Juramento de sangue

Os pais de Harumi foram correndo até sua filha assim que a viram e abraçam-a tão forte que a deixaram ofegante em poucos minutos.

–Harumi onde você estava minha filha nós estavamos muito preocupados com você, disse sua mãe se afastando e dando um beijo na testa de Harumi.

–Me desculpem, me desculpem por deixar vocês tão preocupados eu só fui dar uma volta com alguns amigos e perdi a noção do tempo.

–Chun querida, muito obrigada por trazer a Harumi você será sempre muito bem vinda aqui, disse a mãe de Harumi segurando as mãos de Chun.

–Mamãe, papai, será que a Chun pode ficar aqui em casa por um tempo é que ela teve uma briga feia com os pais dela e eu me sinto culpada se não fosse por mim ela jamais estaria nesta situação, disse Harumi fazendo cara de cachorrinho abandonado.

–Mais é claro que sim, disseram os pais de Harumi em simultâneo com um sorriso no rosto.

–Venha para cá querida vamos entrar não tenha vergonha, disse a mãe de Harumi fazendo um gesto para Chun entrar.

A mãe de Harumi puxou Chun para si como se fosse sua filha e entrando na casa a mandou ficar a vontade, e foi para a cozinha preparar o jantar.

–Papai, onde está a Annchi? Questionou Harumi.

–Ela já está dormindo, ficamos te esperando por tanto tempo que ela acabou adormecendo, disse o pai de Harumi.

–Ah tá, eu vou acordar ela pra jantar depois, disse Harumi.

–É melhor não querida, você sabe como a sua irmã é ela não gosta de ser incomodada quando está dormindo nem que seja para jantar, é melhor deixar ela dormir, disse o pai de Harumi.

–Está bem.

Depois de um bom tempo o jantar já estava pronto, a mãe de Harumi precisou da ajuda da sua filha para pôr a mesa pós havia feito muita comida.

Eles começaram a comer e a conversar, Chun estava em silêncio apenas comendo pós Harumi e seus pais estavam abordando sobre assuntos familiares. Quando terminaram de jantar eles se despediram e foram para os seus quartos, Harumi estendeu novamente cobertores no chão para Chun dormir, desta vez Chun não reclamou de nada.

Harumi colocou os fones de ouvido e pôs uma música bem alta para adormecer com mais facilidade, em poucos minutos ela adormeceu mas Chun continuava acordada olhando para o teto e pensando sobre as viagens no tempo e não demorou muito até ela adormecer também.

A mãe de Harumi as observava através de uma câmera que ela colocou escondido no quarto de sua filha hoje cedo quando seu marido as levou para a universidade.

Ela constatou que Chun já havia adormecido e disse ao seu marido que estava na hora de executar o que haviam planeado, ambos vestiram roupas pretas e colocaram máscaras que cobriam seus rostos com exceção dos olhos, colocaram suas braceletes de guardiões e foram até ao quarto de Harumi.

Eles estavam andando sorrateiramente evitando fazer barulho, abriram lentamente a porta e entraram, a mãe de Harumi ficou segurando a porta e seu marido avançou, borrifou um pano branco com álcool e o cobriu o nariz de Chun.

Passado alguns segundos ele retirou o pano e segurou Chun em seus braços. Ele estava saindo devagarosamente para não se chocar com nada mas os seus esforços foram em vão, a mão da Chun tocou no vaso grande do lado esquerdo e ele caiu no chão, neste momento Harumi sentiu uma estalada forte em seu peito e acordou se levantando na hora.

Ela segurou em seu peito e olhou na direção da porta, ficou assustada quando viu dois homens vestidos de preto parados na porta do seu quarto e um deles estava segurando Chun em seus braços.

Logo que eles vêem Harumi os olhando saíram da porta atrapalhados, a mãe de Harumi passou na frente para abrir um portal com sua bracelete.

Harumi se levantou rapidamente quando os viu fugir e quase caiu, ela quase os alcançou mas mas não conseguiu, apenas conseguiu segurar a palma da mão de Chun e no momento que fez isso um pequeno raio vermelho saio da cicatriz na palma das duas e se colidiram causando uma pequena explosão que os fez voar.

