Bella
Acordo cedo, hoje é segunda outra vez, o final de semana passou voando.
Sempre aproveito os finais de semana para limpar o apartamento e colocar alguns trabalhos em dia, para na segunda estar tudo adiantado.
Tomo um banho rápido, visto uma camiseta branca, com um casaco preto por cima, uma calça jeans e meu all star preto.
Na área em que eu trabalho não é preciso usar roupas sociais, só quem trabalha lá com o chefe, mas na área dos "nerds" como chamamos, todos usam basicamente jeans e tênis.
Prendo meus cabelos em um rabo de cavalo, preciso cortar um pouco, estão compridos demais, mas não tenho saco de ir à salões de beleza.
Pego minha bolsa, minha pasta com meus papéis e meu notebook e vou para o estacionamento pegar meu carro, que Caio e Raquel me deram de presente quando me formei.
Amo muito esses dois, Caio é o irmão que nunca tive, ele trata a mim e a Liz como se fossemos de fato suas irmãs.
Do meu apartamento até a empresa leva apenas vinte minutos, mas é mais seguro ir de carro, sem contar que posso sair um pouco mais tarde de casa.
Deixo o carro no estacionamento da empresa e subo direto para a copa para pegar um café. Meu dia aqui na empresa só começa depois desse café.
— Bom dia nerds. –digo entrando na sala onde eu trabalho.
— Bom dia. –eles respondem.
Trabalham em média vinte pessoas comigo, mas os que mais tenho afinidade são Leandra, Joane, Léia e Pedro.
— E aí loirinha? Como foi o final de semana? –Pedro pergunta.
— Normal, limpei meu apartamento, trabalhei.
— Você só vive para o trabalho loirinha, precisa sair mais.
— Eu não, tenho mais o fazer, prefiro ficar em casa do que ir para uma balada cheia de gente suada, que só quer transar igual coelhos no cio.
— Isso é verdade, mas é bom sair um pouco.
Pedro é muito bonito, é muito nerd, se veste como nerd, mas é todo malhado, tem ombros largos. As calças que ele usa sempre ficam coladas em suas coxas grossas, ele tem cabelos pretos, pele clara e os olhos são escuros, diria que ele é um nerd moderno.
— Eu odeio sair de casa! –digo.
— Acho que você é uma velha disfarçada Bella.
— Talvez eu seja.
— Leandra, Léia e Joane estavam querendo marcar de nós sairmos juntos, o que acha?
Antes que eu responda o telefone da minha mesa toca.
— Salva pelo gongo. –Pedro diz e vai para a sua mesa.
Sento em minha cadeira e atendo o telefone.
— Isabela, gostaria que viesse até minha sala. –só há uma pessoa nessa empresa que me chama de Isabela, Christopher Adams, vulgo, meu chefe.
As pessoas sempre acham que Bella é apelido, mas não é, meu nome não é Isabela, é BELLA.
— Já estou indo.
Já até sei o que ele quer, sempre quando tem um desses clientes bem exigentes ele me chama, pois sou a mais paciente dentre todos os meus colegas, pessoas inteligentes são muito estressadas, eu sou a excessão.
— Entre. –ele diz quando eu bato na porta.
Assim que entro o vejo sentado em sua cadeira, atrás da sua linda mesa de vidro, usando seu terno italiano, impecável, que deve custar algumas milhas.
Na cadeira de frente para a sua tem um homem sentado, ele está de costas para mim, também usa um terno impecável.
— Pode se aproximar Isabela.
— É Bella senhor Adams, só Bella. –digo e nesse momento o homem se vira para mim e meu coração parece que vai saltar para fora do peito.
O homem que me olha é nada mais, nada menos que Raul Moraes.
— Esse é Raul Moraes, ele está trocando todo o sistema do hospital dele e me falou que queria algo fácil e prático, mas com excelência, ouviu falar dos nossos serviços e veio até aqui para isso, estava falando para ele que você é a melhor nessa área, pode deixar seus outros projetos para alguém terminar, a partir de agora vai trabalhar diretamente com o senhor Moraes, atenda todas as exigências dele, posso contar com você Isabela?
— É Bella senhor Adams. Tem mesmo que ser eu? Estou com aquele projeto dos tablets das escolas, estou no meio e gostaria de terminar.
— Ele disse que queria o melhor que tenho a oferecer.
Então eu sou o seu melhor senhor Adams?
