Capítulo 10

A festa foi ótima! Bebemos, comemos e nos divertimos muito!

Tyler me apresentou para alguns dos seus amigos, e a Megan é um amor de pessoa. Conversamos sobre coisas aleatórias, rimos muito. Foi uma noite especial, uma das melhores que eu já tive em toda a minha vida, eu me senti em casa e muito bem acolhida.

Mas como tudo que é bom dura pouco, já estamos no hotel.

Já faz alguns minutos que chegamos, tomamos banho e estamos deitados na cama devidamente agasalhados por causa do frio tremendo que está fazendo.

É três e pouca da manhã, Tyler está acariciando as minhas costas enquanto a neve cai fervorosamente lá fora.

- estou com medo de dormir - sim, tenho medo de dormir e acordar desse sonho lindo que estou vivendo.

- por que? - ele me olha sem entender.

- tenho medo de tudo isso ser apenas um sonho.

Ele sorri com a minha resposta e investe a nossa posição ficando por cima do meu corpo.

- acha que tudo isso é um sonho? - ele toca meu rosto com delicadeza - acha que os meus beijos não são verdadeiros? - ele roça seus lábios nos meus.

- Tyler...

- antes de qualquer coisa, eu quero falar a você que a minha vida não é nada fácil - ele fica pensativo por alguns segundos - eu perdi a Cris por causa do meu trabalho, por causa da minha vida e não quero que aconteça o mesmo com você.

- não vai acontecer nada, esqueceu que o meu pai colocou um segurança atrás de mim?

Aliás, onde será que ele se meteu? Será que veio atrás de mim ou ficou por nova York?

- não quero que corra nenhum tipo de perigo, e quando voltarmos para Nova York, eu vou procurar saber como anda o caso do Lucas.

- vamos esquecer tudo isso, está bem? Vamos aproveitar o aqui, o agora - toco o rosto dele - não quero que nada estrague esse momento especial entre nós dois.

- você tem toda razão - ele adentra sua mão no meu moletom - acho que devemos aproveitar um pouco mais essa noite, não acha?

- eu não sei - entorto minha boca - acho que eu preciso de um beijo para decidir.

- só um?

(...)

Não transamos ontem a noite, ficamos fazendo carícias um no outro, trocamos vários beijos e não passou disso. Até que eu tentei, mas ele não quis, o mesmo desviava das minhas mãos bobas e isso me deixou um pouco frustrada.

E eu não ligo que as pessoas pensem que eu sou meio precipitada e tals.

Tem pessoas que transam com desconhecidos que nunca sequer ouviram o nome algum dia.

- por quê levantou tão cedo? - Tyler literalmente caiu da cama, quando eu acordei ele já não estava mais do meu lado.

Então eu fiz o maior esforço possível para sair daquele paraíso para fazer a minha higiene matinal, tomei um banho e coloquei uma calça jeans, uma blusa preta de manga comprida e um sobretudo da mesma cor.

Prendi meu cabelo em um coque alto e vim para sala.

Ainda é cedo, e o frio parece que dobrou de ontem para hoje.

Ele está usando uma calça moletom cinza, e um suéter branco com algumas manchas pretas.

- eu tenho o costume de acordar cedo - ele olha para o relógio no pulso - o que acha que sairmos para tomar o café da manhã em um lugar especial?

- eu acho que vou acabar ficando mal acostumada - sento ao lado dele no sofá - Tyler, por que você não quis nada comigo ontem a noite?

- como assim? - ele arqueia as sobrancelhas fingindo não ter entendido a minha pergunta - não quero que pense que estou com você por isso.

- eu não estou pensando nada, Tyler, eu só achei que... Esquece, vamos descer para tomar café - levanto do sofá.

Será que ele não me achou atraente ou algo do tipo?

- meus pais nos chamaram para almoçarmos lá na casa deles hoje, você quer ir? - ele morde os lábios enquanto espera minha resposta.

- eu pensei que a gente iria ficar aqui, somente nos dois - sim, eu estou com segundas intenções, mas talvez seja bom almoçar com a família dele.

- a gente pode ficar se você quiser.

- não, eu quero ir, o dia é longo, não é mesmo? - faz tempo que ele não vê os pais, ontem foi a primeira vez em muito tempo, e se eles nos convidaram, por que não ir?

- eu vou pegar minha bolsa - volto para o quarto, pego minha bolsa, me olho no espelho e suspiro.

Eu estou com o coração apertado, sei lá, como se algo fosse acontecer com a minha família.

- você está bem?

- quando voltarmos para Nova York, será que a gente pode passar na casa dos meus pais primeiro?

- claro que sim - ele segura minha mão - aconteceu alguma coisa?

- eu não sei, só estou com um má pressentimento.

- Annie, se você não estiver se sentindo bem, podemos ficar aqui.

- não, eu estou bem, deve ser alguma bobagem minha - sorrio para ele e suspiro tentando afastar os pensamentos ruins.

Vamos voltar para casa amanhã, e como hoje é nosso último dia aqui eu quero aproveitar o máximo que eu puder.

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