Bella
Raul
Bella
Hoje viajarei para a capital, estou morrendo de saudade das minhas pequenas, das minha irmãs, da minha mãe e de Caio também.
Raul pediu para vir comigo e eu não vejo problema nisso, já que nós somos amigos, ele me garantiu que não irá tentar nada e eu confio na palavra dele.
Por mais que ele me deseje, porque isso se nota de longe, ele não vai tentar nada, sei bem da índole de Raul.
Eu gosto muito dele, mas enquanto ele não tomar uma posição em relação a ex dele eu não vou lhe dar uma chance, só farei isso quando ele estiver cem por cento certo do que quer de verdade.
— Bê? –ele me chama da sala? — Posso conhecer seu quarto?
— Pode.
— Vou entrar.
— Pode entrar. –ele entra e observa meu quarto. — Gostei do seu quarto, já trouxe alguém aqui?
— Já, óbvio. –ele fecha a cara.
— Algum homem?
— Sim.
— É sério?
— É sério. –digo terminando de pentear meus cabelos e prendendo-os em um rabo de cavalo.
— Quem? Posso saber?
— Pedro. –digo e ele fecha a cara de vez agora.
— Você disse que nunca tiveram nada.
— E não tivemos.
— E porquê raios ele entrou no seu quarto?
— Pelo mesmo motivo que você, ele é meu amigo.
— Sei, nunca tr*nsaram?
— Já disse que não.
A verdade é que nunca tr*nsei com ninguém, mas ele não precisa saber disso.
— Ele já veio aqui, assistimos filmes, comemos besteiras e depois ele dormiu no colchão no chão.
— E não tentou nada?
— Não, Pedro sabe respeitar uma mulher e pare de me encher de perguntas!
— Calma.
— Vamos logo! –digo passando perfume e logo após o coloco na mala.
— Você ainda usa o mesmo perfume, assim que cheguei perto de você naquele dia que nos reencontramos, senti seu cheirinho.
— Sim, eu gosto desse perfume.
— Também gosto do seu cheiro.
— Vamos? Que horas são?
— 5:30 da manhã.
— Vamos, que são quase três horas de estrada.
— Vamos.
Raul pega minha mala e nós saímos do meu quarto, passamos pela sala e ele pega a mochila dele e saímos do meu apartamento.
Já no carro ele coloca minha mala no porta malas e a mochila dele coloca no banco de trás.
— Quer que eu dirija? — ele pergunta.
— Pode ser, se ficar cansado nós trocamos.
— Pode ficar tranquila e curtir a viagem.
— Tá. – digo e entrego a chave para ele, entro no carro e coloco o cinto.
— Posso ligar o som?
— Pode.
Ele liga o som do carro e conecta seu celular, Soy el Mismo de Prince Royce começa a tocar, conheço essa música, muitas vezes já ouvi pensando em Raul.
Essa música fala de um amor de infância, e que as duas partes seguiram caminhos diferentes, mas que nada conseguiu matar os sentimentos.
Raul canta baixinho, ele tem a voz bem bonita. Assim como Liz e eu, ele também gosta de músicas em espanhol, até fizemos um curso de espanhol juntos e hoje nós três somos fluentes.
Raul, Liz e eu éramos inseparáveis, Raul era grudado em mim e como Liz e eu não nos separavámos Raul acabou se tornando amigo dela também.
Hoje em dia ela diz que não gosta do Raul, mas acho que é só para não dar o braço a torcer, pois nós duas sentimos muito quando a outra sofre, coisa de gêmeas.
Igual a história dela com o tal Lucas, eu não gosto dele, tenho para mim que ele finge ser o que não é, para ela ele passa de bom moço, mas acho que ele não é tão bom moço assim.
Pelo menos Raul sempre mostrou ser o que é, ficou com muitas mulheres, mas nunca negou e nem fez nada escondido.
Acho que não terei coragem de ficar com Raul, talvez não queira me entregar para ele, talvez para ninguém, a verdade é que não me sinto pronta para fazer s*xo com ninguém.
Sei que s*xo é bom, todos dizem isso e também não sou uma completa inocente, sempre me toquei e conheci meu corpo, já tive orgasmos, sozinha e sei o quanto deve ser prazeroso fazer com outra pessoa, mas acho que não quero.
Vou continuar eu com minhas mãos e meu vibrador, Liz que me deu, aquela alí não tem jeito, minha gêmea é muito diferente de mim nesse sentido.
— Pensando em quê amor? –Raul pergunta.
— Na Liz.
— Saudades?
