Capítulo 7

~ 11- 45 da manhã, Paris, frança ~

já chegamos ao fórum onde irá ocorrer o julgamento, ele está sentado na cadeira principal, devidamente vestido e usando óculos. Sim, ele está usando óculos, o que o fez ficar ainda mais sensual.

Eu estou sentada na plateia, apenas observando todo o julgamento, e no quanto ele é profissional.

- acho que acabei de chegar ao paraíso.

É isso mesmo que eu ouvi? Uma cantada barata em um lugar tão sério quanto esse?

Vou fingir que não ouvi, e continuar assistindo o julgamento normalmente.

Não me sinto confortável em situações como essas. Nunca fui de receber muitas cantadas, e obviamente me causa um certo desconforto ainda mais vindo de estranhos.

- eu achei esse juiz um pouco fraco, não é mesmo? - ele tenta puxar assunto e eu bufo.

- e você entende bem sobre o assunto?

- eu estou estudando para um dia sentar lá naquela cadeira - ele aponta para a nossa frente com certo orgulho - nunca te vi por aqui, é nova na cidade?

- olha, eu não quero ser grossa ou algo do tipo, mas não estou aqui para ficar de conversinha - acho melhor cortar logo o nosso assunto, devemos ficar em silêncio enquanto o julgamento ocorre.

- a gente poderia sair para tomar um sorvete quando acabar, o que acha?

- eu nem te conheço, acha mesmo que vou sair com um estranho? - ele só pode está ficando louco se pensa que vou sair com ele, nem nos conhecemos.

- olha, eu conheço o seu tipo, se faz de difícil, mas na verdade está doida para uma noite de sexo - ele pousa a mão em minha perna e aperta me fazendo ficar sem reação.

Ok, nunca passei por uma situação como essa, e agora eu não sei como agir.

Estou usando uma calça jeans, uma blusa cinza de manga longa e nada muito extravagante.

- tira a mão de mim - peço com rapidez ao ver o que está se passando - por favor, me deixa em paz!

Meu coração está acelerando, o medo e incômodo começaram a tomar conta de mim.

Nunca pensei que passaria por uma situação como essa, eu estou sendo assediada por um homem, que está estudando para ser juiz.

Eu acabei de perceber que pessoas de más índole estão em toda parte.

- não seja difícil, eu sei bem o que você deve estar querendo.

- Me solta! - Levanto da cadeira chamando a atenção das pessoas ao meu redor.

- o que está acontecendo aí? - Senhor Williams tira o óculos e levanta da sua cadeira para observar o que está acontecendo.

- esse homem está passando a mão em mim sem o meu consentimento - aponto para o cara na cadeira que me olha boquiaberto. Acho que ele não estava esperando tal reação vir de mim.

- não seja mentirosa! Você estava se oferecendo para mim - ele levanta da cadeira com cara de inocente.

- senhor Williams, eu juro que não fiz nada! Esse cara sentou ao meu lado, me chamou para sair e pousou a mão na minha perna sem o meu consentimento e começou a falar coisas extremamente constrangedoras! - eu estou nervosa, meu coração está acelerado e esse tanto de pessoas me olhando como se eu fosse uma criminosa não está ajudando muito. Eu nunca passei por uma situação como essa, e esses olhares de julgamentos sobre mim não estão me ajudando muito.

- guardas, peço que prendam esse homem por importunação sexual e assédio contra a minha secretaria.

- eu não fiz nada, senhor juiz! Ela está mentindo!

- levem ele daqui o quanto antes - senhor Williams olha para todos ao redor da sala - esse julgamento se dar por encerrado, voltaremos depois do feriado de final de ano - Senhor Williams vem até mim com o semblante sério e preocupado enquanto as pessoas presentes esvaziam a sala - você está bem?

- desculpa estragar o julgamento - ultimamente eu estou dando uma mancada atrás da outra.

- você não estragou nada, esse miserável estava assediando você - ele observa o cara ser levado pelos guardas e depois volta sua atenção para mim - não se preocupe, eu vou fazer ele ficar na cadeia por um tempo.

