Pietra é mais inocente que pensei que fosse

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Pietra dormiu depois de g*zar pra mim até perder as forças nas pernas e eu a envolvo em um abraço por trás.

Espero que ela deixe de bobagens e concorde de uma vez por todas em ser minha, eu quero muito fazer isso com ela. Tenho planos intensos pra nós dois, e todos eles envolvem que ela confie em mim cem por cento e me obedeça sem questionar, coisa que não pode acontecer enquanto ela não assina o bendito contrato.

**********

Volto da corrida pelo bairro e penso no que fazer hoje, as minhas manhãs eram todas preenchidas pelas aulas de história, agora não tenho muito o que fazer.

Isso é ruim, mente vazia leva ao ócio, que por sua vez leva o homem para a destruição. Não quero me tornar um vadio a essa altura do campeonato. Estou no elevador quando meu telefone sinaliza com uma mensagem de Antonieta.

📱- Oi, meu filho. Acordei pensando em você, será que posso te ver?

Entro no meu apartamento antes de digitar.

📱- Pode sim, eu comprei um apartamento pra ficar melhor instalado na cidade. Quer vir conhecer?

Eu mandei entregarem algumas compras aqui, Elizabeth chega só no mês que vem junto com o restante das minhas coisas, então eu preciso me virar em casa.

📱 - Onde é?

Mando pra ela o endereço e automaticamente Antonieta diz:

📱 - Pietra mora aí, olha que coincidência.

Dou uma gargalhada.

📱- Olha, é mesmo? Eu não sabia, depois mando um "oi" pra ela.

Tomo um banho depois de encerrar a conversa com ela e apronto um bom café da manhã. Louis me mandou algumas propostas por email e eu vou dar uma olhada assim que eu conseguir escrever pelo menos mais um capítulo do meu livro.

Eu sei que eu disse que não tenho nada pra fazer aqui, mas é o contrário, eu tenho sim. O problema é que não é o que eu quero fazer, dá pra me entender?

Estou começando a ficar obcecado por Pietra, Isso está me deixando louco. Não consigo pensar em nada que não seja relacionado a ela, um verdadeiro inferno.

Com muito custo eu me obrigo a trabalhar até o horário do almoço, quando Antonieta chega. Ela olha pra tudo com atenção e abre um sorriso.

- Seu apartamento é lindo, de muito bom gosto.

Olho ao redor como se fosse a primeira vez que eu visse.

- Que bom que gostou.

Ando com ela pela sala e nos sentamos no sofá.

- Pensei em pedir um delivery pra gente.

Ela retorce uma careta pra mim como se eu tivesse dito um absurdo.

- Não tem comida em casa?

Digo a ela que tenho sim, mas que não levo jeito pra cozinhar nada a não ser ovo e bacon pra um café.

- Vamos lá, eu cozinho.

- Não disse pra você vir aqui pra isso. Por falar nessa situação, você pretende continuar trabalhando como governanta?

Eu sei que estamos engatinhando ainda nessa relação de mãe e filho, e que é uma profissão muito digna, não é qualquer pessoa que comanda uma casa do tamanho da casa de Ítalo, mas não acho que seja viável ela continuar trabalhando lá. Minha personalidade cuidadora dá sinais de controle com mulheres estranhas, obviamente está começando a dar sinais com ela também. Quero ela bem e confortável.

- Pretendo sim, eu gosto de ficar com a mente ocupada. Eu sei que você é bem importante, não quero te envergonhar, mas eu sou feliz fazendo o que eu faço.

Faço uma careta ouvindo isso.

- Não perguntei por sentir vergonha do que você faz, perguntei porque quero você tranquila.

Antonieta me dá um sorriso sem mostrar os dentes e de um jeito bem amável.

- Eu não faço nada pesado, meu filho, Lio não deixa. Eu cuido mais é da cozinha e coordeno as meninas da limpeza. Aliás, se quiser eu mando alguém vir aqui pra limpar.

Aceito a proposta dela e digo que Elizabeth chega daqui alguns dias, mas que também não lida com limpeza pesada.

Nós vamos até a cozinha e ela abre os armários e a geladeira conferindo as coisas.

- Posso fazer pra você a comida preferida do seu pai?

A expressão dela é de quem arriscou em uma pergunta difícil e espera uma resposta positiva.

- Pode sim.

Antonieta se livra dos acessórios e pega farinha, ovos e mais algumas coisas.

- Paolo gostava de Capeloni recheado com ricota e espinafre, pra acompanhar tinha que ter carne desfiada. Era um exagero, mas ele era um homem bruto e enorme, tinha que ter um bom prato.

Ela me pergunta se tem alguma carne e eu abro o congelador pegando a paleta.