No momento em que os dois raios saíram da palma da mão delas e se chocaram Chun abriu os olhos e as duas partilharam a mesma lembrança.

Lembranças

As duas estavam brincando de esconde esconde no que parecia ser o quarto de Harumi com uma decoração infantil, Harumi era a que estava procurando e Chun era a que tinha se escondido, os pais de Harumi bateram na porta e logo em seguida entraram.

Eles mandaram Chun sair de onde havia se escondido dizendo para elas que iriam ensiná-las uma nova brincadeira muito divertida, logo Chun saiu muito alegre de onde havia se escondido.

–É o seguinte queridas, o Dong vai desenhar um círculo e vocês vão ficar lá dentro está bem! disse a mãe de Harumi.

As duas concordaram mexendo a cabeça, logo que elas permitiram o pai de Harumi desenhou um círculo a volta delas com algo que parecia ser sangue de animal, as duas se sentaram e a mãe de Harumi tirou uma pequena faça da sua bolsa, Harumi e Chun ficaram muito assustadas com isso.

–Não se preocupem queridas, vai ser só um pequeno corte, não vai doer nada eu prometo, disse a mãe de Harumi na frente das duas.

Elas se acalmaram e a mãe de Harumi pediu ao seu marido para ajudá-la, logo ele tirou uma outra faça da bolsa de sua mulher e entrou no círculo se colocando na frente da Chun.

Eles começaram a proferir algumas palavras em árabe e quando se calaram seguraram na de Chun e Harumi e as cortaram em mãos opostas.

Feito isso eles colocaram as facas no chão e saíram do círculo às pressas, deram as mãos e proferiram as mesmas palavras em árabe.

–Ayuha budha aleazimi, tahdana, min khilal dima' alsadaqat aleazimati, 'an nunshi rabitat aldam walruwh hataa la yanfasila abdan(ó grande buda, ousa-nos, através do sangue de uma grande amizade crie uma ligação de sangue e espirito para que elas nunca se separem).

Dito isso, os olhos de Harumi e de Chun ficaram totalmente vermelhos como sangue e juntando a palma de suas mãos elas juraram e prometeram uma a outra que nunca se separariam, enquanto falavam o sangue que havia escorrido da mão das duas se entrelaçaram e começaram a subir, entraram por entre a palma da das duas que estavam unidas e uma luz vermelha saiu no meio.

Quando a luz se apagou a ferida na mão das duas sarou, tendo conseguido o que queria a mãe de Harumi mandou elas se concentrarem na luz vermelha emitida por um objeto idêntico a uma caneta e quando a luz se apagou as duas se esqueceram do que havia acontecido.

No presente momento

Quando a consciência de Harumi voltou das suas lembranças lágrimas de dor e decepção escorreram dos olhos de seus olhos, ela percebeu que os homens de preto não estavam mais ali e haviam levado Chun com eles.

Harumi ficou muito arrasada, ela havia descoberto que Chun era sua melhor amiga e no mesmo instante a perdeu, e também havia lembrado do que seus pais fizeram, foi um ato muito egoísta e isso a deixava com o coração dorido e também com muita raiva.

"Como os meus pais puderam fazer uma coisa dessas, eu acabei de perder totalmente a credibilidade neles"

Ela se levantou e foi correndo para a porta no final do corredor, quando a abriu tudo o que ela viu foi um monte de tralha velha pós aquele quarto era a dispensa, ela logo supôs que aqueles homens viajaram no tempo pós foi por aquela porta que eles entraram, mas estavam mais lá.

Harumi foi até ao quarto de seus pais e não os encontrou, ela logo entrou em pânico e foi até ao quarto de sua irmã e a encontrou dormindo, se sentou ao seu lado e acariciou os cabelos dela e saiu para ir beber um pouco de água e acalmar os seus nervos quando de repente viu uma aliança dourada no chão, ela se abaixou para pegá-la e assim que a pegou olhou dentro da aliança e viu o meme de sua mãe escrito, aquela era a aliança de casamento do seu pai e ao perceber isso ela entendeu tudo.

–Os meus pais são.... do tempo? Questionou-se Harumi.

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Srta. Baptista

Srta. Baptista

Gente que cena!

2024-04-05

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