou a pensar o que poderia fazer para evitar ser abordada pelo Rei Claudiu Felix. Deveria fingir uma indisposição e sair dali o mais rápido possível? Não! Apesar dos riscos deveria ficar para apoiar seu marido e por fim no falatório provocado por Lady Beatrice Brândusa. Resolveu que não deveria sair do lado do marido nem se quer por um breve instante, assim evitaria a abordagem do Rei humano.

Todavia, Denisa não contava que seu amado a convidaria para dançar novamente. Os olhares do Rei Felix estavam a acompanhar cada um de seus passos de dança, mas infelizmente

a sorte lhe pregou uma peça: após terminarem de dançar, o Duque de Emil o abordou para falar de assuntos diplomáticos referentes a coroa e sendo assim, ele precisaria se afastar de sua

amada por alguns momentos.

— Denisa, tenho alguns assuntos oficiais a tratar com esse cavalheiro. Aproveite essa oportunidade para circular pelo salão e conhecer as demais moças da corte, eu garanto que são pessoas muito mais educadas, diferentes de Lady Brândusa. — Afirmou esbanjando cordialidade.

A jovem ficou preocupada, contudo, deveria evitar ficar a sós com seu pai se pretendia manter-se fiel a seu amado Rei vampiro, se cedesse a pressão e as ameaças de seu pai de que valeria todo seu esforço em ocultar a verdade sobre o veneno que corria em suas veias. Tentou fugir dessa situação o máximo possível, todavia, seu pai estava determinado a conseguir sua vingança torpe e sem pestanejar a encurralou. Tratando de a afastar do salão de baile até um local mais reservado.

O Rei Felix arrastou Denisa até o salão de jogos do palácio. Acreditava que foram discretos e ninguém havia os notado. Entretanto, seu amado vampiro percebeu a estranha movimentação provocada pelo soberano humano. Decidiu segui-los sorrateiramente. Sem mais perder tempo, o interrogatório de Claudiu foi iniciado.

— Por que aquele miserável ainda está vivo? — Indagou o Rei em tom severo.

— Eu não trairei meu marido! — Respondeu convicta.

— Antes de ser fiel ao seu maldito marido, deve fidelidade ao seu pai! Preparei uma nova remessa do elixir de prata, beba! — Disse ele furioso segurando o pulso da moça com firmeza.

— Eu não vou beber nada! Me solte! — Gritou.

— Não ouviu minha esposa seu miserável? Solte-a! — Bradou Darius entrando no recinto repentinamente interrompendo aquela cena fazendo o Rei Felix derrubar o frasco do elixir.

Denisa saiu correndo do local sem olhar para trás. Darius, por sua vez quis saber o que estava acontecendo.

— O fez a minha mulher velho facínora? — Indagou furioso.

— Não é da sua conta sangue suga dos infernos! — Respondeu retirando-se deixando o vampiro sem resposta.

O Rei humano voltou ao seu palácio sem conseguir dar uma nova dose da poção a sua filha e o Rei Anghel percebeu que havia muito mais por trás do que sua amada estava escondendo. Suspeitou disso quando tocou o liquido derramado no chão e sentiu uma leve ardência, cheirou e teve certeza... era prata.

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Comments

Sílvia Nastaro

Sílvia Nastaro

Touché !!! Denise não precisará explicar uma palavra se Darius tiver ouvido e visto tudo !!! Rei Claudius, seu miserável monstruoso, você mesmo pôs tudo de seu plano a perder com sua maldade !!! Você precisará endeusar sua esposa depois de tudo isso, Darius Anghel Vasili !!! kkkkk PRINCIPALMENTE depois de que você disse a ela sobre fazer todos pensarem que vocês são um casal apaixonado, de amor inabalável, cravando uma adaga pelo coração de Denise com essas palavras ácidas !!! Eu teria mais uma razão para não perdoar você se você não derretesse feito manteiga em pãozinho quente ao ver sua esposa pronta para ir ao baile !!! kkkkk

2025-03-04

1

Wynnie Drummond

Wynnie Drummond

Esse capítulo teve a contribuição da minha fiel e estimada leitora @Rosária 234 Fonseca . Gratidão.

2024-07-09

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