- eu só quero ir embora daqui - eu quero me trancar no quarto e não sair nunca mais.

- eu vou te levar em um lugar para que possa distrair a mente, é véspera de natal e não vamos estragar esse dia por causa de um miserável.

- Senhor Williams...

- Tyler - ele me corrigi - eu sei que não é fácil passar por uma situação como essa, e eu de verdade sinto muito - ele se aproxima um pouco mais - garanto que ele e nenhum outro que ousar machucar você de qualquer forma vai sair impune.

- eu não sei como agradecer - deixo minha timidez de lado e me jogo em seus braços o abraçando.

Eu sei que não deveria fazer isso, mas é tudo que eu preciso no momento. Um abraço de acolhimento, compreensão.

- desculpa por qualquer coisa - fecho meus olhos aproveitando os seus braços fortes rodeando o meu corpo como se estivessem me protegendo do mundo.

- não precisa se desculpar, não foi culpa sua - ele afaga as minhas costas e se afasta de mim com delicadeza - se sente melhor?

- sim, eu já estou bem - tento sorrir - eu acho que já podemos ir.

- estão vamos, já passou da hora do almoço e eu estou faminto!

(...)

Almoçamos em um restaurante muito chique. Conversamos, rimos e falamos de assuntos aleatórios.

Além de bonito, ele é cheiroso, educado, tem um sorriso encantador, uma voz extremamente rouca e marcante. E também é super divertido.

Sim, aquele homem de poste sério e rígido, é super engraçado e me arrancou muitas risadas enquanto almoçamos.

dae vai passar a ceia?

- não sei, me convidaram para um festa hoje a noite, mas eu não estou querendo ir - ele da um gole em seu vinho e arqueia as sobrancelhas para mim - a não ser que eu tenha companhia.

- está me convidando?

- você quer ir? - ele retribui a pergunta e eu nego.

- não, provavelmente é uma festa com pessoas super importantes e chiques, e eu não tenho roupa para essa ocasião.

- não seja por isso - ele tira algumas notas do bolso, coloca sobre a mesa e levanta me levando junto com ele.

- para onde estamos indo?

- vamos comprar um vestido para você.

- como assim?

- você disse que não tem roupa para a festa, então vamos providenciar ela agora mesmo - ele abre a porta do carro para mim - eu não aceito uma desfeita dessa - ele sorri de lado - é um presente, senhorita Annie, não quero passar a noite de natal trancado naquele hotel e não desejo isso para você também.

- eu só vou com uma condição.

- e qual seria?

- para de me chamar de " senhorita Annie ".

- Annie, por favor, será que pode entrar no carro para que a gente possa ir até uma loja comprar um vestido para você?

- tudo bem, eu vou - entro no carro e suspiro.

Não acredito que isso está acontecendo, eu estou em Paris, com o meu chefe por quem estou me apaixonando.

Como será quando voltarmos? Ele continuará me tratando assim? Tão doce e delicado ou mudará a sua postura para o chefe sério que não tem " intimidade" com a sua secretária?

Não que eu queira que ele me trate como sua amiga íntima lá na empresa, e eu acho que estamos bem longe de ser " amigos". Ele só está tentando me distrair por conta do ocorrido de hoje cedo.

Sei que quando voltarmos para Nova York tudo voltará ao normal.

A minha vida melancólica de noiva e irmã traída e abandonada voltará como uma pedra em cima dos meus ombros.

Eu só quero que nada daquilo tivesse acontecido, que o meu noivado com o Lucas nunca tivesse existido.

Eu vou apagar essa parte da minha vida, vou viver normalmente como se nada tivesse acontecido.

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Comments

Vida Vieira

Vida Vieira

Eu queria que ela fosse virgem. Perder a virgindade com um canalha, é traumático!!!!

2024-04-26

7

Nyna Aparecida

Nyna Aparecida

começando a história hoje 26/04 queria saber se a história e narrada só por ela ou por ele também?

2024-04-26

0

Sineia Soares

Sineia Soares

Que homem lindo 🤩🤩

2024-04-20

1

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