— Sim. –minto, não vou dizer que estou pensando no vibrador que a Liz me deu.
— Será que sua irmã vai tentar me matar porque estou com você?
— Vai nada, ela é um amor de pessoa.
— Você é um amor de pessoa, sua irmã é brava demais. –sorrio.
— Um homão desse tamanho com medo de uma mulher de 1,60 que pesa 55 quilos? Que vergonha.
— As baixinhas são bravas.
— Eu nem sou.
— Você é um amor de pessoa, mas quando quer é bem brava, ou esqueceu que me expulsou do seu apartamento?
— Você mereceu.
Antes que ele possa responder seu celular toca, como o celular está entre nós dois, posso ver que é Karina, a foto dela aparece no visor, ela é muito bonita, uma bela morena de cabelos cacheados e olhos marrons.
— Oi Kah. –ele não desconecta o celular do bluetooth do carro. — Estou dirigindo, você está no viva voz e não estou sozinho. –isso já me deixa em alerta, ele avisa porque eles devem falar coisas impróprias.
— Ok, está indo pra onde? –ela tem uma voz sedutora.
— Capital.
— Ia te convidar para passar as férias aqui e aproveitar e ficar o natal comigo e com o meu pai, ele vai passar o natal em casa, convidei nossos amigos também.
— Obrigado pelo convite Kah, mas terei que recusar, vou ficar esses dias com meus pais e aproveitar a companhia deles e dos meus irmãos.
— Raul?
— Sim.
— Combinamos que se um dia acabasse continuaríamos amigos.
— E nós somos, mas eu não vou poder ir.
— Já encontrou com ela?
— Já.
— Ficaram?
— Não, mas nós vamos. –ele diz e olha para mim e eu nego com a cabeça.
— Ela gosta de você?
— Gosta, mas tem medo por causa de você, pelo tempo que passamos juntos, ela tem medo de nós dois voltarmos.
— Bom, se dependesse apenas de mim, nós estaríamos juntos, mas você não me ama, e eu não quero viver assim, talvez se ficar com ela deixe isso de lado e volte para mim.
— Aí onde você se engana Kah, tenho certeza de que se ficar com ela não vou conseguir me afastar dela e não vou querer mais nenhuma outra.
— Pois eu penso ao contrário, acho que isso é uma espécie de obsessão e quando conseguir ficar com ela finalmente vai se ver livre, porque não é possível que em todos esses anos você ainda goste dessa menina, isso se tornou uma doença na sua vida, uma espécie de praga e te digo com toda sinceridade do mundo que você nunca vai ser feliz com ninguém, por causa dela.
— Não me importam as outras Kah, me importo com ela, se ela vai me aceitar um dia.
— Vai passar a vida inteira esperando por ela?
— Se preciso sim, gosto dela desde os oito anos e nunca desisti, então não será agora que eu vou.
— Nem ficou com ela ainda e já está me deixando de lado.
— Não estou, apenas não posso ir.
— Deveria vir, sabe que não posso viajar por causa do meu pai.
— Sinto muito Kah.
— Ok, amo você, não esqueça isso.
— Sinto muito Kah.
— Ok, até mais.
— Até. –ele encerra a chamada.
Eu estou olhando a paisagem pela janela, tento parecer indiferente, mas é complicado, essa situação é chata e incômoda para nós dois.
— Tudo bem amor? –ele pergunta.
— Pare de me chamar de amor!
— Está brava?
— Acho que não foi uma boa ideia você vir comigo, não estou afim de ficar presenciando suas conversas com sua noiva, desconecte seu celular!
— Ok, desculpe meu anjo, mas não pense que vou desistir de você, pouco a pouco vou te mostrar que pode confiar em mim e que não precisa ter medo de ficar comigo. –ele diz e me entrega o celular dele. — Desconecte, estou dirigindo.
— A senha?
—170899. –olho para ele e ele só sorrir.
— É sério?
— Sim, disso eu nunca esqueço, seu aniversário.
— Aí Raul, francamente! –reviro os olhos e ele sorrir. — Pronto. –digo e coloco o celular de volta entre nós.
— Não fica brava pela ligação ok.
— Não estou brava!
— Está com ciúmes?
— Não.
— Tem certeza?
— Tenho Raul.
— Pois eu tenho de você.
— Não temos nada, não tem que ter ciúmes de mim!
— Mas eu tenho, eu gosto de você e tenho sim ciúmes.
— Tem ciúme da sua noiva?
— Ex noiva e não, não tinha ciúmes dela.
— Hum.
— Entenda uma coisa eu jamais senti por ninguém o que sinto por você.
