Cap.18

[...]

Os pássaros ainda estavam nos seus ninhos quando Amara saiu pela porta da pequena cabana rumo ao Clã dos Vampiros,ela acenou para Violet que a observava parada ao pé da porta. Ela partiu levando em seu coração, diversas dúvidas sobre seu futuro que se apresentava a ela de forma incerta.

Violet acenou para a garota, e sentiu-se impotente, pois sabia que o destino ainda reservava inúmeras surpresas para a jovem garota, mas ela não tinha permissão de intervir, afinal, Amara era como um rio, que precisava seguir o seu percurso de forma natural.

[...]

Amara admirou a beleza da floresta, assim como contemplou o nascer do sol, os seus raios davam um toque especial ao cenário, e no momento em que o sol tocou a sua pele, ela se sentiu aquecida tanto por dentro, quanto por fora.

Ela ainda estava se habituando a suas novas habilidades, ela ficou impressionada com o quão aguçada havia se tornado a sua audição, ela podia escutar até mesmo as gotas de orvalho escorrendo pelas folhas, até tocarem o chão. Ela sentiu-se preocupada, e temia que o seu desejo por sangue, viesse um dia se tornar incontrolável.

Depois de muito caminhar, ela finalmente chegou ao vasto vale que dívida o território dos lobisomens e o Clã dos vampiros, ela sabia que assim que cruzasse o outro lado, seria um caminho sem volta, ela não pôde deixar de olhar para trás e sentir uma pontada de tristeza, afinal ela estava a deixar seu amado pai e as suas amigas para trás.

Assim que Amara deu os primeiros passos para atravessar o vale, ela sentiu que não estava mais sozinha, um silvo ecoou do seu peito, e ela pôde sentir o perigo se aproximar. O seu lado vampiro emergiu e ela colocou-se em alerta. Em questão de segundos um enorme lobo, de longos pelos cinzentos pulou na sua direção, ele desferiu um ataque, mas Amara se esquivou habilmente. Quando ela se perguntou se conseguiria derrotar o enorme lobo, mais três lobos surgiram e a encurralaram.

Ela sentiu o medo invadir o seu peito, e quando ela pressentiu que tudo estava perdido uma, voz ecoou na sua cabeça.

— Ordene-lhes que se afastem.

Amara se sentiu confusa, ela não sabia ao certo como fazer isso. E em um momento de distração um segundo lobo desferiu outro ataque, as garras do animal rasgaram a sua pele.E um grito de dor saiu da sua garganta, ao ver que seu braço havia sido ferido por lobisomens que certamente haviam sido enviados por Brandon, fez com que o medo que antes existia em seu peito, desse lugar a um ódio mortal, e no momento em que o terceiro lobo tentou desferir outro ataque, uma voz de comando saiu por entre seus lábios.

— Afastem-se. -Ordenou Amara com uma voz gélida, capaz de dilacerar a alma de qualquer criatura.

Em resposta, todos os lobos afastaram-se, mas mantiveram os seus olhos fixos nela.

Ao notar a atitude dos lobos, Amara se concentrou, e deu-lhes uma segunda ordem.

— Voltem ao seu Alfa, e não ousem olhar para trás.

E assim os lobos fizeram, caminharam os quatro lado a lado de volta ao castelo Real, e Amara pôde finalmente continuar o seu caminho.

[...]

Era noite quando ela chegou numa grande comunidade de vampiros, as ruas eram estreitas e iluminadas, as casas possuíam um estilo vitoriano, era um local completamente diferente do que ela tinha imaginado. Os poucos transeuntes que caminhavam pelas ruas, olhavam para ela de forma hostil, Amara não se sentiu intimidada ou desconfortável, pois sabia que para eles, ela não passava de uma estranha forasteira. Ela continuou a andar e a observar o lugar a sua volta com extrema curiosidade, enquanto ela caminhava um vampiro de aparência sinistra, atravessou seu caminho bloqueando a sua passagem. Amara estreitou os olhos e analisou o homem dos pés a cabeça, ele trajava roupas escuras, um par de coturnos pretos e surrados, e um longo sobretudo preto na altura dos tornozelos, e para dar um ar ainda mais sinistro ao homem, ele trazia em sua cabeça um chapéu velho que cobria boa parte do seu rosto. Ele caminhou em direção a garota e começou proferir algumas palavras.

— O quê faz uma jovem moça como a senhorita, perambular sozinha nessa comunidade?

— Estou a procura de Vicent Moriarty.

Respondeu Amara sem rodeios.

— Ow, sim.Todos estão sempre a sua procura. Respondeu o homem em tom de zombaria.

— Tenho assuntos a tratar com ele, se você puder fazer-me a gentileza de dizer-me como encontra-lo, me sentiria imensamente agradecida.

— Eu levo você até ele, em troca desse colar em seu pescoço. Sugeriu o homem com uma malícia na voz.

Amara não pôde deixar de sorrir ao ouvir o pedido ousado do homem, e tendo notado que ele não a levaria de bom grado, sua única saída era obriga-lo.

— Eu tenho uma idéia melhor, você vai me levar ao Vicent Moriarty, e eu vou continuar com o meu colar.

— Você é mesmo uma tola se pensas mesmo que irei fazer isso.

Assim que o vampiro cuspiu suas palavras, Amara se concentrou ao máximo para esvaziar a sua mente, e quando ela sentiu que estava pronta ela ditou sua ordem.

— Eu ordeno que você me leve, a Vicent Moriarty imediatamente.

Nesse momento o homem assumiu uma postura ereta, e assentiu a sua ordem de maneira submissa.

— Por favor, senhorita, me siga, não estamos muito longe do castelo do meu mestre.

[...]

Assim como o homem havia informado, eles de fato não estavam longe do castelo, porém o mesmo estava localizado no final de uma colina, e a caminhada até lá não era algo fácil. A estrada era ingrime e composta por várias rochas e pedras, enquanto o homem á sua frente caminhava com grande facilidade, a garota não estava tendo a mesma sorte, pois já havia tropeçado em várias pedras.

Quando eles finalmente se aproximaram do castelo, Amara não pôde deixar de admirar sua exterior, seus muros eram de pedras e extremamente altos, e no centro havia um enorme portão de ferro que dava ao lugar uma aparência misteriosa e sombria.

Amara não pôde deixar de se sentir emotiva, afinal, ela estava diante do lugar que por muitos anos, foi o lar da sua mãe Katherine.

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