Ele não é tão ruim assim!

Seguimos para dentro de casa e eu o levo para a sala de jantar onde todos nos esperam. Christopher puxa a cadeira para que eu me sente e ele senta ao meu lado.

Meu pai nos olha e sorri, a raiva que estava sentindo do meu pai está menor, porque se não fosse ele me arrumar esse casamento eu nunca iria poder sair dessa casa e ir estudar.

E no final das contas Christopher nem é tão ruim assim, ele vai me dar a oportunidade de estudar. Terei que ir para cama com ele, mas pelo menos vou poder seguir meus sonhos sem ter que me preocupar com o que meu pai vai achar.

E também não ficarei casada com ele para sempre, terei a chance de me apaixonar e casar com alguém que eu ame de verdade.

— O que achou da minha filha Christopher? –meu pai pergunta. — Ela é linda não é? –me sinto mal, pois meu pai está me tratando como se eu fosse uma mercadoria.

Christopher parece que se incomoda com a pergunta do meu pai.

— Sim, sua filha é linda, mas além disso é inteligente, ela não estuda? –meu pai franze o cenho e encara Christopher.

— Claro que não, ela precisa se casar e o marido cuidar dela, assim como eu fiz com a mãe dela, seu pai fez com sua mãe.

— São outros tempos. — Christopher diz.

— Mas a tradição continua, se você não for cuidar da minha filha como ela merece eu receio que essa união vai dar certo. –meu coração acelera com a possibilidade de cancelarem o noivado.

E isso é meio irônico, pois eu não queria casar com ele e agora tudo que eu mais quero é que nos casamos o mais rápido possível para eu ir embora daqui.

— Não, de forma alguma, eu vou cuidar muito bem da sua filha, pode ficar tranquilo.

— Ótimo. — Christopher pisca para mim e eu sorrio.

Terminamos o jantar e depois servem um café, Christopher olha para mim e lambe os lábios, reviro os olhos, pois sei que há segundas intenções nisso, mas eu terei que aceitar que ele me faça dele na cama, pois esse é o preço que terei que pagar para sair dessa casa.

— E então pra quando vai ser o casamento? –o pai de Christopher pergunta.

— Acho que conseguimos organizar tudo em um mês. –meu pai diz. — Tudo certo pra você Christopher?

— Para mim sim, e para você Melissa? — eu o olho surpresa, nunca tive voz para decidir nada em minha vida.

— Ela não precisa opinar sobre isso, quem vai organizar tudo é a mãe dela, vai ser em um mês. — Christopher olha para ele com cara de poucos amigos.

É, realmente ele não é tão ruim assim!

— Ok. — Christopher responde sério.

— Então, em um mês, nos vemos de novo para o casamento. –meu pai diz.

— Ótimo, estou muito feliz por unir nossas famílias. –o pai de Christopher diz e aperta a mão do meu pai. — Se me dão licença, minha esposa e eu já vamos indo, muito obrigado por nos receber.

— A casa é sua, meu amigo. –meu pai diz e os dois se abraçam.

Minha mãe se despede da madrasta de Christopher e depois os dois se despedem de mim e vão embora.

Christopher ainda fica um pouco mais conversando com meu pai.

Minha mãe senta ao meu lado e passa a mão em meus cabelos e me olha com compaixão. Ela sabe que isso não é o que eu queria, pois foi o que eu falei, mas depois de conhecer e falar com Christopher mudei de ideia, ele vai me dar a oportunidade de realizar meu grande sonho.

— Bom, foi um prazer conhecê-los, mas preciso ir, pois acordo muito cedo amanhã para trabalhar. –ele aperta as mãos dos meus pais.

— Acompanhe seu noivo até lá fora Melissa. –meu pai manda.

Levanto e Christopher me segue, sinto meu corpo tensionado.

— Bom, te vejo em um mês. –ele diz.

— Sim.

— Gostaria de ter te conhecido em outra ocasião. –ele diz.

— Talvez não tivesse olhado para mim, eu sou muito nova para você.

— Você é mesmo, uma menina, mas com certeza não passaria despercebida.

— E porque não?

— Você é muito bonita, e meus olhos gostam do que é bonito.

— Sou tão bonita assim?

— Você é, e sabe de uma coisa?

— O quê?

— Eu passei a noite pensando no que você esconde debaixo desse vestido. –ele diz e minha respiração fica ofegante.

— Não escondo nada! Tenho o que qualquer mulher tem, nada que você já não tenha visto antes. –ele sorri.

— Sim, vi, muitas vezes, mas nunca vi você. — ele se aproxima e eu dou um passo para trás.

— E nem vai ver!

— Hoje não, mas quando nos casarmos, aí sim, eu vou querer ver tudo e provar também. –ele dá um selinho em meus lábios e entra no carro.

Meu coração bate acelerado e tenho sensações estranhas, algo que nunca senti antes, sinto minhas bochechas queimando.

Entro correndo, e subo apressada para o meu quarto fechando a porta em seguida.

Me desarrumo, tomo um banho gelado, visto meu pijama e deito para dormir.

A noite de hoje foi estranha.

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