— Senhor Adams me desculpe, eu sei que o senhor é o chefe, mas eu não gostaria de deixar meu projeto para outra pessoa, o senhor sabe como somos apegados aos nossos projetos, Pedro... Pedro poderia ajudar o senhor Moraes.
— Eu quero você Isabela. –Raul fala e eu resisto a vontade de revirar os olhos, ela sabe muito bem que meu nome não é Isabela.
— Ouviu nosso cliente Isabela, ele quer você, você e Pedro vão dividir as tarefas, ele pode te ajudar com os tablets, sei que trabalham bem juntos já que são namorados. –Raul me fuzila com os olhos e eu não nego que Pedro é meu namorado.
— Tudo bem senhor Adams, acho que Pedro e eu damos conta.
— Ótimo Isabela, amanhã mesmo você começa com o projeto do senhor Moraes.
— Sim senhor, posso me retirar?
— Pode, obrigada Isabela, Ah! Melissa te mandou um beijo, disse que amou te conhecer, desculpe, mas minha esposa é assim mesmo, por onde passa esbanja simpatia.
Segundo relatos Christopher Adams era bem amargo antes de casar com essa moça que é bem mais nova que ele, ela é mais nova até do que eu.
Segundo as más línguas foi um casamento arranjado, mas não sei se é verdade, são só boatos e as pessoas falam demais.
Das vezes que ela veio aqui me pareceu que ela está muito apaixonada por ele e ele também por ela.
Quando ela veio conversamos bastante, acho que ela não tem muitas amigas, Melissa é uma pessoa muito legal, gostei muito de conhecê-la.
— Ah! Diga a ela que também adorei conhecê-la, sua esposa é muito simpática.
— Ela é assim mesmo, obrigado Isabela, já pode ir. –assinto e saio sem olha para Raul.
Saio apressada tentando controlar minha respiração, não consigo nem chegar ao elevador e sinto um puxão forte no meu braço.
— Quem p*rra é Pedro? –Raul pergunta irritado.
— Eu. –Pedro diz saindo do elevador.
— Ele. –digo.
— E você é? –Pedro pergunta.
— Nosso novo cliente, vamos desenvolver um sistema para ele.
— Não! Você vai, o acordo foi que você que vai desenvolver o sistema.
— Que seja! Você vai me ajudar com os tablets para eu poder me dedicar ao projeto dele.
— Ok, ajudo com maior prazer. –Raul fuzila Pedro com os olhos.
— Obrigada, vamos. –digo.
— Aonde vai Isabela? –Raul pergunta, e me chama de Isabela para me provocar.
— Trabalhar. –digo.
— Vamos BELLA! –Pedro diz e nós entramos no elevador.
Raul nos encara furioso, mas não diz nada, vejo em seu olhar que ele está com muita raiva.
— O que foi tudo isso? E porque estavam falando de mim?
— Longa história.
— Tenho tempo.
— Não estou afim de falar sobre isso.
— Tudo bem, mas eu ouvi meu nome.
— O senhor Adams falou que você me ajudaria e que nós trabalhávamos bem juntos já que éramos namorados, e o Raul estava perguntando quem era você.
— Raul? Quanta intimidade! Conhece ele?
— Longa história Pedro, já disse.
— Já teve alguma coisa com ele?
— Não.
— Mas ele parece que gosta de você, pela forma que estava te olhando.
— Aí chega Pedro, vamos trabalhar, que amanhã começamos o projeto dele.
— Ele trabalha com o quê?
— Médico recém formado, o pai tem um hospital e ele vai assumir a diretoria.
— Você o conhece mesmo não é?
— Sim, conheço, mas não quero falar sobre isso.
— Tá, só me quer pra te ajudar não é? Só pra isso que eu sirvo! –Pedro faz drama.
— Aí, deixa de drama.
— Só se me der um abraço.
— Nossa como é carente, vem aqui bebê. –abraço Pedro e ele enfia o rosto no meu pescoço.
— Você tá cheirosa.
— Eu sempre sou cheirosa Pedro. –alguém pigarréia e nós paramos de nos abraçar.
Christopher e Raul nos olham, meu chefe por sua vez fica com um semblante neutro, já Raul nos olha com cara de poucos amigos.
— Seus funcionários podem ficar se pegando na hora do trabalho? –Raul pergunta.
— Não impedimos nada, contando que não interfira no trabalho, e eles mais do que ninguém deixo bem a vontade, eles são os gênios por trás de tudo aqui.
