O jantar

Durante o caminho, Silvestre e eu conversamos sobre a empresa e as nossas famílias.

Quando chegamos em uma rua repleta de mansões e jardins, paro de conversar para admirar a beleza do lugar.

De repente, Silvestre clica em um controle anexado próximo ao retrovisor do carro e um imenso portão se abre trazendo a visão de um verdadeiro palácio.

A mansão do meu chefe tem três andares, é toda revestida em pedra e madeira. A fachada em tons de bege, um lindo jardim e uma convidativa piscina compõe o ambiente.

Silvestre estaciona o carro em uma garagem próximo ao portão de entrada. Ele abre a porta pra mim enquanto olho tudo deslumbrada.

- Vamos entrar? - Ele pergunta.

Assinto timidamente e fico a pensar se realmente eu combinaria com esse lugar.

Logo que entramos, tenho outra surpresa: uma enorme sala de estar com tons em branco, preto,cinza e dourado que estranhamente harmonizam entre si. Uma escada que sobe para o segundo andar onde imagino que ficam os quartos, estofados e tapetes cor creme combinando com a mesa de centro onde se encontra um vaso de rosas brancas.

Uau! Acho que cabem pelo menos uns três apartamentos do tamanho de onde moro aqui dentro.

- Gostou da casa? - Silvestre pergunta.

- É linda! - Exclamo.

- Quando nos casarmos, será sua. Você pode mudar o que quiser aqui - Sorri.

- Eu não mudaria nada - Digo fazendo meu chefe rir.

Antes que ele responda, uma bonita e simpática senhora aparece:

- Boa noite, Senhor Silvestre. Eu não vi que o senhor havia chegado - Diz sorridente.

- Boa noite, Rosa - Meu chefe diz e se vira pra mim - Luna, essa é a Rosa. Ela foi babá do Noah e governanta da casa onde ele morava com a mãe.

Atualmente ela cuida da Pilar e administra a mansão.

Estendo a mão para a mulher:

- Muito prazer, Dona Rosa - Digo cordialmente.

- O prazer é todo meu, Senhorita Luna - Aperta a minha mão sorrindo calorosamente - O senhor Silvestre não exagerou em nada quando disse que a noiva era linda.

- Obrigada, gentileza sua - Sorrio timidamente.

- E a Pilar, Rosa? - Silvestre pergunta.

- Está terminando de se arrumar e já desce - A mulher responde.

De repente escuto uma voz meiga:

- Oi papai!

Me viro e vejo uma menininha linda. Os seus olhos e cabelos são castanhos, ela usa um vestido verde e desce as escadas sorrindo.

.

- Oi minha princesa! - Silvestre vai de encontro com a garotinha e após depositar um beijo carinhoso em seu cabelo, segura-a pela mão e a leva de encontro a mim - Filha, essa é a Luna. Noiva do papai. Luna, essa é a Pilar.

- Tudo bem, Pilar? - Sorrio carinhosamente me abaixando para cumprimenta-la.

- Tudo... - Me olha curiosamente - Como você é bonita,Luna!

Me derreto com o comentário da menina.

- Obrigada, meu amor. Você também é linda... - Sorrio.

- Pelo jeito vocês vão se dar bem - Silvestre diz satisfeito.

- Eu adoro crianças - Comento.

- Estou vendo - Meu noivo ri.

- Você tem filhos,Luna? - A menina pergunta. Fico sem graça de contar da minha gestação agora. Acho melhor esperar que eu me case primeiro. Hesito - Filho ainda não, mas eu tenho uma irmãzinha da sua idade.

- Sério? - Pergunta admirada.

- Uhum - Assinto.

- Qual é o nome dela? Ela é linda como você?

- Sim - Respondo rindo - O nome dela é Luísa.

- E você vai trazê-la para brincar comigo? - Pergunta.

- Sim, com certeza - Respondo - Tenho certeza que vocês serão muito amigas.

- Que bom! - Pilar me dá um abraço apertado que eu retribuo sentindo o meu coração derreter de amor.

- A Pilar é uma menina muito amável - Rosa diz - Fico feliz do meu patrão ter encontrado uma boa moça - Sorri - Bom, vou ver o jantar e já volto - Se retira.

Enquanto isso Silvestre, Pilar e eu, nos dirigimos à sala de estar conversando assuntos aleatórios.

