Amizades verdadeiras

Autora

Após o expediente, Silvestre se encontra com o seu advogado e melhor amigo, Lucas em um café próximo à empresa:

- Você acha que ela vai aceitar? - Lucas pergunta.

- Eu tenho esperança que sim. A Luna é uma boa moça - Silvestre responde.

- Isso é justamente o que me preocupa - O advogado comenta - Por ela ser uma garota de boa índole, pode recusar com medo de ser julgada. Silvestre, acho melhor você desistir dessa ideia maluca.

- De jeito nenhum! - O empresário responde - É a oportunidade da Luna mudar de vida. Além disso, eu quero que ela cuide da minha filha e dos meus bens se eu morrer.

Lucas sorri ternamente antes de dizer:

- Você não vai morrer, meu amigo. Você vai sobreviver a essa cirurgia e nós ainda vamos viver muitas aventuras juntos.

Os dois riem e Silvestre diz:

- Ah, Lucas! Você sempre foi um grande amigo. Nos conhecemos ainda no colégio, não é?

- Sim, - Lucas confirma - Sempre fomos inseparáveis. Me casei com a Adriana praticamente na mesma época que você se casou com a Cecília, os nossos meninos cresceram juntos…

- Cecília... - Silvestre diz com pesar - Às vezes me bate um sentimento de culpa por tê-la deixado.

- Não se sinta assim, meu amigo - Lucas consola - Você não a amava mais. A melhor coisa foi vocês terem se separado. Depois você se casou com a Lilly e pôde finalmente ser feliz. Mesmo que ela não tenha sobrevivido ao parto, deixou pra você uma filha linda.

- A minha Pilar - Silvestre sorri ternamente - Entende, Lucas? Por isso eu preciso que Luna aceite se casar comigo. A minha filha precisa de uma madrasta boa que a ame e cuide como Lilly cuidaria. E eu sei que a minha secretária faria muito bem esse papel. Além disso... - Ri - Deixa pra lá…

- O quê? Fala! - Lucas pede.

- Nada... - Silvestre meneia a cabeça - É só uma ideia maluca que passou pela minha cabeça.

- Agora eu estou curioso, cara! - O advogado insiste.

- Sabe? Quando eu morrer, gostaria que a Luna e o Noah se conhecessem melhor. Quem sabe não poderiam se apaixonar? - Sorri - A Luna é uma moça que eu faria muito gosto em ter como nora.

- Você acha? Bom, eu não a conheço direito . Mas mesmo que ela seja uma boa moça como você descreve, acho meio difícil o seu filho se apaixonar depois do que a Melanie fez a ele - Lucas retruca.

- Aquela vigarista! - Silvestre esbraveja - Por sorte o Noah descobriu quem ela era antes que nos levasse à falência. É uma pena que tenha sido da pior forma - Fica cabisbaixo.

- É, mas chega de falar de coisas ruins - Lucas diz - Eu tenho uma novidade. O meu filho vai voltar para Buenos Aires - Sorri.

- Que coisa boa, irmão! - O empresário sorri feliz com a notícia - Quer dizer que o Felipe desistiu desse lance de viajar pelo mundo?

- Sim, o meu garoto agora quer sossegar em um lugar só. Ele pretende procurar um apartamento perto da minha casa e já avisou que vai trabalhar no escritório comigo. A Adriana não cabe em si de tanta felicidade - Sorri.

- O Felipe é um bom garoto... - Silvestre diz ternamente - Eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente por tudo o que faz pelo Noah. Me faz bem saber que o meu menino tem um amigo tão fiel como ele.

- O que é isso? O seu filho também é um bom garoto... - Lucas diz dando um tapinha no ombro do amigo.

- Eu sei que é - Silvestre responde - Só é cabeça dura e não consegue me perdoar pelo passado.

- Quem sabe com a volta do Felipe ele não resolva retornar também? - Lucas comenta esperançoso.

- Tomara, meu amigo, tomara... - O empresário diz sonhador.

Luna

Durante o jantar,comento com Juliana sobre o pedido de Silvestre e ela me olha surpresa antes de dizer:

- Amiga? Você já parou pra pensar que está recebendo a proposta de ser milionária e dona da Diaz Technology Companies? O que você está esperando para aceitar, sua boba?

- Ju ... Eu não quero te deixar aqui sozinha - Respondo olhando-a com remorso.

- Ah não! Para de arrumar desculpa! Você sabe que eu me viro muito bem aqui sozinha. O seu medo de aceitar é por outro motivo e você não quer me dizer - Me olha maliciosamente - Você ainda gosta daquele canalha do Benício, não é?

- Eu não sei - Digo cabisbaixa - Se eu te disser que não penso mais nele, estarei mentindo, mas…

- Mas? - Juliana diz em expectativa.

- Eu estou tão confusa, amiga - Suspiro - Mas o motivo de eu não querer aceitar me casar com o Senhor Diaz é medo de ser julgada. O que as pessoas vão pensar? Ele tem idade pra ser meu pai!

- Luna... - Juliana pega as minhas mãos - Até quando você vai se preocupar com o que as pessoas pensam? Amiga essa é a oportunidade da sua vida! Você vai conseguir dar um pai para o seu filho. Vai dar uma vida melhor pra ele. Além de ajudar o senhor Silvestre a cuidar da pequena Pilar.

- Coitadinha... - Digo triste - Só de pensar que ela pode ficar órfã, me parte o coração.

- É... Essa parada do chefe ter pouco tempo de vida é triste mesmo - Juliana diz cabisbaixa - Um homem tão bom. Tadinho… - Suspira - Justamente por isso você deveria aceitar, amiga. Se o pior acontecer, a menina tem a você.

- Ela também tem o irmão - Retruco - Ele pode cuidar dela.

- Luna, o filho do chefe mora do outro lado do mundo - Juliana retruca - E o senhor Silvestre mesmo te contou que o Noah nunca quis nem conhecer a irmãzinha.

- Isso é... - Digo - Você conheceu a Pilar?

- Eu a vi uma vez. O chefe a levou para passar o dia com ele na empresa pouco antes de você começar a trabalhar lá - Lu, você precisava ver que gracinha de menina! - Sorri apaixonada - Parece uma bonequinha! Além disso é doce e super educada...

- Nossa, pelo jeito a Pilar é um amor mesmo! É difícil ver você falando assim de uma criança - Digo gargalhando.

- Tem razão - Juliana ri - Para você ver como ela é fofa! Pensa bem, amiga... Você não estará a fazer somente o chefe feliz, mas também a filha dele.

Antes que eu responda, a campainha toca. Quem será essa hora?

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