Capítulo 13

Gabriel foi pra casa de carro, passou pela Babi na cozinha

- Vou desmontar o quarto da Lelê.

Ela ficou olhando sem entender

- Tá. A gente não ia conversar sobre isso? Porque pressa?

Ele pegou a caixa de ferramentas, foi para o quarto

- Eu não vou mudar de idéia. Vou mandar a cama para a Rita!

Desmontou a cama, um guarda roupa pequeno, foram colocando tudo na garagem, ela encheu uma caixa com utensílios de cozinha.

Lauren já tinha recebido o recado, chegou com dois sacos de lixo grandes, com um cobertor, edredom, lençol, fronhas e dois travesseiros.

Até a hora do almoço, já tinham levado tudo pra lá, estavam montando o guarda roupa, Lauren perguntou pensativa

- E se ela não vier?

Tati falou que estava confiante, no final do dia, muito ansiosa esperando ela retornar, resolveu mandar mensagem

" Oi pode conversar?? "

Rita não tinha falado com a mãe ainda, respondeu apreensiva

" Oi, desculpa eu não consegui falar com ela ainda "

Digitou e apagou várias vezes, Tati mandou outra

" Tudo bem, sem pressa. Vai no seu tempo! Tá tudo certo aqui pra você, quando quiser "

" Se precisar eu mesma vou te pegar "

Ela agradeceu deu boa noite, foi arrumando as coisas do quarto, poucas roupas, as que usava pra sair mesmo, eram todas da mãe, deixou pra falar no dia seguinte apenas, quando estivesse saindo de casa.

A noite foram na academia, Kaique, Maria e João, ela estava longe fazendo aula de fit dance, Kaique falou para o João

- Vocês dois e nada, é a mesma coisa.

- Tá bolado ainda com o lance da Rita?

Ele estava de fones, com o pensamento distante, o olhou sério

- Claro, como que não vou ficar?

- Não consigo acreditar que alguém fez isso tals.

- Ela está mentindo, tenho certeza. Só queria conversar com ela!

Kaique ficou olhando com julgamento

- Tenta se colocar no lugar dela, se o lance foi com você mesmo, acha que ela vai querer trocar idéia?

- Muito menos chegar perto, a gente já cansou de encher a cara e... Tipo ficar com umas meninas, mais não assim.

João até tirou o fone

- Não entendi, não assim o que?

- Já falei que não forcei nada. Sabe o que parece, que ninguém tá acreditando em mim!

Kaique respondeu no mesmo tom

- Não assim, sem se importar, conversar e prestar atenção, porque ela não é do tipo que você está acostumado e não precisava de muito, pra perceber.

- Agora já foi, respeita o espaço dela e para de querer ir atrás, só vai arrumar dor de cabeça.

João largou o treino e foi embora bravo, sem falar nada, entrou no quarto e nem quis jantar.

Quando Maria terminou a aula, perguntou pelo João, Kaique falou o que aconteceu, disse que como homem, algumas coisas eram lógicas na hora de namorar, ir devagar, com jeitinho e carinho, perguntar se está tudo ok, principalmente com novinhas, ele aproveitou o exemplo para se referir a ela, já deixou claro que dava total abertura pra ser sincera.

No dia seguinte João trabalhou sem conversar com o Kaique, não estava comendo e nem dormindo direito, na hora do almoço foi pra casa e ficou no quarto, Tati insistiu com o prato de comida, o chamando, ele começou chorar cansado dizendo que não fez aquilo, ela também começou chorar, disse que acreditava nele, contou sobre estar esperando uma resposta de Rita, assim como todos, pediu pra ele se manter distante, ele concordaria com qualquer coisa naquele momento, mais sabia exatamente o que ia fazer, o contrário é lógico.

Rita havia voltado ao trabalho, quando viu Valentina chegando, sorriu sem jeito, já tinha ouvido as meninas falando mal dela a manhã toda e não disse nada, só se manteve no canto.

Não puderam conversar a tarde toda, mais quando a loja estava fechando, Valentina a chamou para tomarem sorvete, elas estavam pegando as bolsas, Rita viu que Tati tinha enviado mensagem, perguntando se ela podia fazer o cabelo dela, esperou sair e falou para Valentina

- Sua tia está me ajudando, porque tem medo, de eu acusar o João?

- Eu já disse que não foi ele.

Valentina ficou olhando pensativa

- Só queremos te ajudar. E você pode aceitar, independente de quem te machucou!

- Eu não vi, mais arrumaram tudo pra você se mudar.

- Já falou com a sua mãe?

Rita ficou com os olhos marejados

- Não quero falar, antes de sair. Quero ir hoje!

- Não consigo ficar mais, naquela casa.

- Só vou pegar as minhas coisas, roupas.

Valentina olhou José sentado do outro lado da rua

- Quer que eu vá junto? O Zé me busca sempre, ele pode levar a gente.

- Vai ser bom, eu com você. Pra te ajudar!

Chorando Rita concordou, foram até o carro, José falou apenas oi, quando soube o que elas queriam fazer, sorriu para Rita

- Tá bom, legal. Vai dar tudo certo!

- Ninguém quer te coagir a nada, eu sei que você não fez nada errado.

Ela sorriu sutilmente, agradeceu, quando chegou em casa só Valentina entrou junto, a mãe de Rita estava na sala assistindo, fumando e bebendo, levantou quase caindo se fazendo de simpática, Rita foi indo para o quarto

- Vou embora daqui.

- Aluguei uma casa e vou morar sozinha.

Sem conseguir manter a farsa, sua mãe foi atrás alterada

- Que isso Ritana? Está ficando louca?

- Como vai pagar aluguel?

- Essas pessoas mau te conhecem.

Olhou para Valentina

- Vamos conversar a sós. Querida da licença!

Rita se aproximou no meio das duas

- Se tentar me impedir, vou contar pra todo mundo e se algo ruim acontecer comigo, todo mundo vai saber que a culpa é sua.

- Vai você fazer de tudo, pra se manter aqui nessa casa, nunca mais vai mandar em mim.

- Prefiro morrer do que ser vendida por você.

- Meu pai te mataria se estivesse aqui. E eu ia adorar ver isso!

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