Lenore acordou com a boca seca, como se estivesse coberta de areia grossa. Ela estava tão desidratada que nem tinha saliva para ajudá-la a engolir e tentar a fez engasgar quando sua garganta ficou presa.
Água. Ela tentou implorar por isso, como se alguém pudesse estar lá para ouvi-la, mas tudo o que saiu de sua boca foi um chiado. Água.
Erguendo a mão para agarrar algo, qualquer coisa, que pudesse saciar sua sede, ela mal
se moveu sob o poder de sua letargia.
Seus olhos se abriram levemente quando algo redondo, como uma tigela rasa, foi pressionado contra seus lábios. Sua visão estava turva, pois seus olhos pareciam desidratados como o resto dela.
Também estava escuro, pois não havia luz do sol ou de uma vela.
A tigela virou e água fresca começou a entrar em sua boca. Ela engoliu em goles desesperados e gananciosos.
Ela não se importava que estivesse
enchendo sua boca muito rapidamente e pingando de seus lábios e descendo
pelo queixo para encharcar a frente de seu vestido.
A tigela foi retirada.
— Por favor, mais.
Ela implorou com uma voz quebrada e rouca.
A tigela veio mais uma vez. Lenore engoliu em seco e quase chorou quando estava vazia a foi embora.
Em vez de responder a seu apelo com mais, algo mais foi pressionado em seus lábios. Era duro, pontiagudo e tinha um gosto vago de cenoura coberta de terra. Ela estava muito fraca para dar uma mordida.
— M-Muito duro.
Ela disse à escuridão.
Na verdade, não era apenas escuridão. Havia uma luz, mas não iluminava nada além de si mesma.
Duas orbes verdes flutuantes dançavam em sua visão turva, destacando a brancura ao seu redor, mas nada mais. Ela não conseguia entender o que era, mas aquele verde flutuante era estranhamente... reconfortante.
Isso afugentou sua apreensão por estar no escuro.
Havia luz com ela. Ela não estava sozinha. Isso era tudo o que importava.
Onde estou? Eu morri? A vida após a morte parecia um pouco real demais. Sua sede e fome eram muito predominantes, mas ela esperava que esse fosse o vazio de qualquer maneira.
Algo muito mais suave foi colocado contra seus lábios. Era redondo e, quando ela deu uma mordida, soube que era um mirtilo pelo sabor que explodiu em sua boca.
Mais foram dados a ela antes que uma fruta mais grossa fosse dada, uma framboesa.
No momento em que ela foi capaz de dar uma mordida singular em um morango, Lenore usou toda a energia que tinha e desmaiou.
Quem quer que a estivesse ajudando continuava pressionando a comida em sua boca, mas ela não conseguia mais abrir as mandíbulas.
Não conseguia levantar um braço.
Ela não conseguia nem manter os olhos abertos.
Uma mistura de cheiros veio até ela. O mais prevalente foram os dejetos humanos. Assim que sua mente encontrou aquele cheiro pungente, ela se apegou a ele e ela se sentiu inegavelmente envergonhada.
Ela não podia expressar isso, nem mesmo reagir fisicamente. Nenhuma lágrima caiu, mesmo quando a pessoa começou a lavá-la com um toque leve e cuidadoso e um pano.
Se esta é a vida após a morte, gostaria que houvesse uma maneira de morrer ainda mais.
Lenore teve que permitir que essa pessoa, de quem ela ainda não tinha visto uma única peça, a limpasse. A comida e a água foram suficientes para matar sua fome e sede, mas só lhe deram energia suficiente para continuar respirando, para que seu coração continuasse batendo.
Ela sucumbiu ao sono no meio da limpeza.
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Atualizado até capítulo 159
Comments
Clesiane Paulino
que fofo ... limpou ela 🥹🥹🥹
2025-02-02
0
Mary Lima
Nossa que cavalheiro,teve direito até ao banho./Tongue//Tongue//Tongue//Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2024-07-22
0
Valda Martins
Que lindo eles até limpou ela
2024-04-29
6