Cap XII

Os policiais chegam em Oscar, e o algemam,  logo em seguida, aplaudem Sara...

Delegado Durval: Estou acreditando por que estou vendo, mas que mulher é essa viu!

Gusmão: Delegado, o senhor não viu foi nada! Graças a Deus! Agora acabou!

Sara chega até Durval e Gusmão, ainda meio ofegante devido ao esforço.

Sara: Então! Delegado! Acho que fiz metade do trabalho de vocês... Ah sim! Não posso esquecer meu amigo Gusmão! Ele que desvendou tudo,  acho que até formamos uma boa dupla!  Mas agora quero ir para casa, tomar um banho, e retomar as minhas atividades na empresa!

Durval: Não é bem assim! Você tem que nos acompanhar até a delegacia para colhermos o seu depoimento final, tudo precisa ser relatado, afinal, não é todo dia que a vítima nocauteia o agressor! Gusmão, acompanhe a senhorita!

Dentro do carro, até a delegacia, Sara e Gusmão vão conversando, e se desentendendo também...

Gusmão: Você não deveria ter feito aquilo!  Se arriscar daquele jeito, Sara, você poderia ter se machucado!

Sara: Machucado? Eu? Gusmão, meu avô me ensinou que eu nunca deveria baixar a cabeça para ninguém! Aceitar ordens de ninguém! Ser impassível e ter o mínimo de piedade, assim como no karatê, os negócios exigem rapidez, agressividade, e frieza! E ele estava certo, fui ajudar aquela mulher e olha só o que resultou?

Gusmão: Seu avô está certo em algumas coisas, mas está errado em outras!  Não pode  viver com a guarda levantada, assim como nas artes marciais, não tem como evitar todos os golpes, uma hora a vida vai te golpear como agora, mas isso faz parte, não pode deixar de ajudar as pessoas, fazer a coisa certa... Você fez o bem! A mulher que está errada!

Sara: Olha, meu avô era um homem sábio e bem sucedido! Acho que ele conhecia um pouco mais da vida que você, ou ao invés de ser apenas um policial,  era um homem bem sucedido!

As palavras de Sara doem em Gusmão, que se cala, e ela então percebe que escolheu as palavras erradas, logo contra quem entrou na frente de uma bala, para salvar a sua vida, mas como não é de seu feitio, ela apenas se cala, mesmo arrependida de ter dito o que disse.

Silêncio por todo o restante do caminho.

Eles chegam na delegacia, Gusmão desce do carro, Sara também, ele joga a chave do carro para Sara.

Gusmão: Pronto senhorita! O simples policial, o ninguém que salvou sua vida não tem mais nenhuma obrigação, recomendo que contrate um segurança, e boa sorte!

Sara: Ei! O que foi isso? Volta aqui Gusmão! O que te deixou com tanta raiva? Volta aqui!

Gusmão: Você não manda em mim, você manda na sua casa, na sua empresa, não em mim!

E ele deixa ela falando só.

Sara: Assim não é! Tudo bem! Não preciso de você mesmo, aliás não preciso de ninguém!  ( e depois completa falando para si mesma.... " afinal eu acho que não nasci pra ter amigos, nem ninguém que goste de mim mesmo..."

Oscar é levado para a cela, e Sara vai com o delegado para sua sala,relatar o depoimento, e Sebastião ao ver a filha com o delegado, se assusta.

Sebastião: Sara? Filha... O que houve? Por quê está aqui?  O que aconteceu?

Sara: Sebastião?

Rubi a mulher de Sebastião, então fica pela primeira vez frente a frente com Sara...

Sara: Houve uma tentativa de sequestro contra mim, mas os envolvidos já foram presos...

Ao ouvir aquilo, Rubi fica toda nervosa e começa a ter uma crise de ansiedade, ela logo imagina que foram os homens contratados por ela que foram pegos... E começa a passar mal, ficando engasgada e sem voz...

Sara: Acho que sua cliente está passando mal!

Sebastião: Ela é Rubi, a minha esposa... Rubi, por favor! O que houve? Por que ficou assim?

Rubi: Eu... Não quero estar aqui, quero ir embora! Por favor...

Sebastião: Sara, filha me desculpe, ela não está bem, tivemos um problema, mas vamos solucionar logo, e se você precisar de mim... Estarei aqui.

Sara explica ao pai a situação do sequestro e dos culpados, o que acaba tranquilizando Rubi, pois agora ela sabe que se trata de um plano diferente do seu.

O delegado então chama Sara  para sua sala.

Sara: Bem, eu vou indo, mas quero sim que me faça um favor, já que me propôs...

Sebastião: Com muito prazer filha.

Enquanto isso, no vestiário da polícia, Gusmão troca de roupa, e faz um curativo na sua ferida.

Gusmão: Garota mimada e arrogante! Se acha melhor e acima de todo mundo!  Pois bem... Se vire sozinha então!  Besta fui eu, achei que tinha visto bondade no fundo de seus olhos, mas não! é apenas uma rica, esnobe e arrogante.

Sara após depoimento, saí da sala  do delegado e encontra o pai e Rubi...

Sebastião: Filha, tenha cuidado, por favor... E farei o que me pediu.

Rubi: Quero me desculpar com você Sara... Não é seu nome? Espero que possamos nos conhecer em um outro momento, em um local mais oportuno.

Sara: Acho difícil, tenho  uma agenda bem corrida, e tempo para viver por aí... Passeando em shopping, com vida de madame, não é o meu estilo, boa sorte...

Rubi: Sebastião, mas que mulherzinha arrogante!

Sebastião: Ela é assim mesmo, acho que já me acostumei com esse seu jeito de ser, mesmo com tão pouco tempo.

Após entrar na sala com Rubi, Sebastião resolve logo o problema, se dispondo a pagar a joia furtada pela mulher e a colocar ela em um tratamento, Rubi chora na frente do delegado, se mostrando arrependida.

Sebastião: Rubi, meu amor, vá para casa,  eu vou para o escritório de táxi daqui...

Rubi: Tá bem meu amor, mas o que vai ficar fazendo aqui? É algo que sua filha pediu?

Sebastião: Sim, é isso mesmo, não se preocupe e vá pra casa.

Rubi pega a chave do carro e vai, ao chegar dentro do carro, ela bate na direção...

Rubi: Desgraçada! Como odeio aquela mulher! Não bastasse a maldita Estefânia ser um fantasma na nossa vida, agora a maldita filha dela tinha que aparecer! Vou dar um tempo, não vou mais mandar que sequestrem ela, ganharia a sua confiança e fingirei aceitação, e eu mesma, me livrarei dela.

Na sala do delegado....

Durval: Então Dr Sebastião Herrera... O senhor é pai de Sara, a moça sequestrada, e vai defender a florista cúmplice a mando dela?

Sebastião: Sim senhor, minha filha falou que a tal Célia não é má! E que o marido é usuário de drogas, faz coisas erradas, e  inclusive agrediu ela... Então... A peido de minha filha, sim farei sua defesa e peço a soltura da moça.

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