Capítulo 8

Sabrina começou a trabalhar assim que chegou. Ao sair de Auroria, seu pai lhe deu três baús cheios de dinheiro, mas ela não ia desperdiçar esse dinheiro, guardou dois dos baús em seu quarto e os protegeu com magia, caso alguém tivesse a ideia de roubá-los, o terceiro baú era a única coisa que usaria para iniciar sua nova vida em seu novo lar.

—Senhor Mark, preciso que vá à cidade mais próxima com uma das moças e comprem o que está na lista, levarão uma carruagem grande, isso é para melhorar nossa casa — pediu Sabrina ao mordomo.

O homem, ao ouvir que Sabrina os havia acolhido como parte de sua família, voltou a agradecer por a jovem ter chegado ao ducado, apesar do estado em que se encontrava.

Tanto o mordomo quanto uma das moças que ajudavam na mansão se prepararam para fazer o que a mulher havia pedido, mas antes que saíssem, ela colocou sobre eles uma capa protetora para que ninguém pudesse machucá-los de forma alguma.

Assim, saíram do local em direção à cidade mais próxima, que ficava a um dia e meio de distância, então levariam um total de três ou quatro dias para retornar. As duas pessoas que estavam na carruagem estavam com muito medo, de certa forma, pois o caminho era deserto e perigoso, tinham certeza de que não seriam humanos que os atacariam.

Dito e feito, no mesmo dia em que saíram, ao anoitecer tiveram que acampar dentro da carruagem, não podiam se dar ao luxo de serem vistos por algo, embora não tenha adiantado muito, pois naquele momento ouviram-se rosnados de um animal, ao ouvi-lo poder-se-ia dizer que era um lobo, mas quando o mordomo esticou a cabeça para verificar, percebeu que era um pequeno demônio, um dos menores. Ambos começaram a suar frio, a moça queria gritar, mas Mark se apressou em tampar sua boca com a mão.

—Senhorita, não faça barulho. Eu sei que é muito assustador, mas tente suportar — sussurrava Mark para a moça, ela assentiu com a cabeça e mordiscou um pedaço de pano que havia na carruagem para não fazer barulho.

Os grunhidos do demônio foram ficando cada vez mais altos e quando finalmente se ouviu que ele havia atacado, eles só puderam ouvir a besta gemer de dor. Corajosamente, o mordomo saiu para verificar o que havia acontecido e viu como ao redor da carruagem havia uma luz azul que brilhava fracamente, parecia uma barreira, ele se preparou para sair e ao olhar de perto para o demônio, pôde ver que ele estava morto, por todo o seu corpo podiam-se ver restos de raios, como aqueles que aparecem quando há tempestades fortes.

—Obrigado por enviá-la — Mark olhou para o céu e disse isso. Ele sabia claramente que era obra de sua senhorita. Sabrina havia salvado a vida de ambos.

Passado o perigo, tanto o mordomo quanto a senhorita puderam dormir sem medo. No dia seguinte continuaram sua viagem, agora mais do que nunca, não podiam decepcionar sua senhorita.

Compraram tudo o que estava na lista e como a moça cozinhava muito bem, decidiu comprar o necessário para preparar um jantar delicioso para Sabrina, era sua forma de agradecê-la por tê-la salvado, claro que comprou do seu próprio bolso.

Partiram de volta para o ducado naquele mesmo dia e sua viagem foi boa, alguns animais selvagens se aproximavam da carruagem, mas ao tentarem atacar, eram derrubados por um ataque, com a barreira, as duas pessoas se sentiam muito seguras.

Passados ​​quatro dias, Mark e sua acompanhante estavam chegando à entrada do ducado e tiveram uma grande surpresa.

—Qual é o seu nome? — perguntou um homem, vestido com muita elegância. O problema era que ele usava uniforme militar.

—Meu nome é Mark, sou o mordomo da mansão dos Hill's, precisava de algo? — perguntou Mark, um tanto nervoso, da carruagem.

—Sou o general Sirius, venho com Sua Majestade, a rainha Arabela. Estamos aqui há dois dias e não podemos entrar, sabe por quê? — perguntou o general, sério e irritado, do lado de fora.

—Sua Majestade também está aqui? — arregalando os olhos, Mark perguntou muito surpreso.

Então, de uma tenda não muito longe da carruagem, saiu a rainha Arabela, igualmente vestida com o uniforme militar, sem dúvida uma mulher linda, de cabelos prateados e olhos cor de mel, demonstrava segurança e carisma ao caminhar.

Foi aí que Mark saiu da carruagem e se ajoelhou diante da rainha, fazendo uma reverência, o mesmo fez a moça que o acompanhava.

—Majestade, é uma honra poder vê-la. Diga-me, em que este seu súdito pode servi-la? — perguntou Mark, ainda de cabeça baixa.

—Levem-nos à sua senhora, preciso falar com ela, já perdi muito tempo tentando entrar à força — respondeu a rainha Arabela, muito irritada.

Mark concordou com o pedido da rainha, aproximou-se da barreira, encostou a testa nela e logo uma parte da barreira se abriu, deixando passar a carruagem de Mark, enquanto a rainha e alguns de seus acompanhantes começaram a passar, ela não se importou muito em levantar acampamento.

Apenas cerca de trinta homens haviam passado quando a barreira começou a se fechar, ao observar isso, todos começaram a correr, não conseguiram impedir o fechamento da barreira e isso fez com que alguns homens perdessem a vida, deixando seus corpos em ambos os lados da barreira.

O general ficou furioso e por isso se dirigiu a Mark, o ergueu pelo pescoço e deu-lhe um forte soco no rosto, fazendo com que sangrasse dentro da boca, o homem estava prestes a bater em Mark novamente, mas não pôde porque uma voz retumbante o deteve.

—Não se atreva a levantar a mão para um de meus subordinados — ouviu-se a voz de uma mulher muito irritada.

De repente, Sabrina apareceu ao lado do general, tirou Mark, deixando-o no chão, parou na frente do general, olhou para ele fixamente e então o atacou, defendendo seu subordinado, que não tinha culpa de nada, o que Sabrina fez chocou a todos, pois ela havia mutilado aquele homem. Pelo que ela fez, ele nunca mais poderia lutar.

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