A profecia dos corvos se cumpre: O bater de asas

"Senhorita Alyssa! Me chamo Connors, do departamento de investigação forense, tenho assuntos importantes a tratar", dizia o investigador que, para nossa surpresa, depois de duas semanas, chegava ao local onde Bartholomeu Barns foi morto. Uma morte sem pé nem cabeça, na mente do policial que agora investigava o caso, tendo como única pista a também falta de órbitas oculares na vítima, descritas na carta que a ele foi enviada. É possível ver Alyssa Barns abrindo a porta para o policial, enquanto a cena vai se mudando aos poucos. Tudo que temos certeza é que este policial sairá de lá com menos pistas do que quando chegou.

A cena agora alterada nos leva para uma Brigada Militar, localizada nas fronteiras de Lustershire onde um conflito civil ocorre. Podemos ver alguns soldados militares em um pequeno quartel, enquanto um deles retruca:

"Esses caras não sabem onde metem o nariz, seria muito mais fácil se eles aceitassem calados", dizia um deles, não deixando claro sobre o que falava.

"Então a vida de civis inocentes que morreram até agora não importa para você, Senhor Crowell?" perguntava o mais novo promovido a soldado, Layne.

Enquanto Crowell se mantinha calado.

Um homem entrava pela porta do quartel. Crowell, Layne e todos os outros militares se posicionavam e batiam continência.

Enquanto o sargento já se adiantava em explicar as notícias atualizadas:

"Esses nativos não querem realmente sair daqui, não importa o que façamos, eles tendem a agir violentamente."

"Mas senhor, estamos invadindo o território que os pertence, e se os tirarmos daqui para fins de construir uma metrópole, eles não terão para onde ir", Layne interrompia o sargento.

"Quem te deu permissão para falar, novato?" o sargento respondia.

Enquanto Layne abaixava a cabeça.

"Amanhã vamos voltar para aquela trincheira. Quando chegarmos até aqueles pe*** vermelhas\, vamos exigir nosso mais novo território. São ordens de cima e eles terão que obedecer. Caso contrário\, não guardem suas balas para usar de festim em festa de aniversário"\, o Sargento falava\, não perdendo a chance de soltar uma piada ruim.

Enquanto isso, a leste dali, podíamos ver as aldeias dos nativos indígenas. Cabanas distanciadas umas das outras, uma fogueira no meio delas estava formada. Eles dançavam e faziam coisas normais de sua cultura, sem nem sequer ter noção de que eram vigiados por um olhar de curiosidade, o olhar de um corvo...

Após as tarefas diárias, a noite no quartel era chegada. Layne se encontrava com o pior espaço, obviamente o tratamento de um novato:

"Vê se não ronca, ou te jogo esse maço de cigarro pela guela" dizia Crowell, que estava na cama ao lado da cama de Layne.

Layne apenas se ajeitava, se aquietava e ia dormir. A noite vagarosamente passava, o assobiar das corujas alcançava os ouvidos já adormecidos dos militares. As horas que se passaram, até que cedo, não eram nem 6 horas da manhã, o Sargento tratou de acordar todos que ali estavam, que levantavam rapidamente, já batendo continência.

"Todos em fila!"

Ordenava o sargento, ou melhor, gritava.

"Todos enfileirados!"

o sargento continuava:

“Vamos tomar aquele lugar hoje. Eles não são donos dessa terra, nós somos. Temos mais poder de fogo e inteligência. Vamos voltar para aquela trincheira agora, e reivindicar nosso direito ao território. Se eles não obedecerem, lembrem-se bem. Não guardem suas balas.”  dizia com sua completa arrogância,

Enquanto víamos seus homens, marchando para fora do quartel, indo em direção aos cavalos. Eles montavam seus cavalos, no escutar dos trotes barulhentos dos galopes, víamos pelo menos 20 soldados, incluindo o Soldado Layne, que era importunado por Crowell:

"Afim de capar alguns selvagens? 20 dos nossos são mais que o suficiente", com sarcasmo, dizia Crowell.

"Espero que não seja necessário conflito. Se for para tirá-los de lá, que seja pacificamente", Layne respondia. O outro soldado ao lado de Layne ria de sua última fala, enquanto dava uma leve acelerada em seu cavalo, após seu deboche.

Uma boa caminhada era vista. Eles passavam por lugares desérticos com seus cavalos, em alta velocidade, paravam para beber água, mas logo continuavam sua jornada, rumo às aldeias dos infortunados Indígenas, após uma sessão de galopes, aqueles homens chegavam ao seu destino, parando um pouco antes de entrar na área da aldeia. Eles desciam de seus cavalos. O sargento ordenava Layne e mais outro soldado para irem mais à frente e darem visão. Ordem que Layne não pensou duas vezes em cumprir, juntamente de seu parceiro. Eles se aproximavam de uma pequena parede rochosa. Eles poderiam escalar e pular por ela, mas assim que o fizessem, já estariam em território indígena. Layne foi o primeiro a pular, seguido por seu parceiro. Após observar o local, viam as cabanas que por ali estavam, enquanto ajudavam seus outros companheiros militares a subir. Até que então um dos índios que por ali rondava, na volta de sua ronda pelo outro lado da aldeia, os avistou. Fazendo um barulho com a boca, que alertava toda a aldeia, um alvoroço feito, índios corriam para pegar seus arcos e lanças, enquanto os soldados que já terminavam de escalar, apontavam suas armas. um alvoroço e adrenalina eram interrompidos por um disparo. O índio que soou o alarme caía sem vida no chão. Crowell era quem havia disparado. Layne olhava para tudo aquilo descrente do que Crowell fez, enquanto Crowell, pelo olhar de Layne percebendo sua indignação, retrucava:

"Da próxima vez que pensar em servir, lembre-se, um confronto não existe sem mortes."

