Capítulo 20

Liz

— Bom dia dorminhoca. —ele diz beijando minha bochecha e eu sorrio.

Ser acordada assim não tem preço.

— Bom dia. —digo com voz de sono.

— Pedi nosso café da manhã e providenciei uma roupa limpa pra você.

— Obrigada.

— Eu acho que vai servir. —sorrio com jeito doce que ele olha para mim.

Levanto da cama, sem me preocupar com minha nudez, isso nunca foi problema para mim, Bernardo me puxa para si e me beija segurando firme em minha cintura, ele está com aquele cheiro gostoso de pós banho.

— Eu amei nossa noite. —ele diz. — Vou querer muito mais noites como essa.

— Eu também amei, obrigada.

— Não precisa me agradecer por tudo meu bem, quem está mais feliz nessa história toda sou eu, nem imagina como pensei em você esses dias depois que te vi naquele aeroporto. —sorrio.

— Que bom que você me encontrou então.

— Sim. —ele me beija mais uma vez.

— Por que não me esperou para tomar banho?

— Costumo acordar muito cedo e não quis te acordar, aproveitei e pedi nosso café e providenciei roupas pra nós dois.

— Muito atencioso da sua parte.

— Já te disse, daqui pra frente você vai saber como é ser tratada como merece. —não consigo parar de sorrir. — Te espero para tomarmos café, sua roupa está no banheiro.

— Obrigada. —digo dando um selinho nele e entrando no banheiro.

Tomo um banho rápido e me seco rapidamente também.

Ele deixou aqui no banheiro produtos de higiene, uma lingerie preta, muito bonita por sinal, um vestido azul marinho de alcinhas finas e uma sandália rateira de cor preta, tudo muito bonito, algo que eu realmente escolheria para usar.

Saio do banheiro e ele me espera na mesa que tem aqui na suíte, ele pediu muita coisa somente para nós dois.

— Não sabia do que você gostava, pedi de tudo um pouco.

— Obrigada. —me sirvo de um pouco de café e omelete com torradas.

Acho que só posso estar sonhando, ou dentro de algum devaneio doido da minha cabeça, isso está tão perfeito que nem parece ser real.

Só acredito porque meu corpo todo dá sinais de que ele esteve aqui, ainda posso sentir seus toques me causando arrepios, e a quentura de seus beijos pelo meu corpo.

É bom quando encontramos alguém que nos trata bem e nos faz sentir amada e valorizada, não alguém que só te trata como um pedaço de carne.

Fui assim a minha vida inteira, mas por opção minha, eu quem procurava só s*xo e diversão, até encontrar Lucas e achar que o que ele me dava era amor de verdade, mas nem homem de verdade ele é, ele é um covarde, que só sabe agredir verbalmente mulheres.

Esse lindo homem sentado aqui à minha frente é digno de ser chamado de homem.

Por muitas vezes olhei para o casamento da Raquel e senti inveja, não cobiçando o Caio, Deus livre! Ele é como um irmão para mim, mas sentia inveja por ela ter encontrado alguém disposto a pular na frente de um trem por ela. Caio até lutou contra o que sentia por ela, mas o amor falou mais alto e os dois depois de muitas incertezas estão juntos e têm uma família linda.

Agora posso tentar ter algo assim com Bernardo e pouco me importa a distância ou que nós não nos conhecemos bem, eu não vou deixar passar essa oportunidade de ser feliz que a vida está me dando, eu vou agarrar com unhas e dentes.

— Tudo bem linda? —ele pergunta me observando.

— Sim.

— De repente ficou calada.

— Estava pensando.

— Posso saber em quê?

— Estava pensando que eu não vou deixar passar a oportunidade de ser feliz com você. —ele sorrir.

— Que bom, tudo que eu quero é te fazer feliz, basta você querer.

— Eu quero!

— E não tenha medo da distância, farei impossível para ir te ver sempre.

— Eu também vou vir te ver sempre que puder.

