Gritos por socorro...

Em um breve salto no tempo, uma semana se passa desde os acontecimentos em Busken. Agora, com nossa atenção novamente em Londrine, ouvem-se barulhos de alguém batendo à porta. Um homem, que parece ser um oficial militar, bate na porta do escritório do Oficial Connors. Este último estava analisando uma papelada, em busca de um sentido para o suposto assassinato em um beco aleatório daquela cidade. Uma pequena conversa entre o Sr. Connors e o oficial acontece. O oficial vai embora, mas não antes de entregar mais alguns documentos para Connors, que agora lê os documentos, relacionando as semelhanças entre o crime do beco e um recente crime na cidade de Busken. Dentre as semelhanças daqueles crimes, o que mais chamava sua atenção era a falta de órbitas oculares nas duas vítimas. Havia outro incidente ligado à vítima deste mesmo crime. A vítima, um homem de 45 anos, viúvo, tinha em sua casa algo curioso, mas nauseante: um corpo não identificado. Isso deixava Connors cada vez mais confuso, mas ele assumiu que aqueles dois corpos eram obras do mesmo assassino. O homem continua a ler sua imensa papelada, enquanto aos poucos a cena se escurece, nos levando para um plano diferente na manhã seguinte.

Vemos um brilho vindo de uma janela. Com o afastar da imagem, um quarto muito bonito e polido é mostrado. Há um quadro de uma mulher na parede, uma mulher de família nobre. Este quarto pertence a Nicoletta, uma jovem garota em seus 20 anos, dona de um jeito inocente e doce. Seu pai bate à porta. Ele é um barão, de caráter egoísta e ganancioso quando o assunto são seus bens, mas amoroso para com sua filha. Ao abrir sua porta e ter um breve diálogo com seu pai, podemos ouvir alguns trechos da conversa:

- Um grande dia, querida! Se sente pronta para o tão esperado cruzeiro que seu pai irá lhe proporcionar? - diz ele com uma expressão alegre.

- Nunca me senti mais animada para algo em minha vida. - com uma alegria juvenil, a garota responde.

- Me alegro. Enxugue seu rosto e desça, teremos um belo café da manhã entre pai e filha. - diz seu pai enquanto ouvimos seus passos descendo os degraus da escada.

A garota, olhando para a janela com um pequeno sorriso, acorda com uma tremenda alegria. Ela lava seu rosto e sai de seu quarto. A cena continua no quarto, agora vazio, alguns segundos após a saída da garota. Enquanto a cena vai lentamente para mais perto da janela, podemos vislumbrar uma pequena pena preta. Com suas cores mórbidas, ela cai até sair de vista. No mesmo momento, a cena é cortada...

Três dias se passaram desde que a jovem Nicoletta nos foi apresentada. Agora, vemos a jovem, que de mãos dadas com seu pai, ambos aguardam em um porto.

Pombos e pássaros são vistos naquela tarde. Eles, em seu voo contínuo, fazem companhia na espera de sua embarcação. Após algumas horas de espera, o barulho de um navio que corta o mar severamente é escutado. Eles têm sua embarcação garantida naquele navio privado, apenas para os nobres e homens de grande posse. Dentro do navio, mesas decoradas, com lindos tecidos, velas apagadas, esperam a chegada da noite para serem incendiadas. A jovem, que agora se vê sendo apresentada para um dos funcionários da embarcação por seu pai, que pede para ele guiá-la até seus aposentos. Aquele homem assim faz, porém adiantando uma saudação calorosa:

- Muito mais que uma honra receber um dos barões mais conhecidos de todo o país. - Enquanto ressalta a importância do barão, antes de saírem de sua vista.

A jovem, que agora se encontra em seus aposentos, se organiza para aquele longo cruzeiro, que em sua mente, promete um mês de pura calmaria no mar, além de uma interação mais profunda com membros de várias famílias de nome conhecido. Enquanto a garota arruma seu dormitório temporário, a cena é pulada, nos mostrando o mesmo funcionário que os recebeu, uma semana após a partida daquele cruzeiro, que durante a noite, em seu quarto, com pensamentos de enojar qualquer um, um caráter questionável sendo mostrado através de seus pensamentos, que pareciam mostrar um grande interesse na filha do barão. A cena que se embaça, nos mostrando um entardecer do oitavo dia.

A garota, que acabara de sair de seu quarto, após um curto cochilo da tarde, anda pelo corredor daquele navio, até que se depara com aquele mesmo homem, o empregado que a recebeu juntamente de seu pai. Ele estar naquele lugar arriscava seu emprego além da confiança que tinham nele, afinal, não era lícita uma interação entre um funcionário do cruzeiro e uma dama nobre, a não ser que lhes fosse permitido. O homem que inquieto, fingia estar tranquilo para conversar com a garota, com algo que tinha em mente, cumprimentava a garota:

"Uma boa tarde senhorita! Eu... (gaguejou ele em sua primeira fala) eu gostaria apenas de alertar que teremos um buffet amanhã à noite, com direito a boa música no salão." Dizia ele, o que até então era verdade, mas sua sentença seguinte era uma óbvia mentira, que apenas a inocente garota não perceberia.