Ouvia Layne indignado. Um jovem que estava ali apenas para preencher um desejo de seu pai, que o queria nas forças armadas, vivendo o desejo e sonho de seu pai, não o seu próprio.

No meio de todo o alvoroço, as armas daqueles homens cuspiam pólvora sem cessar, enquanto Layne se recusava a atirar. O sargento notava tudo de longe, não falando nada com Layne, mas que com certeza tomaria punição mais tarde.

"Em nome da pátria! Eliminem todos!" - os soldados obedecendo cegamente as ordens daquele sargento sem empatia, invadiam as cabanas, matavam quem estivesse na sua frente, não se importando com as mulheres ou crianças. Os indígenas, em desvantagem de poder de fogo, foram tristemente aniquilados, enquanto o jovem Layne, ele tinha um bom coração, pelo menos ao ponto de chorar em silêncio pelo seu interior, ao ver a destruição que seu batalhão ali causou. Talvez se ele soubesse, ele ficaria feliz com isso, mas ele não era o único, o único a "chorar" naquele momento.

Os homens gastaram bastante tempo explorando toda a aldeia, até que o Sargento decidiu que voltariam no dia seguinte, para limpar o local, enquanto enviariam uma carta para seus superiores. Uma carta que, com palavras diferentes e uma visão diferente, contaria sobre um massacre tremendamente desnecessário, apenas para cobrir seus desejos.

Eles subiam em seus cavalos e iam em grande velocidade pelo mesmo caminho do qual vieram. As mesmas cenas de galope eram vistas, até que ao quartel chegaram, já escurecendo.

Os homens que agora dentro do quartel, após tomarem um banho, se aprontavam para dormir, aguardavam o próximo dia, que para eles, não iria chegar. Todos já estavam deitados. Layne olhava para o alto, pensando em todas as atrocidades que presenciou, e seu próprio ser entrava em conflito, em sentimento de culpa. Mesmo que ele não tivesse feito nada, esse era era exatamente seu conflito interno, porque em sua mente, ele não fez "nada".

Enquanto isso, Crowell se levantava para ir ao banheiro. Seria apenas uma coisa normal, se no momento que ele chegasse ao banheiro, seus gritos não fossem ouvidos. Todos os soldados se levantavam, com esse estranho alarme. Os cinco soldados que foram ao banheiro ver o que tinha acontecido, também não voltaram. Agora o sargento acordava com o barulho que os soldados faziam ao se levantarem. quando se levantou em seu quarto, tudo que ele via era um homem olhando diretamente para ele, com a única fala:

"O pacto foi feito, agora você precisa morrer, Sargento."

Quando o sargento se preparava para pegar sua arma embaixo de seu travesseiro, ele já tinha sido atacado, sem termos muitos detalhes, apenas notavamos a face agora irreconhecível do sargento. O domador saía pela porta do quarto do Sargento, apenas para se deparar com seus homens, que estavam indo alertar o sargento sobre o ocorrido, enquanto Layne se levantava, também curioso para saber o que estava acontecendo, os homens começavam a atirar. O domador, em sua agilidade, matava um por um dos que ali estavam, enquanto seus corvos surgiam aos montes e também atacavam aqueles homens. Todos tinham seus preciosos sentidos da visão tirados de si. Enquanto Layne, que acabava de sair de seu quarto correndo após ouvir os tiros, chegava segundos atrasado, e via a pior imagem em sua vida após o massacre dos nativos: outro massacre, mais corpos. Eles tinham acabado de morrer, e todos, todos não tinham seus olhos. Enquanto Layne caía de joelhos no chão, frustrado e sem palavras, ao mesmo tempo que perplexo, uma pena caía aos poucos. Uma pena preta, essa pena caía em suas mãos, apenas deixando Layne mais perplexo e confuso. Enquanto a cena se distancia, não nos dando resposta do que aconteceu depois, mas nos dando a certeza, Layne nunca se esqueceria do que viu, e ele teria um álibi para provar.

Enquanto isso, podíamos ver o Domador saindo daquele lugar, caminhando e se distanciando do quartel, olhando para frente com seu olhar sereno. Acompanhado por vários corvos, alguns eram libertados enquanto seguia seu caminho, que parece ter terminado, naquele lugar.

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Comments

Տɑɾɑհ ♡

Տɑɾɑհ ♡

só pq se me falou o penúltimo,quero chegar rápido lá agora /Facepalm/

2023-12-28

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