Cap XV

Sebastião chegava em casa após aquele dia difícil, ele chega em casa completamente embriagado, encontra aquela mulher que era idêntica a Estefânia, abriu feridas dentro dele, e lhe despertou  sentimentos adormecidos.

Rubi: Meu Deus! Sebastião! Onde você estava?

Sebastião: Não enche o meu saco!  eu não te devo satisfações! Eu vou onde quero, bebo o tanto que quero... Não é da sua conta!

Rubi: É da minha conta sim!  Eu sou sua esposa! Mesmo que você não goste... Eu me preocupo com você !

Sebastião: Eu não gosto de você! Eu gosto da Estefânia! Ela foi e ainda é o grande amor da minha vida, ela e eu temos uma filha...

Rubi: Sebastião... Você está muito bêbado! Não sabe o que está dizendo....

Sebastião: Eu sei sim... Eu só me casei com você por causa do dinheiro da sua família! Seu pai! Ele me comprou!

Rubi: Rubi se descontrola e empurra Sebastião, que cai no sofá, e fica lá mesmo resmungando...

Rubi começa a ter uma  crise forte de choro de ansiedade, desde quando Sebastião chegou em casa alguns meses atrás dizendo ter visto Estefânia e que ela não estava morta,  e desde então a felicidade e a paz entre eles havia se acabado, Sebastião trabalhava no escritório de advocacia do pai de Rubi, há 20 anos atrás, Rubi também trabalhava para o pai, os dois eram muito amigos, porém Rubi foi se apaixonando por Sebastião, mas um trauma muito grave ocorreu na vida de Rubi.

Ela foi violentada por um homem,  em um crime que nunca foi descoberto durante uma estadia da família no litoral, O pai de Rubi, ao descobrir o que havia acontecido,  ofereceu para sebastião dinheiro e um escritório para ele próprio, caso casasse  com sua filha, Rubi desenvolveu diversos traumas como cleptomania,  crises de ansiedade, desvio comportamental... Dentre outros.

O medo de perder Sebastião, o medo que ela sentia de pensar que Estefânia estava viva, que ela sentia medo de perder Sebastião para a Sara a filha dele... Ela via a aproximação do marido com sua filha como uma ameaça... E isso a  estava matando por dentro.

Sebastião dormiu no sofá, e Rubi, a ela restou chorar... Apenas chorar e jurar para si mesma, que não deixaria Sebastião lhe abandonar.

E a noite passou rápido...

Sebastião acorda com uma dor de cabeça enorme, sem lembrar nada da noite anterior... Como era sempre que ele bebia.

Rubi: Bom dia meu amor! Seu café da manhã está quase pronto... Vai tomar um banho... Você chegou bêbado ontem... E acabou dormindo no sofá...

Sebastião: Rubi... Eu nem sei como cheguei em casa...

Rubi: Talvez o espírito da Estefânia tenha guiado você!

Ao ouvir isso, Sebastião sente-se assustado....

Sebastião: Eu machuquei você?  Eu fiz alguma coisa como daquela vez?

Rubi: Não, você não me agrediu fisicamente desta vez... Mas disse coisas que doeram mais que um tapa...

Sebastião abraça Rubi e pede desculpas, mostrando arrependimento.

Rubi: Tudo bem meu amor, apenas te peço... Não beba novamente... Daquela vez que achou ter visto Estefânia, foi a mesma coisa...

Envergonhado, Sebastião não diz nada sobre o que havia acontecido, de ter visto Sabrina a mulher que era idêntica a Estefânia.

Sebastião: Me perdoa Rubi, apenas peço que me perdoe, só isso...

Rubi: Anda meu amor, vai tomar um banho, depois de tomar um café bem forte... Vai se sentir melhor...

Sebastião vai para o banho, e Rubi   fica  planejando...

Rubi: Sebastião, eu tenho que tirar aquela garota do seu caminho, do nosso caminho...  Só assim, voltaremos a ser felizes como antes.

Neste momento  Paulo e Sabrina levantam-se ...

Paulo: Amor acorda! Hoje você vai começar na casa dos ricaços lá ... Ou estou enganado?

Sabrina: Ai meu Deus! É mesmo!  e agora? Que horas são?

Paulo: São 6:00 da manhã...

Sabrina: Nossa! Só vai dar tempo de tomar banho, e não tenho como preparar nada!

Paulo: Tudo bem meu amor, eu lancho algo a caminho do trabalho, vou tomar banho rapidinho, eu arrumo a cama pra você...

Sabrina levanta-se e beija o marido, grata pela compreensão dele.

Em minutos ela estava pronta para ir, Paulo vai deixar ela na mansão, ao chegar lá,  Sabrina toca o interfone, Sara que ia saindo para fazer a corrida matinal, abre o portão para ela.

Sabrina: Bom dia ! Sou a nova cozinheira....

Sara: Nova cozinheira? E não lhe disseram? Os empregados entram pela entrada de serviços! Não pela porta principal!

Sabrina fica constrangida e pede desculpas para Sara pelo engano... Sara mostra a direção da porta de serviços, mas algo lhe chama a atenção...

Sara: Ei ! Qual o seu nome?

Sabrina: Eu me chamo Sabrina...

Sara: Sabrina... Sabrina... Você já me conhecia antes? Já tinha vindo aqui antes?

Sabrina : Não senhora, apenas mandei currículo por email para Sandoval...

Sara: Ok, então... O seu rosto... Não  me é estranho! Mas bom... Seja bem vindo! Você disse que é a nova cozinheira não é?  Espero que me surpreenda! Diz Sara indo correr...

Sabrina: Gente maluca, trata agente com grosseria, depois  vem passar pano... O que será que tem meu rosto? Pareço com quem? Será que com a tal Estefânia? Era só o que faltava...

Sabrina entra em casa pela entrada de serviços e se apresenta para Sandoval,  que leva um susto ao ver ela...

Sandoval: Virgem mãe Santíssima! Senhora Estefânia!

Sabrina: O quê? Ah não... De novo isso não...

Enquanto isso longe dali, Paulo para numa lanchonete para tomar o café da manhã, nesta mesma lanchonete chega Gusmão, ele toma café ali todos os dias quando não está de serviço.

Gusmão chega e faz o seu pedido, Paulo estava no celular, e não havia notado nada ao seu redor, Paulo termina a refeição e vai pagar a conta, antes de sair, ele e Gusmão cruzam os olhares ... Paulo parecia surpreso, Gusmão fez de conta que não o tinha visto, mas Paulo se aproximou da mesa do policial.

Paulo: Bom dia Gusmão... Meu filho!  Como você está?

Gusmão: Meu dia estava bem... Até dar de cara com o cara que fez da vida da minha mãe, e da minha ... Um inferno!... Papai!

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