Antonieta me ensina a misturar a massa fresca enquanto a carne cozinha na pressão. Um verdadeiro ritual na beirada do fogão. Enquanto eu vou ajudando no que posso, decido fazer algumas perguntas. Eu não me aprofundei no relacionamento dela com Ítalo, Antonieta me contou apenas como se apaixonou rápido por meu pai e como ele tratava ela feito uma rainha. Ao que parece eles levam a sério o lance de tratar a mulher bem, pelo menos é o que manda a lei deles.

- Como conheceu Ítalo?

Ela comprime a boca em uma linha fina.

- *Não posso te contar os detalhes, Paolo, vou apenas dizer que a vida de Ítalo sempre foi uma "Storia di Vendetta"*. Desde a morte dos pais ele ficou focado nisso, e eu servi ao propósito dele pra narrar fatos passados que pessoas distantes não poderiam narrar*.

Interessante.

Decido arriscar.

- Ele foi atrás de você pra saber sobre a história do meu pai e a ex mulher dele?

Ela solta o ar.

- Sim, foi isso mesmo.

Antonieta tem devoção a Ítalo, mas eu sou o filho dela, vou conseguir o que quero aqui.

- O problema dele é com o tal de Bruno Romano, não é?

O olhar dela se levanta pra mim.

💭Cheguei no ponto principal aqui! 💭

Antonieta passa a língua pelos lábios pensando no melhor jeito de me responder.

- Eu não sei bem...

Estreito os olhos pra ela e nego com a cabeça enquanto tiro meus óculos.

- Por favor, Antonieta, não me trate como um moleque bobo. Sou capaz de apostar que Ítalo se casou com Ambra movido por esse ódio, mas no meio do percurso essa história se transformou em uma não apenas de vingança. Ele caiu no conto de "Amore e Vendetta".

Ela solta o ar com força.

- Vamos deixar esse assunto pra lá, bambino mio.

Não vou cutucar mais, eu tenho outra fonte bem mais fácil de extrair informações.

********

Já é início de noite quando Antonieta vai embora, eu tomo banho e pego meu celular.

📱- Vem aqui conhecer meu apartamento, tem um vinho que quero dividir com você. Vem de vestido e sem calcinha.

A resposta de Pietra vem automática e me faz ter um espasmo.

📱- Chego daqui vinte minutos, meu Senhor.

Preciso daquela calça jeans.

********

Busquei um lençol pra cobrir nós dois enquanto assistimos um filme na TV depois de uma f*da de fazer inveja em qualquer um no sofá. Pietra fica linda depois de se entregar pra mim, sempre com um leve rubor no rosto e o cabelo bagunçado. Faço um carinho na cabeça dela enquanto ela está apoiada no meu peito.

- Antonieta me disse que veio te visitar hoje, ainda está entrevistando ela?

Isso me intriga. Ela não sabe minha ligação com a governanta do irmão?

- Não, as entrevistas com ela acabaram. Antonieta veio por outro motivo, Honey, ela é minha mãe.

Pietra me olha chocada.

- Mas pelo que Ambra me contou quando chegou na casa dela e de Ítalo você é filho de Fausta, não?

Nego com a cabeça.

- Não, aquela ordinária mentiu sobre isso a vida inteira. Seu irmão ajudou Antonieta a me ter de volta.

Que interessante essa dinâmica de Ítalo com a irmã. Ele a julga inocente demais pra saber das coisas? Pois eu vou dar a ela um pouco de luz e me iluminar também.

- Fausta enganou meu pai pra se casar com ele, ela não podia ter filhos. Quando ele descobriu pediu autorização pra entrar com o divórcio e conseguiu. Ele conheceu Antonieta no meio do processo e viveu com ela por mais de três anos, eu nasci da união dos dois, até que ele morreu em um incidente de carro organizado pela ex mulher. Fausta me sequestrou e me mandou pra longe, pra ficar com a herança.

Pietra me surpreende. Ela me abraça apertado, querendo de alguma forma me consolar pela história de vida triste que eu tenho.

- Você vai ver como sua mãe de verdade é boa. Ela é uma pessoa maravilhosa, com um coração enorme e eu tenho certeza de que te ama muito...

Ela me solta e olha pra mim fazendo um bico. É uma moleca ainda.

- ... Queria tanto poder encontrar minha mãe, infelizmente um acidente de carro levou ela e meu pai quando eu era apenas um bebê de seis meses.

Aaaaaah não é só a esposa que Ítalo engana.

Ah, Honey, eu não vou cortar sua ilusão. Saber que seus pais foram ass*ssinados feito animais dentro da própria casa não é algo legal de se saber, melhor deixar ela na ignorância mesmo.

Uso essa brecha pra me favorecer, puxo ela pra um abraço também.

- Eu cuido de você, Honey, pode deixar.

Dou um beijo calmo nela e nós voltamos a prestar atenção na televisão. Eu só espero que Ítalo não seja um imbecil e magoe a irmã com essa história toda de vingança.

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* História de vingança.

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