— Entendi, mas deveria adotar um regime um pouco mais rígido, não é ético namorar na hora do trabalho.
— O rendimento deles é bom, podem ficar a vontade, só não deixem de fazer seus trabalhos para ficar se pegando por aí.
— Sim senhor Adams, desculpe. –digo.
— Ok, voltem ao trabalho, vamos continuar Raul?
— Sim. –Raul me encara e segue o Christopher.
— Esse cara te olha como se quisesse te comer. –Joane fala e eu nego com a cabeça.
Talvez ele queira mesmo!
— Você já teve algo com ele? –Leandra pergunta.
— Não.
— Mas ele quer, com toda certeza. –Léia diz.
— Vocês se conhecem de onde? –Joane pergunta.
— Ela não quer falar Jô. –Pedro diz.
— Deixem de ser fofoqueiros e vão trabalhar! –digo.
Cada um vai para a sua mesa e eu finalmente inicio meu trabalho, estou desenvolvendo uns tablets para uma escola.
Me distraio tanto com o trabalho que nem vi as horas passarem.
— Você não vai almoçar? –Joane pergunta.
— Já está na hora?
— Sim, você vem? Vamos no italiano.
— Não sei se estou afim de italiano hoje, vou ficar aqui, preciso agilizar, trás uma salada pra mim?
— Trago, mas deveria fazer uma pausa.
— Estou bem Jô.
— Ok, até daqui a pouco.
— Até. –digo e continuo trabalhando.
Me concentro em meu trabalho, sempre enfio a cara no trabalho quando quero esquecer de tudo.
Ver Raul mexeu comigo, acho que fazia cinco anos que não o via, a última vez foi em uma balada que a Liz me obrigou a ir com ela, ele estava beijando a namorada e eu fui embora para casa depois de ver os dois.
— Bella? –olho para a porta e vejo Raul entrando na sala, reviro os olhos. — Não vai falar comigo?
Olho para Raul, nem parece o mesmo menino que era meu amigo, que me dava bilhetinhos e chocolates.
Raul sempre foi bonito, mas agora está incrivelmente bonito, os cabelos mais compridos caem perfeitamente sobre seu rosto, eles são castanhos, seus lábios são corados e agora ele assumiu uma barba, seus olhos são verdes bem clarinhos, e sem falar do corpo, ele está extremamente forte, deve malhar pesado.
— Não fica brava Bê. –ele sempre me chamou assim. — Eu juro que não sabia que você trabalhava aqui, foi uma surpresa, muito boa por sinal, você sumiu, não sabia onde estava morando, não te encontrei mais nas redes sociais, você se escondeu bem.
Não falo nada e continuo olhando para a tela do computador.
— Por Deus Bella! Fale alguma coisa, porque está brava comigo? Sou seu melhor amigo Bella, a pessoa que mais te conhece no mundo, depois da sua mãe e das suas irmãs sou eu, sei que ama aqueles romances de procedência duvidosa horríveis, sei que tem alergia a nozes, que ama camarão, que também ama coxinha e coca zero, sei que ama chocolate, por isso te dava muitos, quer que eu continue?
— O que quer Raul? Você quem se afastou de mim.
— Quero minha amiga de volta, sinto muito ter me afastado de você, mas não suportava mais te ter tão perto e não poder ficar com você da maneira que eu queria.
— Se curou bem rápido não é?
— Precisei fazer isso, cansei de te esperar.
— Ok, pois pode voltar para sua vida e sua namorada.
— Eu não tenho namorada Bella, pelo menos não mais, e eu não vou embora, estou aqui à trabalho, realmente preciso dos serviços de vocês e volto a dizer que não sabia que trabalhava aqui, ele te chamou de Isabela e não fazia ideia de que se tratava de você, ele te elogiou muito, disse que você é a melhor funcionária dele. –sorrio. — Se ele não fosse casado acharia que ele gosta de você.
Analiso Raul e tento não olhar muito, tento me concentrar na tela do meu computador, para ele não pensar que estou secando ele.
— Você sempre gostou de tecnologia, tinha certeza que iria trabalhar nessa área, sempre foi muito inteligente.
— Nerd você quer dizer!
— Não, inteligente mesmo, é a pessoa mais inteligente que conheço Bê.
A família de Raul sempre teve boas condições, seu pai era médico do posto de saúde do bairro, mesmo tendo um pai médico ele estudava na escola pública do nosso bairro, porque era muito boa, uma das melhores da cidade.
