O Mercenário

O Mercenário

A batalha voltou mais feroz depois da breve trégua. Ambos os lados foram acometidos de inúmeras baixas. Para defender seu amado filho de um ataque sorrateiro, o Rei Victor acabou perdendo a vida pelas mãos de um cruel assassino infiltrado no campo de batalha entre os soldados humanos.

O homem era um mercenário caçador de vampiros que trazia consigo de forma desleal, uma estaca com a ponteira de prata. O falso soldado foi abatido pelo Principe logo em seguida, mas não sem antes conseguir cumprir uma boa parte da tarefa à qual foi incumbido pelo Rei Claudiu Felix, todavia foi derrotado e morreu sem conseguir levar consigo pai e filho. Darius cego pelo ódio, atravessou o assassino do monarca com sua espada sem piedade. A terrível perda de seu pai foi o estopim para que o exército das trevas parasse de se conter na batalha perante seus adversários, decidindo finalmente colocar todo eu poder bélico em combate.

A princesa continuava a testemunhar os eventos através da janela de seu quarto, era evidente que os vampiros estavam levando vantagem e os humanos não conseguiriam mais resistir por muito tempo.

Dois dias após a trégua, o comandante humano e os poucos soldados sobreviventes ofereceram sua rendição. Darius ficou satisfeito poderia finalmente por um fim naquela guerra e tratar do acordo de paz entre os reinos e o mais importante, exigir a mão da sua amada princesa Denisa. Naquele mesmo dia, a rendição foi formalizada perante os representantes das duas nações. Os vampiros vitoriosos, representados pelo Principe Darius e por Crisan Primeiro Ministro do Rei Victor, os humanos, vencidos, representados pelo Rei Claudiu e pela Princesa Denisa.

— Os vampiros saíram vitoriosos do combate, então Rei Felix, em nome do filho de nosso falecido monarca, exijo a mão da adorável Princesa em casamento para assim definitivamente selar a aliança entre nossos reinos. — Declarou o representante do Rei Anghel.

Derrotado e sem outra alternativa, o monarca se viu obrigado

a aceitar todas as exigências estipuladas pelos vampiros. Denisa sorriu tímida, se casar com Darius era tudo o que queria. Poderia assim lado a lado com seu grande amor construir um mundo onde guerras como aquela que acabaram de vivenciar ficariam no passado.

— Vou providenciar o quanto antes os termos do tratado de paz... — Balbuciou o Rei Felix sem esconder que estava contrariado.

— Todo o reino da Valáquia, bem como nossa estimada Rainha Alba ficaram felizes em organizar o casamento de nossos filhos e eu como representante de nosso amado soberano oferecerei o palácio para sediar a cerimônia. — Respondeu o Primeiro Ministro vampiro esbanjando sua simpatia e humildade.

O Rei Claudiu estava com seu orgulho ferido, sentindo-se humilhado. Seu ódio pelos vampiros era desmedido, não poderia permitir que sua única filha despossasse um monstro sangue suga. Precisava revidar de alguma forma, não poderia permitir que os vampiros recebessem todos os louros da vitória. Decidiu que precisava fazer algo que resultasse em uma volta por cima, precisava lavar sua honra e não permitir que seu detestável rival tripudiasse sobre ele.

Resolveu que precisava ganhar tempo para dar início a sua vingança, colocaria todos seus subordinados para elaborar uma forma de fazer os aliados de Victor Anghel e seu maldito filho se arrepender de tê-lo desafiado.

— Preciso de alguns dias para preparar o enxoval da minha filha... — Afirmou ele, dissimulado.

— Evidente! Sem sombra de dúvida! Casar com a Princesa Denisa não é algo que pretendo fazer sem um planejamento detalhado. Agora que meu pai morreu, serei coroado Rei em seu lugar e uma breve cerimônia de coroação se faz necessária, poderemos celebrar esses acontecimentos no mesmo dia. — Decretou o Principe sem perceber o complô que se formava diante de seus olhos.

— Que assim seja! — Proclamou Claudiu.

A comitiva de Darius retornou ao seu reino e prontamente todos na corte deram início ao planejamento e aos preparativos do casamento dos jovens herdeiros que seria marcado dentro de poucos dias.

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