"Para os nobres mais renomados e conhecidos teremos um espaço especial, no segundo andar do salão, você e seu pai estão garantidos. Os guiarei na noite de amanhã." O salão realmente tinha seu segundo piso, mas o caminho que ele tinha em mente, não levava até ele.

Após um doce agradecimento e despedidas da garota, aquele homem se vai, assim como a garota, que caminha pela direção contrária, rumo ao deck da embarcação. Nos dando uma visão ampla do lado de fora do cruzeiro, onde uma tarde com um sol forte nos mostra a alegria juvenil da garota, que contempla a paisagem, enquanto se apoia nos corrimãos. O mar reflete sua calmaria tremenda, finalizando a cena, com um belo sol, que durará por mais algumas horas, até que se ponha.

Ao recobrarmos a visão do cenário, um salão chique é visto, várias pessoas da nobreza caminham por ali, um homem que aparenta ser um duque dança com sua esposa, ambos aguardando que a comemoração comece, algumas crianças brincam sentadas na mesa do salão, impacientes e ansiosos pelo banquete. Uma jovem que entra pela porta do salão, seguindo o conselho do funcionário, entra pela porta esquerda, ao entrar se depara com um corredor, as luzes estavam acesas, a porta pela qual ela havia entrado tinha a placa "apenas funcionários". Ela confusa não sabia o porquê tinha que ir por ali, pensando em voltar para trás, o funcionário que a tinha aconselhado aparece saindo de uma porta, pelo canto esquerdo daquele corredor, ele diz:

"Ai está você, seu pai já subiu, e te espera, achei que você não tivesse visto a porta." Dizia ele, com uma atuação que seria suspeita para muitos, infelizmente não para a ingênua garota, que apenas questiona o caminho pela porta de funcionários, explicada pela desculpa fajuta de que por um erro de organização deles, o caminho para o segundo andar, também passava pelo mesmo corredor.

Um pouco confusa, mas com um pouco de boa fé no rapaz ela o segue, entrando pela porta esquerda, porta que o empregado conhecia muito bem. Ao entrar naquele lugar, o homem repentinamente trancava a porta, ela assustada em angústia e desespero, para sua infelicidade aquele era um corredor mais abafado e distante do salão, para os convidados não ouvirem as preparações, ou conversas dos que ali trabalham. Os demais funcionários que serviam o salão principal não notavam sua falta, afinal, ele havia sido designado para limpar os sanitários, é o que se assumia que ele estava fazendo. Com uma certa brutalidade, ele arrastava a garota pelo corredor, que indefesa, soltava, gritos por socorro inaudíveis. Enquanto a cena se afastava, e se ouvia o som de mais uma porta se abrir, e logo após se fechar, enquanto a cena mudava para o quarto da garota, onde vemos uma figura assentada sobre a cama da garota, um jovem loiro observa o diário de Nicoletta, que aparentemente recém adicionou uma página ao seu livro, onde um trecho dizia:

"meu pai e eu nos divertiremos muito, e com certeza serão lembranças que levarei para toda a vida..."

O jovem fechava o diário enquanto olhava para o corvo que em seu ombro esquerdo repousava, ele então dizia com uma voz calma e serena:

-É, meu amigo, sei que você pode sentir. A desesperança exala deles, em seus piores atos de loucura.

isso acontece na cena de um quarto mal iluminado, que a partir daquele momento não traria boas lembranças.

os gritos de socorro podem ser ouvidos por nós, mas não pelos ali presentes, uma jovem cheia de juventude e vida, esperanças, se via agora, traumatizada, em sofrimento interno, pois haviam violado seus direitos...

Um homem é visto correndo pelo navio, em uma busca desesperada por sua filha, que ele tem procurado há quase cerca de 12 minutos, desolado, sem rumo, Interrogando todos que ele podia, sobre a jovem ruiva que ele não conseguia encontrar, alguns minutos mais se passaram até que os funcionários que evitando uma comoção alertavam sobre o desaparecimento da jovem donzela.

Busca que foi reduzida para 4 minutos quando todos se juntaram para procurar. Um dos funcionarios que com o objetivo de alertar, o suposto violentador, não o encontrou naquele sanitário, mas sim, o encontrou após algum tempo, em uma cena de desgosto, onde ele o via em completo desespero por seu próprio destino, após um tremendo ato de desgosto e desconstrução própria. vemos o olhar espantado do funcionário que encontrou aquela cena, que aos poucos se escurece...

Terminando com uma lágrima caindo no chão, vinda de um quarto escuro...

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Comments

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Poxa em nenhum momento esse corvo chora antes da tragédia ? , por isso eu detesto os corvos aff.

2024-03-07

1

LGSS LGSS

LGSS LGSS

hehe

2024-01-19

2

Alastor (O demônio do rádio)

Alastor (O demônio do rádio)

Não tenho dúvidas disso.

2024-01-19

2

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