Capítulo 11

O capitão Marius apressou-se em cumprir a ordem dada pelo duque Tinks, em questão de uma hora já estavam reunidos todos os capitães do ducado, eram no total, dez homens e o duque chegou para informar.

—Assumo que todos já sabem o que aconteceu no momento de querer corrigir o capitão Marius, bem isso se deve a que ele foi protegido por alguém, não direi quem, mas o que posso garantir, é que se decidirem fazer o que eu vou pedir, vocês terão a mesma proteção que o capitão e assim será para cada um dos integrantes de seus esquadrões. Não posso dizer nada mais, porém quero comunicar-lhes que me retirarei do meu posto atual e talvez meus filhos não tenham oportunidade de herdar nada, por isso lhes farei este pedido como seu senhor. Agora pergunto, quem está disposto a mudar de lar e servir a alguém que eu conheço muito bem e sei que estarão protegidos estando ao seu serviço?— sendo direto e claro, o duque informou aos seus dez capitães.

Todos ficaram surpresos com o que estava dizendo o duque, ninguém podia acreditar realmente que ele ia se retirar e muito menos que pedisse suas renúncias e que fossem trabalhar em outro reino, para um lugar desconhecido.

—Entendo que estejam em dúvida se aceitam ou não, porém eu não tive essa dúvida ao estar em frente à pessoa que decidi servir. Essa pessoa nos deu a sua proteção e nada nem ninguém nos pode fazer mal. Também os meus homens e eu vimos do que ela é capaz, sem hesitar e de olhos fechados, nós a seguiremos para sempre— falou, o capitão.

Todos viam impactados o brilho em seus olhos e o sorriso mostrado, ao falar de seu novo senhor. Pouco a pouco, levando em conta que não queriam ficar sem trabalho e sem lar ou deixá-lo à sorte, decidiram aceitar a proposta do seu senhor, visto que ele sempre havia sido justo e jamais haviam sofrido, estando sob seu serviço.

—Perfeito, ao terem aceitado, vocês terão apenas uma semana para se prepararem, não posso dar-lhes mais tempo. Em uma semana terão que sair do ducado, rumo ao seu novo lar. Além disso, pedirei encarecidamente que levem consigo a duquesa e a minha nora, a senhora Amber, visto que na sua condição não pode ficar aqui, ela está grávida— falou o duque.

Parecia um pouco melancólico ao deixar ir a sua gente e ver como se desmorona tudo pelo que havia trabalhado, embora tenha voltado a sorrir quando recordou o motivo, a sua família e o seu bem-estar.

Os capitães estavam mais do que felizes ao escutarem que o primeiro neto do duque estava a caminho, juraram proteger a duquesa e a sua nora, depois retiraram-se para continuar com seus deveres e também começaram a preparar tudo o que era necessário para a sua pronta partida.

Por outro lado, no reino de Altea, Sabrina estava fazendo um sem-fim de coisas, mas o que mais se notava era o empenho que colocava em praticar com a sua magia, alguns animais selvagens e um ou outro demônio que aparecia de vez em quando, eram as presas perfeitas para experimentar diferentes formas de defesa e luta.

A barreira que mantinha os demônios no seu lugar, não estava destruída, mas os demônios, por serem os mais pequenos, podiam escapar por alguma das brechas que a barreira tinha.

—Senhorita, desculpe a minha curiosidade, mas tenho visto que todos os dias a senhorita sai durante horas e a verdade é que não sei para onde. Só lhe quero pedir que tenha muito cuidado— um pouco nervoso falou Mark

—Não é nada de mal, é só que pressinto que algo vai acontecer e devo preparar a minha defesa para qualquer coisa— agachada, ajeitando a sua roupa, respondeu Sabrina.

Efetivamente, a moça estava a preparar tudo para a chegada da sua mãe, cunhada e de todos os soldados, mas também estava a preparar a sua defesa perante os reis de Altea, visto que supunha que eles não ficariam de braços cruzados ao saberem que ela atacou sua majestade, a rainha.

Sabrina tinha muita razão, pois no castelo todos estavam indignados pelo dano causado aos magos, ao seu melhor general e claro à rainha.

—Ministro André, que notícias me tem sobre o que lhe pedi?— desde o trono, falou o rei, de nome Maximilian Alter.

—Majestade, ficará feliz em saber que os reis de Auroria finalmente entraram em razão e colocaram o bem-estar do seu povo acima do bem-estar de apenas uma família. Eles vão entregar-nos a família de Sabrina Tinks e enviá-los-ão para o reino de Altea para serem julgados— fazendo uma vénia, informou o ministro.

No rosto do rei formou-se um sorriso malévolo, o seu plano era mandar vir a família de Sabrina e fazê-los pagar a todos pelo ataque à rainha, só esperava que esse dia chegasse, visto que Sabrina lhes havia arrebatado muitos bons poderes e ele não deixaria passar em branco por nada.

O tempo pareceu voar, a semana para preparar a partida do povo do ducado Tinks, havia chegado. Os filhos do duque disseram que fariam tudo o que seu pai pedisse com a condição de enviarem as suas esposas antes, junto com a duquesa. O duque não se opôs e assim o fizeram, o momento havia chegado.

—Duquesa, se os planos correrem como supomos, estaremos com vocês ao mesmo tempo que chegarem ao seu destino, não se deve preocupar— falou o duque acariciando a face da sua esposa

—Cuidaremos de todos senhor, elas estarão em segurança— disse o capitão Marius, enchendo de confiança o duque.

—Bem, é hora de irem. Tenham uma boa viagem— falou o duque, dando a ordem de partida, pois previamente os quatro filhos que tinham esposas, já se haviam despedido.

Quando a caravana de aproximadamente dez mil pessoas se havia perdido no horizonte, o duque e os seus filhos montaram nos seus cavalos, tomaram o rumo do castelo de Auroria. O seu momento havia chegado e não o podiam atrasar mais.

Quando chegaram aos portões do castelo, todos ficaram surpresos, pois já tinham escutado sobre o que queriam fazer com a família Tinks.

—A família Tinks pede audiência com sua majestade, o rei— disse o duque a um dos guardas.

O homem informou de imediato e fizeram-nos passar para a sala do trono. Ao chegarem lá estavam os ministros e os reis de Auroria, ficando surpresos ao verem toda a família Tinks.

—Informam-me que quer uma audiência duque Tinks, posso saber o motivo?— pondo-se de pé, perguntou o rei

—Majestade, acabam de me informar sobre um acontecimento no reino de Altea, por essa razão viemos entregar-nos— fazendo uma vénia, o duque informou.

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