A viajante do tempo

Chun estava muito maravilhada com a beleza nunca antes vista por seus olhos, aquela casa era bem diferente de tudo o que ela já viu, mas no entanto decidiu não dizer nada a respeito pós ainda estava com vergonha da resposta que a garota avia lhe dado quando ela perguntou o que é um relógio.

–Vem, vamos lá pra cima, disse a garota passando na frente.

Chun seguiu-a e quando elas entraram no quarto ela perguntou qual era o nome da garota.

–Senhorita, posso saber qual é o seu nome? Falou enquanto a olhava abrindo uma gaveta e tirando uma talha de lá.

–Eu me chamo Harumi, e não volte a me chamar de senhorita nunca mais eu me sinto desconfortável, toma isso e vai tomar banho pra a gente poder poder dormir amanhã vamos conversar sobre o que aconteceu.

–Está bem, onde eu posso tomar banho? Questionou Chun.

–Vem comigo, disse Harumi se dirigindo para a porta do quarto.

Harumi levou-a ao banheiro, que era lado a lado com quarto, Chun ficou ainda mais fascinada ao ver aquele banheiro era todo branco e praticamente tudo o que estava ali era novo para ela, Harumi ligou o chuveiro e mandou Chun tomar banho mas como ela não fazia a mínima ideia do que era um chuveiro ela fez papel de ridícula, ela ficava pondo e tirando as mãos da água que escorria do chuveiro e ficava olhando para ele sem entender como aquilo era possível.

–O que você está fazendo? É pra você tomar banho e não pra ficar se fazendo de estúpida, disse Harumi aborrecida.

–Desculpe-me senhorita, é que isso é tão mágico, nunca vi algo assim em toda a minha vida.

–Primeiro, eu já te falei pra me chamar de Harumi, e segundo, de onde você veio como pode nunca ter visto um chuveiro? Sabe que mais, vamos dormir eu tenho aula amanhã, disse Harumi muito aborrecida.

Elas voltaram para o quarto e Harumi pegou alguns cobertores e alguns lençóis e os estendeu no chão, ela retirou uma de suas almofadas da sua cama e colocou sobre os lençóis que havia estendido no chão.

–Pronto, dorme aí, disse Harumi se referindo aos lençóis que estendeu no chão.

–Eu vou dormir aí? Questionou Chun franzindo a testa.

–E onde é que você achou que iria dormir? Na minha cama é que não, disse Harumi fazendo gesto para que Chun se levantasse de sua cama.

–Mas tem muitos quartos aqui, disse Chun após se levantar.

–Tem sim, só que nenhum deles é para você, agora dorme logo e não fala mais nada não se esquece que você está na minha casa não tem nenhum direito de reclamar, além disso você entrou aqui como uma intrusa disse Harumi se deitando para dormir.

Inconformada, Chun se deitou para dormir e se cobriu com um cobertor, ela ficou reclamando durante muito tempo, Harumi tão irritada com as reclamações dela que cobriu os seus ouvidos com as mãos mas ainda assim ela ouvia as reclamações de Chun, então ela pegou em sua almofada e cobriu toda a sua cabeça, ela ainda ouvia Chun mas estava ouvindo-a com se ela estivesse murmurando e se sentiu um pouco melhor.

Depois de um bom tempo reclamando, Chun finalmente adormeceu, Harumi tirou a almofada de cima da sua cabeça, apoiou sua cabeça nela e em poucos minutos adormeceu.

No dia seguinte Harumi acordou com o som do despertador, ela o desligou e ouviu a voz de sua irmã mais nova perguntado para alguém quem era e o que estava fazendo em sua casa, ela logo percebeu que a pergunta estava sendo dirigida para Chun quando não a viu dormindo.

Ela se levantou rapidamente e foi até a porta, quando a abriu ela viu Chun e sua irmã mais nova paradas na porta.

–Harumiii, disse sua irmã vindo abraçá-la.

–Annchi! Disse Harumi surpresa em ver sua irmã.

–Harumi, quem é ela? Disse Annchi apontando para Chun.

–Me diga Annchi querida, a mamãe e o papai estão lá na sala? Perguntou Harumi se abaixando na altura de sua irmã de apenas 7 anos.

–Estão sim, mas quem ela? Questionou novamente apontando para Chun.

–Eu prometo que vou te contar mais antes temos que entrar no meu quarto pra ninguém nos ouvir, está bem! Disse Harumi.

Annchi concordou abanando a cabeça, Harumi se levantou e entrando no quarto fez um sinal para que Chun as seguisse, ela entrou e fechou a porta. Harumi se sentou em sua cama e colocou sua irmã em seu colo.

–Agora já pode me dizer que é essa moça? Disse Annchi.

–Está bem, mas não se assuste ok! Disse Harumi.

