Capítulo 4

Na mansão do Duque Tinks, um guarda chegou, dirigiu-se a um estranho e falou.

— Alteza, lamento ser eu a informá-lo disto, mas a carruagem de sua mãe ainda não chegou, isso está a preocupar-nos — informou o guarda, fazendo uma reverência.

— Há quanto tempo deveria ter chegado? — perguntou o rapaz, sério e inexpressivo.

— Deveria ter chegado pouco depois de nós, acreditamos que algo lhe pode ter acontecido — voltou a falar o guarda, com medo.

— Incompetentes, tenho de fazer tudo sozinho. Que fique claro que se algo aconteceu à rainha, vocês sofrerão as consequências da ira de Sua Majestade — disse o rapaz, furioso, e saiu imediatamente do local.

Montou no seu cavalo e, seguindo o caminho por onde tinha vindo, cavalgou em busca da sua mãe, seguido pela sua escolta, um grupo de pelo menos trinta homens.

Sabrina tinha caminhado na direção do que estava à sua frente.

— Bastardos, que pouco homens vocês são. Olhem só para vocês, a agarrar uma mulher à força, eu devia cortar-lhes aquilo a que vocês chamam de masculinidade! — disse Sabrina, chamando a atenção de um grupo de bandidos que estavam a atacar uma carruagem e a tentar abusar de três mulheres.

Os guardas que acompanhavam a carruagem tinham sido mortos e só restavam mulheres indefesas.

— Quem és tu? Vais servir para divertir os meus homens, tal como estas mulheres — disse um dos bandidos, furioso.

— Receio que eu seja mulher a mais para um bastardo como tu, mas se me queres ter, tens de vir buscar-me —

Disse Sabrina e, apanhando um pedaço de madeira do chão, começou a aproximar-se ainda mais dos homens, que claramente acreditavam que seria fácil dominá-la.

O primeiro aproximou-se com a sua espada e atacou Sabrina, que com um movimento certeiro, desviou-se do golpe e, em seguida, atingiu o homem com o pedaço de madeira que carregava na mão, com tanta força que atravessou o homem, que morreu facilmente.

— É por isso que eu gosto deles, não servem para nada, nem sequer são capazes de suportar uma carícia — a rapariga troçava dos bandidos, que se enfureceram e decidiram atacar todos ao mesmo tempo.

Sabrina começou a sentir uma dor forte no peito e sabia o que ia acontecer a partir daí. Afastou-se de onde as mulheres estavam e guiou os homens para um lugar mais amplo.

— Agora estás com medo, devias ter cooperado enquanto fomos simpáticos contigo, vais morrer — referiu um dos homens que se aproximava dela com toda a intenção de a magoar.

— São vocês que não se deviam ter metido comigo, aparecem num momento crucial da minha vida. Vão fazer parte da minha experiência — disse Sabrina, sorrindo maliciosamente para os homens, que não perceberam nada.

De repente, Sabrina começou a lançar fogo das suas mãos, o que horrorizou os homens, pois sabia-se que os magos existiam, mas era muito improvável que alguém conseguisse criar fogo do nada, pois era preciso ter uma fonte para fazer esse tipo de magia.

— Quem és tu? — perguntou um dos homens, assustado.

— Sou aquela que vos vai fazer desaparecer, nunca se deviam ter cruzado no meu caminho — disse Sabrina, erguendo as mãos e, parecendo uma chama, lançou fogo de ambas. Conseguindo acabar com os bandidos num instante.

Os gritos de dor podiam ser ouvidos por todo o lado e as mulheres não perceberam o que tinha acontecido, pois tinham-se escondido atrás de uma carruagem, ou pelo menos foi o que Sabrina pensou.

Apesar de tudo, ao longe, estava uma pessoa a observar tudo o que se passava, era aquele rapaz que tinha ido à procura da sua mãe. Mais do que surpreendido, observava Sabrina a lutar e a acabar com os homens que tinham atacado a sua mãe.

— Alteza, temos de ajudar a sua majestade — disse um dos guardas.

— Vamos, preciso de agradecer a essa pessoa por salvar a vida da minha mãe — disse o rapaz, cavalgando na direção de Sabrina.

Quando a rapariga reparou que mais alguém se aproximava, chamou pelo seu cavalo e cavalgou, mas pela velocidade a que agiu, a sua capa deixou à vista o seu cabelo louro e aqueles olhos azuis que impressionaram o rapaz, pois ele conseguiu vê-la.

— Alan, segue-a. Preciso de saber tudo sobre essa rapariga, não deixes que te vejam — ordenou o rapaz e, das sombras, surgiu um jovem de, pelo menos, quinze anos, que parecia ser um mago muito bom naquilo que fazia.

— Mãe, estás bem? — perguntou o rapaz, sarcasticamente.

— Mas claro que estou bem. Não contes nada disto ao teu pai, ele matava-me se soubesse o que aconteceu, e eu teria de aturar as suas reprimendas, não quero isso — respondeu a mulher, um pouco aborrecida e sem se importar com o que tinha acontecido.

— Então voltemos para a cabana, não devemos ficar aqui, eu já marquei presença e isso chega — disse o rapaz, sério.

— Como sempre, frio como o gelo. Não sei de quem puxaste, tanto o teu pai como eu somos mais calorosos — disse-lhe a mulher, troçando.

— Mãe, para pessoas frias, estás tu aqui. Só de te ver as pessoas ficam com medo. Ainda não percebi porque é que não te defendeste sozinha — questionou o rapaz.

— Alexander, sabes que não gosto que ninguém fora do reino saiba dos meus poderes. Tenho de o manter em segredo e ser uma marioneta nas mãos da coroa, além disso, aquela pessoa chegou para nos salvar, foi incrível — respondeu a mulher, muito calma.

— Ah, mãe, nunca vais entender. Vamos então, temos de lá estar antes que escureça, ou o pai vai ficar muito zangado — pediu o rapaz.

Este era Alexander Hunter, filho dos reis de Altea, o reino vizinho mais próximo de Auroria, estavam naquele local devido a um tratado de paz assinado por ambos os Reis e tinham sido enviados para a festa de Sabrina em representação da coroa, uma vez que nenhum dos membros do reino anfitrião pôde comparecer.

Cavalgaram e acabaram por chegar à cabana que lhes tinha sido dada como alojamento, todos foram para os seus quartos sem darem importância ao que tinha acontecido antes.

— Diz-me o que descobriste — disse Alexander, dirigindo-se ao jovem que tinha mandado seguir Sabrina.

— Alteza, ela não é uma pessoa comum. Lamento, mas não vai conseguir com ela, deu para ver pelo seu olhar que gostou dela, mas ela magoa sempre as pessoas por quem se apaixona e depois descarta-as. Por favor, não o faça com ela — o jovem, de joelhos, implorava ao príncipe.

— Limita-te a informar, farei o que bem me apetecer, como sempre fiz. Agora fala — ordenou Alexander, irritado.

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Comments

Frederica Ribeiro

Frederica Ribeiro

hi pronto! Será mais um idiota metido a besta se achando?

2025-03-18

0

Grace 🌻🌷

Grace 🌻🌷

Acho que essa mãe é uma mulher horrível.👹

2025-04-09

0

Ezanira Rodrigues

Ezanira Rodrigues

Mais um a ser humilhado por Sabrina.

2025-03-28

0

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