Cap XIII

Sara liga para a empresa e avisa que não vai para o trabalho hoje, após mais um dia com enorme carga de adrenalina, a jovem chega em casa agora sozinha, Sandoval o mordomo  vai de encontro a patroa.

Sandoval: Srta! O que aconteceu? Por que está em casa esta hora? E o policial?  Já pegaram os bandidos?

Sara: Já ! Já pegaram, ou melhor ,eu peguei! É uma longa e complicada história, mas não quero falar sobre isso, estou estressada, cansada, enfim...

Sara sobe para seu quarto...

Sandoval: Se tudo se resolveu... Por que ela ainda está tão aborrecida?

Sara troca de roupa, coloca o kimono e vai para o Jardim da mansão praticar um pouco, ela se alonga, se aquece...  E começa a desferir golpes no ar, Sara treina até sua exaustão, depois pega uma garrafa de água e se hidrata.

Sara: Parabéns Sara! Precisava ser tão estúpida ?  Falar de maneira tão grossa com ele?

A CEO se referia a Gusmão,  e a sua infelicidade na escolha das palavras, a moto de Gusmão ainda está na sua casa, Sara lembra do trajeto feito por ele do dia anterior com ela na garupa.

Sara: Ele deve vir buscar a moto dele , vou tomar um banho,e vamos conversar um pouco quando ele vir... Talvez eu consiga pedir desculpas...

Enquanto isso na delegacia, Sebastião vai até  Célia conversar com ela, a florista fica sem saber o que aquele homem fazia ali, um completo desconhecido para ela.

Sebastião: Então você é Célia! A florista que tramou o sequestro contra minha filha....

Célia: O senhor é o pai da dona Sara?

Célia logo imagina o pior, uma ameaça, uma retaliação.... Mas....

Sebastião: Minha filha é uma mulher muito generosa Célia! Por mim,alguém que tentou fazer mal a ela, deveria apodrecer na prisão, mas ela me pediu que defendesse você, como advogado, me explicou que seu marido te maltrata não isso?

Célia não tinha palavras, nem argumentos... Nada além de uma grande culpa, um enorme remorso por ter participado de algo contra quem tanto lhe ajudou e continuava acreditando nela...

Sebastião: Célia, não vou garantir nada, é uma situação bem delicada, mas... O fato de Sara afirmar ao Delegado que você não teve culpa alguma dos fatos pode ajudar bastante, e farei todo o possível .. . Para lhe soltar,  mas advirto você! Nunca mais... Nunca mais encoste perto de minha filha, o seu companheiro, o tal de Oscar, se depender de mim, nunca mais ele vai sair da cadeia.

Célia: Senhor, me desculpe,  eu não mereço tanta generosidade da sua filha senhor...

Enquanto isso, Gusmão faz um curativo no braço, troca de roupa, e quando vai buscar a sua moto para ir para casa, se dá conta que sua moto está na casa de Sara.

Gusmão: Droga! Eu havia me esquecido, ontem eu a levei para casa de moto, e deixei a moto lá!  Esta hora ela deve estar na empresa, vou aproveitar para pegar minha moto enquanto ela não está em casa,  depois de me menosprezar daquele jeito? Não quero ver ela na minha frente...

As palavras de Gusmão eram contraditórias, ele dizia aquilo para tentar enganar a si mesmo, embora falasse que não queria ver Sara, seu coração torcia para que os caminhos deles voltassem a se cruzar, mas  Gusmão era muito orgulhoso para admitir aquilo para si mesmo.

Gusmão pega um táxi e vai para a casa de Sara, ao chegar na mansão ele toca o interfone, do outro lado Sandoval o atende.

Sandoval: Mansão Masters... O que deseja?

Gusmão: Sandoval, sou eu ... Detetive Gusmão, vim buscar minha moto que ficou na mansão.

O mordomo vai abrir o portão para o detetive, e o acompanha até a garagem, Gusmão esclarece o mordomo de tudo que havia acontecido e do caso solucionado.

Sandoval: Senhor Gusmão... Muito obrigado pelo senhor ter feito um excelente trabalho, acredito que a senhorita Sara não soube lhe agradecer,  peço que não fique magoado com ela, ela tem um jeito meio duro, mas é uma moça de um coração enorme... Aquilo é apenas uma fachada, a forma como foi educada pelo avô, o senhor Bruce... Ele preparou Sara ser uma mulher forte,  forte em todos os sentidos....

Gusmão: Se arrogância, prepotência, e coisas assim fizeram parte desta educação, seu falecido patrão está de parabéns! Fez um ótimo trabalho.

Sandoval : Vejo que o senhor se parece muito com a senhorita Sara,  talvez não saiba, mas foi o primeiro homem a se aproximar dela, Sara nunca teve amigos, nunca namorou... Ser rica e poderosa, tem suas desvantagens,  muitas pessoas se aproximam apenas com interesse, em busca de benefícios... Eu conheço Sara desde menina Gusmão, e sei reconhecer as pessoas...

Gusmão sobe em cima da moto e pega o capacete.

Sandoval: Eu vi vocês dois ontem a noite conversando  no tatame da sala de exercícios, não parecia apenas  policial em dever, mas dois amigos conversando, falando sobre suas dores, e passados, eu lhe peço, não se afaste dela!

Gusmão põe o capacete na cabeça, e dá a partida na moto....

Gusmão: Eu até achei que sua patroa fosse assim como descreveu, mas acho que ela não faz questão de ser amiga de um policial, de um reles policial! Afinal, sou apenas um detetive, um policial e ela meu amigo, é a CEO de uma empresa conhecida e renomada em todo o continente! Foi um prazer Sandoval! Até a próxima...

O mordomo fica observando Gusmão partir....

Sandoval: Finalmente! O destino colocou a pessoa certa no caminho de Sara... Finalmente... Senhor Bruce..

Sara olha pela janela do quarto ao ouvir o barulho de moto, e avista Gusmão deixando a mansão de moto, ele para ainda  do lado de fora, e levantando a vista, Sara estava olhando para ele da janela de seu quarto,  ele dá as costas e vai embora, mas faz um aceno para ela antes de partir...

Sara: Nos veremos ainda Gusmão... Nos veremos....

Enquanto isso,  Sebastião parte para o escritório em um táxi, ele vai telefonando, e resolvendo algumas coisas pelo celular, quando avista uma figura bem familiar...

Sebastião: Pare o táxi!  Eu preciso descer!  Diz ele dando um dinheiro para o taxista e sem esperar o troco....

Ele havia visto ela no meio da multidão, e não era a primeira vez,  não podia ser outra pessoa senão Estefânia, seu amor do passado, a mãe de Sara...

Sebastião: Hoje eu vou te encontrar,  você não vai escapar de mim!  Eu sabia ! Você não estava morta!

Diz ele correndo atrás da mulher, se desviando das pessoas no trajeto, até alcançar aquela mulher...

Sebastião : Estefânia! Espera!  Te alcancei! Você não escapa de mim hoje!  Diz segurando nos ombros da mulher...

Será mesmo que se tratava da mãe de Sara?

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