Annchi concordou com a cabeça e Harumi continuou.

–Ela é uma extraterrestre, disse Harumi apontando para Chun.

–Extraterrestre? Questionaram Chun e Annchi em simultâneo.

–Ebaa, mas o que ela está fazendo aqui? Questionou Annchi.

–Ela é uma extraterrestre do bem e está aqui para salvar o planeta terra, disse Harumi.

–Salvar do quê? Perguntou Annchi.

–Está fazendo muitas perguntas, agora eu tenho que me arrumar e ir para a minha escola está bem! Disse Harumi tirando sua irmã do seu colo.

–Está bem, eu vou para a sala, disse Annchi triste e de cabeça baixa.

Harumi pegou duas toalhas e chamou Chun para irem tomar banho, ela deixou Chun tomar banho na banheira e ela tomou banho no chuveiro.

Voltaram para o quarto e ela tirou um vestido, uma calça e uma blusa enquanto Chun observava o pingente de relógio do seu colar. Harumi mandou Chun vestir o vestido e ela vestiu a calça e a blusa, Chun achou aquela roupa muito estranha mas como não tinha suas roupas consigo ela decidiu vestí-lo.

Harumi pegou dois pares de tênis, um que ela usou e o outro deu para Chun usar, ela amarrou os atacadores do tênis da Chun após ver que ela não sabia como fazê-lo, Harumi pegou os seus materiais e as duas desceram para tomar o café.

Bom dia a todos, disse Harumi descendo as escadas com Chun.

–Bom dia querida, disseram os pais de Harumi em simultâneo.

Os pais de Harumi responderam ao bom dia dela sem olhar para frente, quando seu pai olhou para frente querendo perguntar se ela iria tomar o café ele pegou um susto tão grande que ficou paralisado com cara de quem viu um fantasma e deixou cair o garfo de comida que estava levando para a sua boca.

Harumi estava olhando no celular por isso não viu o olhar de assustado de seu pai, ela e Chun se sentaram lado a lado.

Ao se sentar Chun cumprimentou o pai de Harumi que continuava olhando para ela com o mesmo olhar assustado, a mesa já estava posta, a mãe de Harumi estava na cozinha e quando ela saiu ficou paralisada igual o seu marido e deixou cair no chão a xícara de chá que estava segurando.

Os dois estavam muito espantados e muito admirados, quando Harumi finalmente tirou os olhos do celular e o pousou sobre a mesa notou o olhar espantado dos seus pais direcionados a Chun, apenas Annchi não se surpreendeu com nada pós ela já tinha visto Chun então continuava comendo como se nada fosse.

Percebendo os olhares dos seus pais Harumi decidiu aparentar Chun como sua amiga e disse que Chun veio dormir na casa deles ontem para fazer companhia a ela pós não queria dormir sozinha em casa ainda mais com tanta chuvas, eles finalmente saíram de suas paralisias e tentaram fingir estava tudo bem, quando eles terminaram de tomar café a mãe de Harumi se levantou e chamou o seu marido para irem conversar a sós na cozinha.

–Amor é ela, disse a mãe de Harumi espantada.

–É, eu também percebi, mais quais são as chances de ser apenas uma reencarnação da verdadeira Chun? Questionou o pai de Harumi com um semblante preocupado.

–Nenhumas, é realmente ela você não viu a cicatriz na mão dela? Disse a mãe de Harumi.

–Eu vi sim, mas é que se passaram tantos anos que eu achei que o ritual que fizemos falhou, disse o pai de Harumi.

–Amor, essa é a oportunidade pela qual esperamos por tantos anos, ela é descendente dos primeiros viajantes do tempo o que torna ela uma viajante também e o fato dela estar aqui prova que nós nunca estivemos errados, nós podemos ser promovidos se a capturarmos antes que os outros guardiões percebam que alguém viajou no tempo

–E como vamos fazer isso? Provavelmente ela e a Harumi já descobriram o laço que têm.

–Se elas já tivessem descoberto não acha a Harumi faria perguntas, elas ainda não sabem, vamos fazer assim, você leva elas para a universidade como se nada tivesse acontecido e hoje a noite nós vamos levá-la, disse a mãe de Harumi com muita confiança.

–Está bem

Depois dessa conversa eles voltaram para a sala como se nada tivesse acontecido, o pai de Harumi levou Chun e a sua filha para a universidade e sua mulher levou Annchi para a escola.

Durante todo o caminho o pai de Harumi não conseguia tirar os olhos de Chun, ele a observava através do retrovisor.

"Foi em vão tudo o que os seus pais fizeram para te proteger querida Chun, você veio se trazer sozinha para a boca do lobo, não sabe como eu e e minha mulher ansiávamos por esse dia, desta vez você não nos escapa"

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