Capítulo 18

Valentina e Rita ficaram o domingo todo com a Alana, a noite foram para suas casas, Maria brigou com o Kaique, foi dormir cedo chateada.

Ele foi pra casa do João, sentaram na calçada pra conversar, de longe viram José, chegando com Rita e Valentina, as duas desceram na frente da loja, ele desceu e estava conversando, entrou com elas, de longe João ficou olhando incomodado

- Agora é todo dia isso aí, sabe que a Layza tinha ciúmes da Vê?

- Quando terminaram, ela falou que com certeza os dois já ficaram.

Kaique começou rir

- E se não, então não é atrás da Valentona que ele está.

João ficou sério pensativo

- Já pensei nisso, ele me trata como se eu fosse o pior cara do mundo, quando o assunto é a Rita.

- Ela conversa com ele, ficam de risadinha e comigo, nada! Sendo que a gente ficou.

- Só queria saber se ela está escrevendo historinha pra ele também.

Kaique ficou olhando querendo rir

- Cara, você tá ficando muito doido, relaxa aí. Ela tem vergonha de você, é diferente!

- A Mah comentou que ela não escreve mais nada, nem toca no seu nome, a gente vê pelo jeitinho, que é tímida, bem menina mesmo, bobinha.

- E seu irmão, não é assim, o cachorro aqui, é você.

João levantou irritado

- Cansei de olhar pra sua cara, vou entrar.

Os dois saíram rindo, José tinha entrado trocar uma lâmpada para Rita, já foi logo embora, chegou perguntando sobre a Maria, João foi rude o mandando ir perguntar a ela, não deu atenção a nada.

Na segunda feira tentando evitar os pais a noite, Maria foi pra casa da Rita, Valentina estava indo direto ficar lá também, elas ficavam assistindo no notebook da Valentina ou no celular, usando o wi fi da loja, José tinha ido procurar a Maria em casa, sabia onde estavam, quando ia pra lá, João e Kaique passaram e decidiram ir juntos, José falou que as três deviam estar falando mal deles, João respondeu

- Menos de você né, o perfeitinho, nunca erra com ninguém.

- Vamos entrar sem fazer barulho, só pra ouvir um pouquinho.

José foi contra, mais deu risada porque sabia que dele realmente não estavam falando nada, foram buscar a chave da Tati na casa da deles, entraram para ouvir escondido, Rita estava triste também, porque a mãe estava mandando mensagens dizendo que queria vê-la, porque ia ficar fora um tempo, a trabalho, Valentina disse que estava começando a entender porque algumas pessoas bebiam todos os dias, Maria respondeu desanimada

- Deus me livre beber e ir chorar pro Kaique, olha ele não para de mandar bom dia, boa tarde, perguntando como estou, eu quase nem respondo.

- Ele não entende como eu me sinto e todo mundo fica em cima me pressionando pra decidir algo. Até na escola já estão falando da gente, eu vou bater na Biana de novo, fica vendo.

Rita sorriu curiosa

- Deixa eu ler?

- Você não quer terminar de verdade né? É que dá pra ver, vocês se gostam muito.

Valentina respondeu levantando

- A romântica aí, vê amor em tudo, menos na vida dela, Maria você leu o conto do professor?

- Eu lembrei de um que tive, do cursinho.

Foi pegar o caderno de Rita, ela começou rir envergonhada

- Aí gente é só imaginação, nem tudo o que eu escrevo, queria viver, imagina aquele do policial que mandava até na calcinha da esposa. Deus me livre!

Maria começou olhar

- Ela não me deixou ler nada ainda, Rita o que é isso? Sugada da bezerra?

As três começaram rir muito, ela disse que nem sabia, só procurava algumas coisas na internet ou usava o que leu em contos, Valentina foi pesquisar

- Ahhh é pompoarismo olha, é uma coisa que a gente faz lá dentro, na hora de namorar, sabe, com o negócio dentro.

- Maria essa semana um cliente deu o número dele pra Rita, ela ficou roxa de vergonha. Parecia mudinha!

- Jogou sem nem salvar ou procurar o perfil, e ele era bonito tá, branquinho né, cabelo nevou, sobrancelha feitinha.

Maria estava entretida com a leitura

- Isso é sei lá, quente né, só consigo me imaginar com uma pessoa. Será que a gente sente as mesmas sensações sendo tocadas?

- Você não tem vontade de tentar de novo, ficar com alguém, conversar e sair, não namorar ir pra cama, só beijar, ter carinho Rita?

Ela começou rir sem jeito

- Não sentimos igual, porque cada pessoa tem suas preferências, gosta de ser tocada, de um jeito diferente.

- Eu nunca tive carinho na vida, de ninguém, acho super estranho vocês se beijando abraçando o tempo todo.

- Eu não sinto vontade de nada, acho que por isso parei de escrever, tenho nojo só de imaginar, um homem chegando perto de mim.

- As vezes tenho medo de andar sozinha, quando vem um homem na calçada, eu atravesso.

Os três estavam no corredor, no escuro, José fez sinal dizendo que era pra saírem, porque percebeu que estavam invadindo demais a privacidade delas, os dois quiseram ficar só mais um pouco, Maria levantou encostou na janela

- Sinto muito, eu também tenho medo, acho essa nossa idade e fase muito difícil, escolher o momento certo, sem saber o que vai acontecer depois.

Valentina respondeu da cozinha

- Não sendo tratada como lixo depois e não se arrependendo, tá bom. Eu escolhi a pessoa certa e disso não me arrependo!

- Da vontade de chorar só de lembrar, e imaginar o que ele tá passando lá.

José queria que os dois saíssem, decidiu ir falar com elas, os dois saíram rápido pra fingirem que estavam na calçada, José encostou na janela assustando Maria

- Porque eu não posso participar também?

- Tô chamando a meia hora.

Elas começaram rir, Valentina abriu a porta da cozinha

- Qualquer hora vai ver alguém pelada aqui, você não pode entrar assim, sua mãe não te deu educação?

Ele começou rir

- Não fiquem peladas então ué. Apesar que se estiver meio escuro, não dá pra ver nada!

Elas começaram rir, Maria saiu também, ele continuou na janela

- Desculpa entrar assim Rita, eu não faria, se elas não estivessem aqui.

- Vamos sentar lá fora?

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