Luz no fim do Túnel

Christopher decidiu não ir trabalhar para passar o dia comigo e ir até a casa de minha tia Dulce visitar a minha mãe.

Nem sei o que faria sem ele em minha vida. Desde o primeiro momento ele quis me ajudar, casou comigo apenas por um acordo, somente para me livrar de meu pai, que nem é meu pai na realidade.

Após nosso sexo no banheiro tomamos um banho bem demorado, ele fez questão de lavar cada parte do meu corpo, ele gosta de cuidar de mim e eu amo ser cuidada por ele.

— Vamos querida? –Christopher está vestido uma calça jeans branca, uma blusa social cinza e um sapatênis marrom, muito bonito.

— Só vou prender meus cabelos. –digo prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo.

Também estou usando uma calça jeans só que preta, uma blusa cor de rosa e um tênis branco.

Pego meu celular e coloco dentro da bolsa e finalmente estou pronta.

— Depois você pode retomar suas aulas de direção querida, ou eu posso te ensinar, mas mesmo assim terá que ir pra autoescola para tirar sua carteira de motorista.

— Pode ser amor.

— Você está bem querida?

— Estou sim amor.

— Vamos então?

— Vamos.

Christopher abre a porta do carro para mim e eu entro, depois ele dar a volta e senta no bando do motorista e nós vamos para a casa da minha tia.

Ao chegarmos toco a campainha e minha tia vem abrir a porta para nós dois.

— Mel! –ela diz e me abraça.

— Oi tia.

— Como você está princesa?

— Bem tia, e a senhora?

— Estou bem querida.

— E minha mãe?

— Está bem melhor, acho que nem precisa mais da enfermeira.

— Iremos conversar com a enfermeira e ver o que ela acha. –minha tia assente.

— Oi rapaz.

— Olá senhora.

— Vou fazer um café, podem entrar, sua mãe está no quarto, podem ficar a vontade.

Entramos na casa da minha tia, é uma casa simples, mas muito grande, minha tia é professora aposentada e minha prima também a ajuda financeiramente.

— Com licença. –meu marido diz.

— Fique a vontade rapaz, vou fazer o café. –minha tia vai para o rumo da cozinha.

A casa tem um andar só, mas tem seis quartos, três são suítes e tem mais um banheiro de visitas, tem sala de jantar e sala de estar, cozinha, é uma casa bem espaçosa, meu tio deixou a casa para minha tia, já que minha prima resolveu morar fora.

Meu tio era como meu pai, também não queria que minha tia trabalhasse, mas ela sempre teve voz e estudou e se formou. Ele também não queria que minha prima estudasse, mas minha tia sempre a apoiou.

Minha mãe que sempre cedeu a tudo que o seu marido queria, também ele era violento com ela, na verdade comigo nem tanto, mas ele sempre bateu na minha mãe, ela vivia com medo dele.

Vivemos numa cidade muito antiquada, por aqui ser interior as pessoas se apegam muito à tradições do passado.

— Por que continua morando aqui? –pergunto para o meu marido.

— Aqui é mais tranquilo, se você não sabe eu sou um dos homens mais ricos do país, tenho empresas espalhadas por muitos lugares do mundo, descrição é tudo que eu quero, por que a pergunta?

— Você é muito diferente dos homens daqui.

— Querida eu sei como tratar uma mulher, estudei, me formei, não querendo desmerecer aos homens daqui da cidade, mas a maioria trabalham no campo e são apegados as tradições do passado, meu irmão apesar de trabalhar no campo não é como os homens daqui, pois tivemos instrução, ele está se formando em agronomia, logo assumirá os negócios do meu pai. –ele para por instante e depois volta a falar. — Gostaria de ir embora daqui? Se quiser nós podemos ver isso.

— Não quero, foi só algo que pensei, pois você é diferente de todos daqui.

— Entendi.

— Você me trata muito bem, me deixa livre, posso fazer o que tenho vontade, é muito diferente do que cresci vendo.

— Sempre serei assim querida, nunca lhe trataria mal, você merece tudo que eu faço e muito mais. –eu sorrio.

— Obrigada.

— Não por isso.

Entramos no quarto e minha mãe está deitada na cama, está realmente bem melhor, o rosto não está mais inchado, só tem muitas marcas roxas, tanto no rosto, quanto no corpo.

— Filha!

— Oi mãe. –sento na cama e a abraço. — Como a senhora está se sentindo?

— Estou bem meu amor e você está bem?

— Sim.

— Oi Christopher.

— Olá senhora, vou te esperar na sala querida.

— Tudo bem meu amor. –ele beija minha testa, mas antes que saia minha mãe seguram em sua mão.

— Muito obrigada meu filho, obrigada por tudo que faz pela minha filha e agora por mim.

— Não precisa agradecer senhora, com licença, vou deixá-las à sós. –ele diz e sai do quarto.

— Filha, eu gostaria de te pedir perdão mais uma vez.

— Tudo bem.

— Eu te fiz ter uma vida muito ruim.

— Não, eu sempre tive a senhora, então tudo bem, agora estou muito feliz ao lado do meu marido.

— Tem certeza que não tem mágoa de mim?

— Tenho certeza sim mãe, mas gostaria de saber quem é o meu pai.

