Capítulo 6

Depois de toda aquela conversa, Sabrina adormeceu nos braços do pai, pois estiveram consolando-a durante um bom tempo, até que se acalmou e adormeceu.

O duque levou-a para o seu quarto e entre os dois, a duquesa e o duque, começaram a planear tudo para realizar o que se tinham proposto, por enquanto naquela mesma noite, enviaram um mensageiro para avisar que Sabrina chegaria em breve para tomar posse do ducado Hill’s em Altea.

—Como faremos para salvar todos os nossos filhos?— perguntava a duquesa ao seu esposo.

—Diremos a eles sobre o que decidimos, só eles poderão tomar a decisão de ir connosco e perder o seu estatuto, ou ficar e continuar as suas vidas até que os reis ou o príncipe os permitam, não deixarei que nenhum morra, chegado o momento, eles poderiam ser recebidos de braços abertos na nossa nova casa, mas não podemos obrigá-los e muito menos dizer-lhes a verdade— cabisbaixo, respondia o duque.

As decisões que os duques deviam tomar daquele momento em diante, só os afetaria a eles especificamente. Não prejudicariam o estatuto dos seus filhos, a menos que eles assim o decidissem.

Finalmente puderam descansar, depois de fazerem uma infinidade de contas, para verificar se tinham a solvência económica e sustentar a manutenção de dois ducados ao mesmo tempo, só que não imaginavam, que Sabrina faria a sua parte estando no ducado Hill’s.

A manhã tinha chegado, Sabrina levantou-se muito cedo e arrumou as suas coisas, estava mais do que pronta para ir daquele lugar, estando longe poderia manter a salvo a sua família, pelo menos durante algum tempo, enquanto ela idealizava um plano para poder salvá-los.

Desceu até à sala e estavam reunidos todos os elementos da sua família, desta vez incluídas as esposas dos seus irmãos, já que todos estavam casados, com exceção de Arthur que tinha sido abandonado anteriormente.

—Disseram-nos que te vais embora, porquê tão repentinamente?— perguntou Sant, aproximando-se de Sabrina.

—Bem, os nossos pais assim o decidiram, talvez uma mudança de ares faça com que eu queira casar— rindo baixo, Sabrina respondeu. Ela também estava consciente que não podia dizer a verdade aos seus irmãos, pois ao fazê-lo desencadearia um caos.

—Sentiremos a tua falta, pequena— disse Leo, aproximou-se e abraçou a sua irmã.

O mesmo fez a esposa deste, que sempre se tinha portado muito bem com Sabrina, ela era uma plebeia, mas conseguiu apaixonar o seu irmão e por isso decidiram casar-se, já que os duques nunca se importaram tanto com o estatuto das esposas dos seus filhos, eles sempre quiseram que fossem felizes.

—Vou sentir a tua falta, Sab, gostaria de ir contigo, mas não posso— dando um abraço, a esposa de Leo, de nome Amber, despedia-se de Sabrina.

Correspondendo ao abraço, Sabrina sussurrou-lhe ao ouvido. —Sei que estás grávida, por favor se em algum momento te sentires em perigo, não hesites em vir comigo, estarei sempre aqui para ti— disse Sabrina, apertando fortemente Amber, quem se surpreendeu ao dar conta do seu estado, já que nem sequer o seu esposo o sabia.

Assim passaram a despedir-se os irmãos e cunhadas da moça, desejando-lhe uma boa viagem e esperando que regressasse em breve.

Era o momento de Sabrina partir. Iria acompanhada por trezentos soldados, e depois disso, só os que decidissem mudar-se com as suas famílias para a nova casa dos Tinks, seriam recebidos.

—Capitão Marius, confio-lhe muito a minha pequena — disse o duque.

—Sim senhor, asseguro-lhe que a protegeremos como o temos protegido a si, agora vamos— assegurando que faria um excelente trabalho, o capitão Marius despediu-se.

Sabrina subiu para a sua carruagem e começou o seu caminho, rumo ao reino de Altea. Ia com expetativas novas, cheias de esperança, por uma vida mais longa e feliz.

No seu caminho, saindo do território onde estava a mansão dos duques, ia chegando uma carruagem, da qual descia Arabela, a rainha de Altea. Justamente visitava Sabrina para avisá-la sobre o seu filho e também para lhe propor algo, mas era tarde, Sabrina já não estava.

—Bom dia, estou à procura da Senhorita Sabrina Tinks, disseram-me que vivia aqui— falava a donzela principal da rainha, era a única que tinha descido da carruagem.

—Ela não está, mas diga-me quem a procura e avisarei os duques— dizia o mordomo da mansão.

—Procura-a, Arabela Hunter, rainha de Altea. Estou aqui para visitá-la— não se pôde conter as vontade e a rainha, tinha descido da carruagem para falar pessoalmente com o mordomo.

O homem ao escutar quem era, fez uma vénia e pediu que entrassem em casa, ofereceu-lhes chá e aperitivos, enquanto esperavam pela duquesa, que seria a única a receber uma pessoa tão importante.

—Duquesa, há alguém na sala, está à procura da Senhorita Sabrina. É alguém importante— muito nervoso, informava o mordomo.

—De quem se trata?— perguntou a duquesa.

—É a rainha de Altea, diz que quer falar com a Senhorita. O que lhe digo, excelência?— parado na porta do quarto, o mordomo esperava resposta.

—Não digas nada, vamos. Quero saber porque é que uma pessoa tão importante e de outro lugar procura a minha filha— disse a duquesa, o seu rosto parecia preocupado e incomodado ao mesmo tempo.

Desceu até à sala e observou como se comportava aquela mulher, enquanto a esperava. Assim esteve durante uns segundos, de longe e depois aproximou-se.

—Muito prazer, o meu nome é Luna Tinks, esposa do duque Tinks. Em que posso ajudá-la?— com o rosto sério, perguntou a duquesa.

—Um prazer, o meu nome é Arabela Hunter, rainha de Altea. Estou aqui para falar com Sabrina Tinks, assumo que é sua filha, poderia chamá-la?— apresentando-se, pediu a rainha.

—Infelizmente majestade, a minha filha não está e não estará a partir de hoje. Ela foi viver fora do reino, agradecia que não voltasse a procurá-la— ainda de pé, a duquesa respondeu.

—Vejo que se incomodou com a minha presença, não era minha intenção causar qualquer inconveniente, mas se não me deixar ver a sua filha, falarei diretamente com os reis de Auroria, assim poderei vê-la— pondo-se de pé, era a rainha quem falava impondo-se em frente à duquesa.

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