Torre Norte

Torre Norte

Desejando estreitar os laços entre a princesa e sua corte, o Rei Darius abandonou a ideia de celebrar o Casamento Negro naquela ocasião, permitiu que os nobres de puro sangue tivessem a honra de valsar com sua angelical Rainha. Duques, Condes, Barões, Viscondes, Cavaleiros e o próprio Imperador Illyrio tiveram a oportunidade de bailar com Denisa naquela alegre celebração. Alguns foram muito dignos e não ousaram se aproveitar da jovem ou desrespeitar o novo soberano da Valáquia, outros não se deram nem o trabalho de disfarçar que estavam se deleitando em ter nos braços uma humana tão perfumada e deliciosa.

Essa afronta não passou despercebida aos olhos do Monarca que tratou de deixar bem claro que aqueles que tivessem a estupides de macular sua esposa pagariam com sua vida e suas famílias seriam exiladas com desonra.

O baile seguiu sem mais contratempos, terminando quase ao raiar do dia. O Sr. Anghel estava ansioso para conduzir sua amada esposa aos seus aposentos para enfim consumarem o casamento, contudo, sua presença na festa ainda era relevante. A Rainha tratou de se retirar primeiro enquanto seu marido se despedia dos convidados, combinando reuniões com os representantes do Império para discutirem futuras alianças políticas. Dessa forma, Denisa se trocou para esperar por Darius usando uma camisola azul clara de seu enxoval. Ela estava tensa, nunca havia ficado a sós com um homem a não ser por aqueles breves instantes quando ela cuidou dos ferimentos de seu amado no campo de batalha... o que faria se ele reivindicasse seu sangue? Quanto temo ainda levaria para que a poção em seu organismo perdesse o efeito?

Minutos pareceram horas, a ausência do Rei só serviu para aumentar o aperto no coração da jovem. Quando ele finalmente surgiu na porta do quarto tomando-a em seus braços com volúpia capturando seus lábios com um beijo apaixonado, ela sentiu como se a alma estivesse a abandonar o seu corpo.

— Você estava belíssima essa noite minha Rainha... eu não

via a hora de todos convidados partirem pra que eu pudesse ficar a sós com você... — Afirmou o nobre percorrendo o braço de sua amada com carícias.

Ela sorriu tímida enquanto ele se livrava de suas vestes matrimoniais que estavam por aprisioná-lo. Denisa ruborizou.

— Ele vai ficar nú bem diante dos meus olhos? Sem cerimonia nenhuma? — Pensou perplexa.

Todavia, percebendo o desconforto de sua noiva, Darius ficou com a calça e a camisa, pelo menos até a moça se habituar com sua proximidade.

Ela estava tão tentadora e cheirosa que não foi mais possível para o Soberano se conter. Seus caninos surgem ferozes, ávidos por perfurar aquela pele branca como leite e beber o sangue virginal celestial, sublime.

A moça humana não poderia permitir que isso acontecesse, uma única gota de seu sangue corrompido com prata seria suficiente para matá-lo. Deixá-lo mordê-la está fora de questão.

— Não! Eu não permito que se alimente de mim Majestade! — Protestou ela com firmeza!

A súbita recusa pegou o vampiro de surpresa, pois ele acreditava que sua esposa não se oporia quando ele desejasse se alimentar dela. Darius não pode crer no que estava acontecendo e indagou o por que de todo aquele repudio.

— Denisa... o que está acontecendo? Por que não posso me alimentar de você? — Questionou sem rodeios.

— Eu tenho meus motivos... — Disse ela reticente.

— Pois revele-os! — Ordenou ele.

— Eu... eu... eu... não... eu não... posso... — Balbuciou. Como ela revelaria que era um plano de seu pai.

— Então devo encarar essa situação como uma traição! Você está me traindo Denisa! — Bradou impaciente.

— Darius... não é nada disso... peço que confie em mim eu em breve me explicarei... — Disse ela em meio as lágrimas.

— Como posso confiar em suas palavras? Se nem ao menos consegue me apresentar um motivo plausível para que eu não me alimente de você?

— Darius... Por favor... — Implorou.

— Guardas! Levem a Srta. Denisa para a torre norte e tranquem-na lá. Ser Prisioneira Real talvez a faça refletir sobre seus erros.

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