Estudamos juntos a vida inteira, desde a creche, até o ensino médio, ele sempre foi meu melhor amigo, por isso tive tanto medo quando ele começou a confundir as coisas e dizer que gostava de mim.
Após alguns anos o pai de Raul herdou um dinheiro de seu pai e montou o hospital e eles começaram a fazer fortuna. Raul se formou em medicina e agora vai assumir a direção do hospital do pai.
— Estou hospedado no hotel que fica aqui perto, vou ficar uns dias.
— Amanhã começo a desenvolver seu sistema, Pedro vai me ajudar, ele é muito bom também. –Raul revira os olhos.
— Seu namorado.
— Na verdade...
— Cheguei princesa! –Joane entra na sala gritando. — Ah! Desculpe senhor não sabia que estava aqui, trouxe sua salada, agora coma, já está tarde, os outros ficaram lá, vim na frente porque sei que você não come nada pela manhã, só bebe café, deve estar com fome, anda come logo, eu já volto. –ela me entrega a salada e sai.
— Não toma café da manhã Bella?
— Não, só um café, não sinto fome pela manhã.
— E vai comer só salada?
— É, não como muito.
— Não precisa comer muito, tem que se alimentar bem.
— Estou comendo salada.
— Mas só salada, sem contar que é sua primeira refeição do dia.
— Vai controlar o que eu como agora?
— Desculpa, só me preocupo com você.
Antes que eu possa falar algo o restante do pessoal começa a chegar, inclusive Pedro, que olha para Raul com cara de poucos amigos.
— Trouxe pra você loirinha. –ele me entrega um chocolate.
— Obrigada. –digo e sorrio.
— Quer que eu encha sua garrafinha? –Pedro pergunta.
— Não, pode deixar, depois eu encho, obrigada Pedro.
— Deveria ter vindo conosco, o prato do dia hoje era lasanha, sei que você gosta, queria trazer pra você, mas a Jô disse que você queria salada.
— Estou meio ruim do estômago.
— Claro Bella! Você tem gastrite, passa horas sem se alimentar e vive bebendo café! –Pedro diz e Raul me olha interrogativo.
— Não consigo ficar sem meu café.
— Teimosa. –Raul pigarréia e eu o olho.
— É... Você sai que horas?
— As 17:00.
— Te levo pra casa.
— Eu tenho carro.
— Vou até sua casa te fazer uma visita então. –ele não espera minha resposta e sai.
Pedro me olha com cara de poucos amigos, eu não sei o que está acontecendo com esses homens.
Só falta eles começarem a mijar nos cantos das paredes para marcar território.
Eu mereço!
Termino de almoçar e foco no meu trabalho, com a ajuda de Pedro tudo flui mais rápido.
Tanto que nem vi que já está de ir embora.
— Quer que eu te acompanhe até em casa Bella? Posso te seguir com meu carro.
— Não precisa.
— Mas aquele cara lá...
— Não se preocupe, eu sei como lidar com ele e ele não vai me fazer mal.
— Tem certeza?
— Sim, eu o conheço.
— Tudo bem, se cuida.
— Pode deixar. –Pedro me dar um abraço e um beijo na bochecha.
Recolho minhas coisas e desço para o estacionamento, Raul me espera na frente de um desses carros que custam pelo menos uns seis dígitos, um importado.
— Eu te sigo. –ele diz.
— Não é muito educado se convidar para ir na casa de alguém.
— Eu não sou qualquer pessoa, sou seu melhor amigo, que está na cidade e quer te visitar, também não é educado não receber seu amigo.
— Você é impossível! –digo e ele sorrir.
— Posso ir?
— Pode.
— Ótimo, te sigo então.
— Tá.
Entro no carro e dou partida, espero não me arrepender do que estou fazendo.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
MRSLinsprincesadoReiJesus
Kkkkkkkkkk kkkkkkkkkk kkkkkkkkk rindooooooo não me amostrandoooooooo com essa da Bella 😂😂😂😂🙃🤤 eitaaaaaaaa resenha da molestaaaaa 🙃
2025-01-23
2
Solaní Rosa
Bella tá muito estranha gosta do Raul desprezou o coitado e fica se fresqueando ainda tá metendo o Pedro no meio pra depois arrumar sarna pra se coçar
2025-03-09
0
Luana Isabelly Groth Luana Isabelly
tô achando que a Liz ( irmã da Bella) vai ficar com o Pedro
2025-01-23
1