Antes que eu fale alguma coisa meu celular toca, é o Pedro, Raul também ver que é ele e fecha a cara.
— E aí loirinha? –ele diz quando atende.
— Oi Pedro, tudo bem?
— Pior que não, minha vozinha está no hospital, está recebendo cuidados paliativos, minha mãe pediu para eu vir, já que ela pode partir a qualquer momento, toda minha família está aqui.
— Eu sinto muito Pedro, quer que eu vá até aí?
— Não loirinha, você mal vê sua família, você precisa de férias, você trabalha demais, está tudo sob controle por aqui.
— Certeza?
— Sim.
— Qualquer coisa me liga ok?
— Sim, pode deixar, obrigada viu loirinha.
— Por nada Pedro.
— Um beijo linda.
— Outro pra você, fica bem viu.
— Vou tentar, até mais.
— Até.
Raul olha para a frente muito concentrado na estrada, seu olhar está duro e ele está meio tenso, apertando o volante mais do que o necessário.
— Disso que eu estou falando, você não sorrir assim pra mim e nem fala assim comigo, tenho ciúmes desse cara.
— Pedro e eu somos amigos Ral. –ele sorrir.
— Você nunca mais tinha me chamado assim, desde que nos reencontramos que me trata com muita formalidade.
— Então, como estava falando, Pedro e eu somos amigos, a vozinha dele está muito mal e ele estava me contando.
— Ah! Que pena.
— Sim.
— Vamos parar no posto de gasolina e comer algo?
— Eu só preciso de café.
— Precisa se alimentar melhor Bê.
— Não consigo comer pela manhã.
— E aquela história que tem gastrite? Ouvi seu amigo falando.
— Eu tenho.
— Sabe que não deveria beber café não é?
— Sei, tem tantas coisas que eu não deveria comer e eu como, tipo tudo, mas eu tomo remédio todos os dias, está tudo bem.
— Eu vou cuidar de você agora.
— Não precisa, eu sei me cuidar, obrigada.
— Eu sei que sabe, mas eu quero cuidar de você, sou seu amigo não sou?
— Sim, você é.
— Então...
— Ok Ral, tudo bem.
Paramos no posto de gasolina, abastecemos o carro e tomamos café na lanchonete próxima ao posto.
Dessa parada até a capital não levou nem meia hora.
— Onde vai ficar Ral?
— Posso te pedir um favor?
— Sim.
— Poderia ir me ajudar a comprar um celular e um notebook, você entende bem dessas coisas.
— Qual o problema com seu celular?
— Não é para mim, vou dar de presente pra minha funcionária, o notebook sim é pra mim o meu deu problema.
— Eu vou sim com você, mas depois posso dar uma olhada no notebook.
— Ok.
— Vamos logo passar na casa da minha irmã e deixar minha mala e também preciso fazer xixi.
— Ok.
— Me espera aqui no carro tá? Eles são muito reservados por causa das meninas. –digo quando Raul estaciona o carro.
— Tudo bem.
Ele me ajuda a tirar a mala do carro e eu saio puxando-a até a porta da casa e toco a campainha.
— Bella!
— Oi Cris! Como vai?
— Bem, e você?
— Estou ótima.
— E quem é aquele parado perto do seu carro?
— Meu amigo Raul, vamos sair daqui a pouco, só vim deixar a mala e fazer xixi.
— Ah! Ele é bem bonito.
— É meu amigo!
— Sei...
— Onde estão todos?
— Os patrões foram levar as meninas na festinha da escola.
— Ah! Pode me mostrar meu quarto?
— Sim, venha comigo.
Cristina me mostra o quarto e logo sai, eu deixo a mala no closet e vou ao banheiro fazer xixi.
Pego minha bolsa e volto para o carro.
— Vamos? –digo me aproximando.
— Vamos.
Raul dirige até o shopping e vamos para a loja de eletrônicos, indico os melhores aparelhos para ele.
Logo que ele paga por tudo nós vamos embora, deixo Raul em seu apartamento e volto para a casa de Raquel, acho que uma hora dessas Liz já deve ter chegado, estou com muita saudade da minha gêmea.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Juliete Figueiredo
adoro sua seleção de músicas autora ❤️
2025-02-24
1
Quase cinquentona🥴🥺😔😩
Essa é a amiga que ele quer ter , e ao mesmo tempo ficar com a Bella? 🥴😡🤬😤🤮
2025-01-24
2
Solaní Rosa
Não tô gostando das atitudes da Bella ela de doce pura não tem nada com o Raul e com o Pedro ela se derrete toda
2025-03-10
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