Lenore se sentia vazia de emoções. Oca a ponto de não haver nem mesmo cócegas de lágrimas em seus seios da face. Ela apenas ficou lá e olhou para o teto sombrio com olhos sombrios.
Depois de um tempo, alguém se abaixou pela abertura da câmara em que ela estava, mais alta que a entrada e bloqueando a luz quase
completamente.
Quem quer que fosse, congelou quando percebeu que ela estava acordada.
Ela franziu a testa ligeiramente quando não viu nada além de duas esferas verdes flutuantes. Cada uma delas tinha o tamanho do punho de uma criança pequena e parecia girar como um vórtice de fogo, movendo-se
lentamente em uma rotação.
Essa é uma luz muito estranha. Mas, como antes, ela notou que eles não iluminavam nada.
— Você está acordada.
A voz era um barítono tão profundo, tão
pesado e carregado de suavidade aveludada que cantava por seu corpo como um tambor silencioso.
Era tão agradável que ela quase quis fechar os olhos de satisfação por poder ouvir uma voz tão bonita.
Definitivamente um anjo.
Nenhum homem humano poderia ter produzido um som tão decadente, nem poderiam cheirar tão bem. Ela esperava que a voz dele pudesse ricochetear nas paredes e atormentar seus ouvidos novamente.
— Eu consegui mais água para você.
Ele afirmou, e ela finalmente fechou os olhos só para poder ouvi-lo. Ela não conseguia se lembrar da última vez que alguém falou tão baixinho com ela, com uma emoção tão
suave.
— Eu usei o resto lavando você antes.
Isso a fez abrir os olhos com a pontada de mortificação. Não havia acusação em seu tom, nenhuma zombaria ou escárnio, mas Lenore sentiu vergonha do mesmo jeito.
Ele começou a se mover pela câmara, deixando a luz fraca do lado de fora preencher o espaço, mas isso não ajudou muito para mostrá-lo.
Ele parecia alto, muito alto, quando colocou o balde que estava segurando no chão. Suas costas sombreavam a frente dele contra a luz, tornando impossível ver, além de uma única orbe verde flutuando onde ela achava que seu rosto deveria estar.
Isso é algum tipo de farol? Os humanos costumavam usar faróis de chama para enxergar no escuro.
— Há quanto tempo estou aqui?
Ela perguntou fracamente.
Ela encontrou uma maneira de se apoiar em algo para apoiar sua posição ereta. Era difícil quando ela esperava que um travesseiro suavizasse sua posição ligeiramente ereta na cama.
— Alguns dias.
Ela não pôde deixar de notar que ele continuava de costas para ela. A maioria das pessoas já teria acendido uma vela para
permitir que falassem na luz, mas ele permaneceu onde estava, agachado ao
lado do balde.
— Você estava muito quebrada. Levei um tempo para curar você.
— Como eu sobrevivi?
Ela sussurrou, mais para si mesma do que
para ele.
— Quando eu bati no chão, eu deveria ter... me quebrado.
É isso que ela queria?
— Você caiu em cima de mim. Acho que amorteci sua queda e sofri o impacto sozinho.
O rosto de Lenore empalideceu.
— Pelos deuses, eu sinto muito.
Seu horror desapareceu rapidamente e
ela começou a franzir as sobrancelhas.
— Como você sobreviveu então?
— Eu me curei. Então eu trouxe você para minha casa.
Curar? Ela pensou. Humanos não podem curar.
Ela desejou que ele se virasse para que ela pudesse vê-lo, mesmo que apenas um pouco. Ela queria olhar para seu salvador, para saber se ele era tão bonito quanto sua voz e seu perfume.
— Você é um anjo?
Seu coração não disparou como poderia se ela fosse qualquer outra pessoa.
Encontrar algo tão fantástico quanto um anjo deveria tê-la deixado maravilhada. Em vez disso, ela sentiu o vazio frio que sentira ao caminhar até aqui.
Ela queria sentir admiração, sentir-se viva, sentir qualquer coisa em vez do vazio que sentia agora que não podia mais atormentar Túlio por toda a dor que não podia distribuir em Tales.
Ela nunca soube que tinha um lado
rancoroso assim. Ela sempre fez o que lhe foi dito sem reclamar.
— Não sei o que é isso, mas não sou nenhum anjo.
Não um anjo. Ele disse que ela caiu em cima dele, o que significava que ele estava dentro do Véu do purgatório.
— Você é um Demônio, então?
Nenhum medo entrou nela. Ser comida significava que ela iria desaparecer, mas ela não gostava muito da ideia da dor que viria primeiro.
— Você me preparou para poder me comer
quando eu estiver melhor?
Talvez eu tivesse um gosto melhor assim.
— Não.
A palavra foi dita suavemente, mas continha uma escuridão.
Isso deu a sua voz um tom baixo ainda mais profundo que fez sua pele formigar.
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Atualizado até capítulo 159
Comments
Clesiane Paulino
em qualquer situação... uma rejeição esma nosso coração 🥺🥺🥺
2025-02-02
0
Mary Lima
O pavor de ser.rejeitado é.grande ,chega dar pena.
2024-07-22
0
Valda Martins
Está co medo de ser rejeitado
2024-04-29
4