Capítulo 13

— Esse é o castigo por ofender a rainha — falou um dos secretários.

— Muito bem, receberei meu castigo. É bom saber que ninguém saberá da minha morte — falou Sabrina em voz baixa, de propósito.

Um dos presentes a escutou e não tardou em reagir. — Está muito enganada se pensa que morrerá sozinha, sua família já está nas masmorras, eles também pagarão por sua falta — rindo sarcasticamente, disse aquela pessoa.

Embora Sabrina tivesse correntes em suas mãos e pés, supostamente poderosas que não permitiam usar magia, de seu corpo resplandeceu um brilho azul e logo absorveu o poder mágico de cada uma das pessoas que estavam ali e tinham cajado, deixando-os cair no chão.

— A mim podem castigar como quiserem, mas à minha família não devem meter nisso. Decidam, majestade, porque você também tem família, o que lhe pareceria se eu fizesse algo aos seus filhos? — já com as mãos e pés soltos, falava Sabrina.

— Não conhece meus filhos, não devo temer uma criminosa — finalmente havia falado a rainha.

— Majestade, não falo apenas por falar. Sei onde estão seus filhos, sei que são três, além do príncipe herdeiro, e também sei que os amam muito, majestade — aproximando-se do trono, dizia Sabrina.

— Se ousar tocá-los, a matarei com minhas próprias mãos — gritava com certa histeria, o rei.

— É simples, majestades, vocês não se metem com a minha família e eu não me meto com a de vocês, parece-lhes justo? — ainda sorrindo, perguntou Sabrina.

— Não estou disposto a negociar contigo, verá como sua família sofre e morrerá no final — muito irritado, disse o rei.

— Eu não sou uma pessoa ruim, majestades, sou uma vítima da vida e do poder. Informo-lhes que sou a pessoa que os deuses escolheram para ser a santa, por essa razão sou a mais poderosa em todo o mundo, sem exceção, mesmo que os deuses quisessem lutar contra mim, só poderiam me vencer se lutassem todos juntos. Não quero assassinar ninguém, mas já perdi minha família uma vez, não permitirei que nem vocês nem ninguém a tirem de mim, nunca mais — dizia Sabrina, pois todos os presentes já haviam adormecido, estavam apenas Sabrina e os reis.

Estes, ao ouvirem o que a moça dizia, ficaram sem palavras, não podiam acreditar no que seus ouvidos escutavam. Sabiam que apenas em Auroria podiam nascer as santas, já que em Altea contavam com magos, mas jamais imaginaram estar diante de uma das santas.

Os dois desceram de seus tronos e, surpreendentemente, fizeram uma reverência a Sabrina, o que a deixou estupefata, não podia acreditar no que estava vendo.

— Majestades, jamais foi minha intenção faltar-lhes com o respeito, mas não deixarei que machuquem aqueles que mais amo — esclareceu Sabrina.

— Lamento muito tê-la ofendido, senhorita Sabrina — inclinando a cabeça, pedia desculpas a rainha.

Sabrina não acabava de se surpreender, se tivessem apenas lhe dito, teria se poupado de muitos desgostos e atuações ao dizer que ela era a santa, por ali teria começado.

— Então, o que acontecerá agora, majestades? — em tom suave e calmo, perguntou Sabrina.

Os reis se levantaram finalmente, chamaram um par de guardas e pediram que levassem a família de Sabrina à sala do trono.

— Poderia acordar aqueles que você adormeceu, por favor, Sabrina? — em tom suave, perguntou a rainha.

A moça acordou todos os que havia adormecido e ali estavam todos novamente, desta vez mais confusos do que nunca. Não entendiam como Sabrina estava sem as correntes e por que os reis lhe falavam com amabilidade, a comoção continuava, mas todos ficaram em completo silêncio quando as portas da sala se abriram. O pai e os irmãos de Sabrina entravam.

— Pai, está bem? — perguntou Sabrina e correu para abraçar o duque.

— Estou bem, meu sol, estamos todos bem — disse o duque, recostando a cabeça no ombro da filha, pois estava com as mãos atadas com correntes.

— Majestades, imploro que, por favor, libertem minha família, eu me responsabilizarei por minha falta — disse Sabrina, ajoelhando-se no chão e abaixando a cabeça.

— Sendo assim, tenho uma proposta a fazer, levando em conta a grandeza de seu poder, proponho que se case com meu filho mais velho, o que lhe parece? — com um leve sorriso, propôs a rainha.

Desde o princípio era seu plano dar uma lição ao filho e, vendo que Sabrina não se curvava a ninguém, parecia perfeito que fosse a próxima rainha de Altea, apesar de tudo o que havia acontecido.

— Se é a forma de salvar minha família e não ter que matar nenhum de vocês, aceito — disse Sabrina e, com um estalar de dedos, desfez as correntes que prendiam sua família.

— Quero esclarecer a todos os presentes, que a proposta da rainha se deve ao fato de termos diante de nós a pessoa que foi escolhida como a santa, devemos ser gratos a ela por ter vindo ao nosso reino, sendo ela a prometida de sua alteza real, protegerá o povo de Altea e cuidar para que governe todo um reino, o que não é nada fácil — esclareceu o rei, pois todos começaram a fazer comentários maldosos sobre Sabrina.

— Se lhes parece bem, estabeleçam um dia para anunciar o compromisso de sua alteza comigo. Enquanto isso, levarei minha família para se instalar no ducado Hill’s, no qual ninguém poderá entrar sem minha autorização, isso não mudou. Como ato de boa-fé e para que levem minha palavra a sério… — sem terminar de falar, Sabrina começou a liberar poder mágico de si mesma, que se dirigia aos seus antigos donos, incluindo a rainha. Cada mago naquela sala pôde recuperar seu poder. — Infelizmente não posso fazer nada pelo general, mesmo assim, não me arrependo do que lhe fiz, que sirva de advertência, isso acontecerá a quem desejar ferir as pessoas que amo e me importam. —

Isso foi o último que disse, pois fez uma reverência e, por fim, retirou-se do local com o resto de sua família, deixando a todos sem poder fazer ou dizer nada.

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