— Se eu pudesse iria com você, mas eu preciso ajudar meu pai com os negócios.

— Eu sei, jamais iria pedir para deixar sua família por mim.

— Eu sei que não, eu que estou dizendo que se pudesse eu iria, trabalharia no que fosse lá, mas meus negócios são aqui com meu pai.

— Eu sei.

— Eu também não vou pedir para que largue seu emprego e venha para cá, é seu emprego, é no que você se sente realizada, jamais te faria abrir mão disso.

— Quem sabe eu não monte um ateliê aqui hein?

— Seria fantástico, eu posso te ajudar com isso.

— Calma! São planos para o futuro, não quero que sua família ache que quero seu dinheiro, eu não tenho muito, mas o que tenho é o suficiente.

— Jamais pensaria isso de você.

— Você não, talvez sua família, nós não somos ricas, bom, a Raquel agora é, porque casou com o "ricone" dela, mas no geral não temos dinheiro, Caio pagou nossos estudos no ensino médio que foi na época que ele começou a se relacionar com a Raquel, e nos ajudou com nossas faculdades, tipo pagou o aluguel de um apartamento, já que passamos em uma faculdade que ficava em outra cidade, nos deu apartamentos, o meu no momento está alugado, já que não moro aqui, ele nos deu carro, pagou auto escola, nós devemos muito a ele, minha mãe, Bella e eu. —falo do meu cunhado com muito carinho.

— Gosta muito dele, não é?

— Sim, o amo, como amo minhas irmãs.

— Saiba que eu jamais pensaria algo assim de você Liz.

— Eu sei que não, mas estou deixando claro que não sou milionária igual a você, eu ganho muito bem, não vou negar, mas não o suficiente para ter um avião ou uma mansão nesse bairro, ou pagar por essa suíte, quanto custou mesmo?

— Isso é irrelevante.

— Ok, só queria deixar claro tudo bem?

— Isso é o que menos importa meu amor, eu só preciso de você, o resto é apenas resto, não tente inventar desculpas para me afastar de você, porque isso eu não vou.

— Eu não vou te afastar, só estou te falando pro caso do louco do Lucas ir te falar alguma besteira.

— Não precisa nem tocar no nome desse infeliz, se ele te desrespeitar na minha frente mais uma vez terei que gastar meu réu primário. —ele diz e eu sorrio.

— Nem vale a pena.

— Por você tudo vale a pena meu anjo. —eu sorrio.

Não tem como não se derreter diante de um homem bonito desses dizendo essas coisas lindas para mim.

— Mas vamos deixar esse otário pra lá, já encontrou seu homem! —ele diz todo sério.

— Meu homem é?

— Sim, seu homem, o último que terá na sua vida.

— Nossa! Que certeza, hein?!

— Eu tenho mesmo, você não?

— Estou começando a ter sabe. —digo sorrindo e ele me dá um selinho.

Chega uma mensagem em meu celular, que está dentro da bolsa desde ontem.

— Posso pegar pra você? —ele pergunta.

— Sim. —ele se levanta, pega o celular de dentro da minha bolsa e trás para mim. — Obrigada.

Há muitas mensagens dos meus colegas de trabalho, do meu chefe, alguns paqueras, que irei excluir depois e uma da minha gêmea, ignoro as demais e abro a dela.

"Quel disse que pode levar seu trator para o churrasco na casa dela".

Sorrio com a mensagem, só a Bella mesmo para pôr um apelido assim em alguém, mas entendi o que ela quis dizer, é pelo fato de ele ter esbarrado em mim e depois nela.

Essa Bella é uma graça!

— Seu sorriso é lindo. —ele diz. — Quem é tão digno de receber esse sorriso?

— Minha irmã.

— Sua gêmea?

— Sim, minha família quer te conhecer, topa?

— Óbvio, quando vamos?

— Agora.

— Vou pegar nossas roupas e podemos ir.

— Ok.

Agora vai! Agora sim eu serei feliz.

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