— Seu pai é o único homem que amei na vida, namorava com ele escondida do seu avô, mas nós nunca havíamos tido intimidade, pois era prometida a outro, o que você achava ser seu pai, e os tempos eram outros, as mulheres tinham que casar virgens e assim eu fiz, depois que casei continuei encontrando seu verdadeiro pai e acabei engravidando e infelizmente não sabia quem era o seu pai, até que resolvi fazer um DNA depois que você nasceu, peguei uma amostra do seu cabelo e outro do meu marido e deu negativo, então eu soube que o outro era seu pai. –minha mãe chora e eu também. — Meu erro foi guardar esse exame, depois de muitos anos ele achou, agora quando ele me bateu.

— Quem é ele?

— O médico da cidade.

— Doutor Augusto?

— Sim.

— Então, eu tenho irmãos?

— Tem.

— Mãe ele é casado!

— Eu sei, mas ele não era na época em que eu casei, depois que ele casou nós não tivemos mais nada.

— Ele sabe que eu sou filha dele?

— Não, mas sempre desconfiou, é nítido a semelhança que você tem com ele e com seus irmãos, a cor da pele, os olhos, o cabelo.

— Então quer dizer que mentiu para todos nós?

— Infelizmente sim minha filha, me perdoe.

— Eu gostaria de falar com ele, dizer que sou sua filha, mas eu não posso simplesmente chegar e falar isso para ele, ele tem uma esposa, não quero causar problemas para ele.

— Eu posso falar com ele filha.

— Eu acho melhor não.

— Desculpa filha.

— Eu já disse que está tudo bem, mas é estranho descobrir que sua vida inteira foi uma mentira.

— Me perdoa por isso.

— Tudo bem mãe.

— Querida eu amo muito você.

— Eu também te amo mãe.

— Hora do remédio senhora. –a enfermeira entra no quarto e entrega alguns comprimidos para minha mãe e um copo d'água.

— Você acha que ela já consegue ficar sem você? –pergunto para a enfermeira.

— Sim, até ia falar com vocês, hoje é o último dia dos remédios, ela se recuperou bem.

— Então sendo assim agradeço pelos seus serviços e por ter cuidado dela.

— Imagina, eu quem agradeço, até mais dona Katarina. –ela abraça minha mãe.

— Muito obrigada Ju, venha me ver.

— Por nada, com toda certeza eu virei, até mais senhora Adams.

— Até. –ela sai do quarto. — Vou pedir ao Chris para contratar alguém para ajudar vocês duas aqui.

— Não precisa, Dulce e eu nos viramos.

— Pelo menos alguém que venha uma vez na semana para ajudar com a limpeza, essa casa é enorme.

— Muito obrigada filha, a você e ao seu marido.

— Tudo bem mãe. –alguém bate na porta. — Pode entrar.

— Querida terei que ia à empresa assinar uns papéis, se quiser pode vir comigo, senão pode ficar com sua mãe e na volta eu passo por aqui.

— Vá com ele filha, eu estou bem, qualquer coisa eu ligo.

— Tudo bem, até amanhã mãe. –digo e lhe dou um abraço.

— Até meu bem.

Saio do quarto da minha mãe em silêncio, descobrir quem é o meu pai me deixou meio triste, pois achei que poderia procurá-lo para tentar me aproximar, mas ele é casado e não quero que ele tenha problemas com a esposa.

— O que foi baby?

— Já sei quem é meu pai.

— E então?

— Não posso procurá-lo.

— Por que não?

— Porque ele é casado e eu não posso simplesmente chegar e dizer que sou filha dele, talvez isso possa causar algum problema.

— Entendo.

— E eu tenho irmãos, cinco irmãos na verdade, dois irmãos e três irmãs e nem posso me aproximar deles.

— Sinto muito querida.

— Tudo bem.

— Quer que eu te deixe em casa? Você não estar bem.

— Não amor, eu vou com você.

— Certeza?

— Sim.

— Tudo bem.

— Não vai querer café Mel? –minha tia pergunta.

— Não tia, obrigada, mas nós precisamos ir.

— Mas já?

— Sim, Chris precisa ir na empresa, amanhã eu volto.

— Tudo bem, até amanhã então Mel.

— Até tia. –lhe dou um abraço.

Não sei o que é pior, acreditar a vida inteira que um homem ruim é o seu pai, ou descobrir que na verdade seu verdadeiro pai é um homem muito bom, mas que você não pode se aproximar dele.

Minha vida virou de ponta à cabeça, a única coisa boa nisso tudo foi ter me casado com Christopher, ele é minha luz no fim do túnel.

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Comments

Mônica Melchior Costa

Mônica Melchior Costa

Ainda é por causa da palavra querida? Quem transformou ela em falsa são as pessoas pq na realidade ser chamada de querida é lindo e dependendo de quem nos chama é muito bom, e ser querida pra alguém é muito bom e nessa história graças à Deus só tinha um ruim até agora e está preso.

2024-02-18

94

Ana Lúcia De Oliveira

Ana Lúcia De Oliveira

linda história!

2024-04-28

1

Carleuza Almeida

Carleuza Almeida

Queria Chris chamando a Mel de amor, não que os outros apelidos dele não seja carinhoso 🤔 mais queria ele chamando amor igual ela chama ele😍😍💓

2024-04-04

2

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