Ela conta-me histórias do seu colégio e pergunta-me repetidas vezes sobre a minha irmã.

Outra funcionária da casa entra na sala e nos serve alguns aperitivos como entrada que comemos tomando vinho.

Ou melhor, o Silvestre toma vinho. Pilar e eu tomamos suco de uva.

Cerca de 30 minutos depois, Rosa avisa que o jantar será servido.

Então nos dirigimos à copa onde desfrutamos de um delicioso jantar.

Rosa senta-se conosco e conversamos animadamente durante a refeição.

Após a sobremesa, Pilar diz:

- Luna, vamos ao meu quarto? Quero te mostrar minhas bonecas.

- Oh, minha princesa. Eu adoraria. Mas preciso ir embora. Amanhã eu acordo cedo pra trabalhar - Explico sentindo uma pontinha de culpa.

- Por favor... - Pilar pede juntando as mãozinhas em súplica.

- Ih senhorita Luna, é bom a senhora ir. A menina quando quer uma coisa, insiste até conseguir - Rosa diz dando risada.

- Vá com ela, Luna - Silvestre diz - Depois eu te levo em casa - Sorri.

- Tá bom, eu vou - Sorrio.

- Obaaaa! - Pilar comemora.

Ela me segura pela mão enquanto me guia até as escadas onde subimos para o seu quarto.

Quando chego até lá, fico admirada. É o quarto de criança mais lindo que eu já vi.

As paredes em tons de rosa, branco e dourado tornando o ar delicado. O piso de madeira traz uma sensação de conforto. Móveis, cortinas, o enxoval da cama e os enfeites no mesmo tom das paredes compõem o ambiente.

Olho tudo admirada. O quarto onde eu dormia com a Luísa quando morava com os meus pais até tinha alguns tons em rosa e decorações de bonecas e bichinhos de pelúcia, mas não chega nem perto desse.

Enquanto Pilar pega alguns brinquedos, detenho-me em um, porta retrato sobre uma das mesinhas de cabeceira.

É uma moça linda exibindo uma enorme barriga de grávida.

Ela tem os traços parecidos com os de Pilar. Será que é a mãe dela?

- É a minha mãe - Pilar diz como se estivesse a adivinhar o meu pensamento - Ela estava grávida de mim nessa foto.

- Era linda - Digo sorrindo ternamente enquanto olho a moldura - Assim como você - Me viro para Pilar e ela sorri com o comentário.

- Eu queria ter conhecido ela - A pequena diz cabisbaixa - Todas as minhas amigas têm mãe, menos eu.

- Oh, meu amor - Digo comovida - Mas você tem a Rosa que te adora e o seu pai também.

- Sim, é verdade - Assente - Mas eu sinto falta de ter uma mãe. Quando você se casar com o meu pai, você vai cuidar de mim como a minha mãe cuidaria?

- Mas é claro, meu amor! Eu não posso substituir a sua mãe, mas vou te amar como eu sei que ela te ama e cuidar de você como ela cuida lá do céu - Sorrio.

- Posso te pedir uma coisa, Luna? - Pilar pergunta.

- Claro! - Digo em expectativa.

- Você me coloca para dormir hoje? - Pede.

- Coloco sim, princesa - Sorrio e a abraço com carinho.

Assim que desfazemos o abraço, a filha do meu noivo me mostra a sua coleção de bonecas, brincamos de casinha e nos divertimos muito.

Por volta das 22:30, auxilio Pilar a vestir o seu pijama e após contar-lhe uma história, ela adormece.

Dou um beijo em sua testa e desço para a sala onde encontro Silvestre lendo um livro.

- A Pilar dormiu - Digo - Eu já vou também - Sorrio - Obrigada pelo jantar.

- Eu te levo, Luna - Silvestre diz.

- Não, senhor Silvestre. Não precisa se incomodar - Recuso.

- Imagina, eu não vou deixar você ir sozinha a essa hora - Retruca - Vou pegar as chaves do carro e já volto - Sorri.

No caminho de volta para a minha casa, Silvestre e eu conversamos assuntos aleatórios.

Quando chegamos ao meu prédio, ele despede-se de mim com um beijo na testa e entra no carro.

Assim que entro no meu apartamento, vejo que Juliana ainda não chegou. Então tomo um banho rápido, faço a minha higiene, visto meu pijama e cansada deito em minha cama onde adormeço em seguida.

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