Cap. 10

...Amara Follen...

Enquanto Kyra e sua mãe preparavam ao que parecia ser um ritual, o nervosismo começou a se apoderar do meu interior, um círculo de velas era montado cuidadosamente ao redor de uma cama elevada, um livro antigo foi aberto e Kyra se preparava para proferir alguma Magia.

— Amara, deite se na cama e feche os olhos, não abra por nenhuma circunstância.

— Certo.

— Kyra, comece o encanto.

Assim que Kyra começou a pronunciar algumas palavras indecifráveis, senti a mão da sua mãe sobre o meu peito, senti a minha mente devagar em uma escuridão profunda, me senti estranhamente sonolenta e acabei adormecendo, quando acordei notei que estava deitada sobre a neve numa estrada estreita no meio do bosque escuro, me senti confusa pois a minha última recordação era de eu estar na cabana, quando me levantei da neve gelada, minhas pernas falharam, só então percebi que eu não possuía mais a forma humana, eu havia me transformado em um lindo lobo branco, me sentei tão feliz que corri por todo o bosque até a exaustão me tomar, parei em frente a um vasto largo para tomar água, e contemplei meu reflexo na água, eu era um lindo lobo branco de olhos vermelhos, em um piscar de olhos tudo ao meu redor começou a desmoronar, uma avalanche de neve começou a deslizar em minha direção, corri o mais rápido que pude com minhas patas para salvar minha vida, o som da destruição ao meu redor se tornou cada vez mais ensurdecedor, uma porta vermelha surgiu em minha frente, assim que empurrei meu focinho para abri-la, me vi de volta a cabana.

A mãe da Kyra me olhava como horror nos olhos e lágrimas no rosto, ela estava visivelmente abalada e o que ela me disse a seguir me deixou completamente confusa.

— Eu sinto muito criança, eu não tenho permissão para ajudar, por favor não volte mais aqui.

— Mãe?

— Kyra, leve ela embora.

— Sim, vamos Amara.

— Me desculpe senhora, se de alguma forma lhe causei alguma dor.

Enquato Kyra e eu caminhava até a estrada, ela não me perguntou sobre o que eu poderia ter visto e nem eu ousei falar, somente quando o táxi encostou, ela quebrou o silêncio.

— Amara, eu sinto muito, peço desculpas em nome da minha mãe, ela nunca havia agido dessa maneira.

— Tudo bem, não se preocupe com isso, te vejo na academia.

[...]

...Kyra...

— Mãe, por que você agiu de maneira tão rude com a Amara e proibiu ela de retornar?

Eu imaginei que o nosso dever como bruxa, era ajudar aqueles que precisam.

— Kyra, você tem que me prometer que nunca mais fará nada para ajudar essa garota.

— Eu não vou prometer nada, ela é uma garota legal que se tornou uma grande amiga, nunca me menosprezou por eu ser uma bruxa, sei que se eu estivesse em uma situação parecida, ela não recusaria me ajudar.

— Kyra, somente prometa. Exigiu a mulher segurando a filha pelos braços.

— Eu prometo, desde que você me revele o motivo.

— Kyraa, bufou a mulher.

Conhecendo a filha, ela acabou se vendo sem saída, e sentiu que acabaria tendo que revelar o motivo.

— Kyra, eu não sei o motivo, mas essa garota carrega dentro de si, o antigo selo, ele é capaz de aprisionar a alma de qualquer ser dentro de si, é por esse motivo que ele não consegue se transformar, a sua alma de lobo está aprisionada.

— Mas isso é magia de segue, é proibida dentro do clã das bruxas, quem poderia ter feito isso com ela?

— Eu senti a magia da sua avô Kyra.

— Você está dizendo que foi a vovô que fez isso com a Amara?

— Sim, tenho certeza de que foi ela, assim como tenho certeza que foi isso que lhe custou a vida.

Mas tem algo mais forte que me intriga nisso tudo.

— O que lhe intriga mamãe?

— Posso estar enganada, mas por um breve momento, tive a sensação de que existia algo a mais aprisionado com o lobo dessa garota,e é por esse motivo que não devemos interferir, devemos permitir que ela encontre o seu caminho sozinha, se interferimos podemos ser castigadas pela Deusa da Lua.

...Brandon Scott...

— Posso saber onde você estava que está chegando somente a essa hora Amara?

— Alfa Brandon, Boa noite!

Eu estava na casa de uma amiga.

— Tem noção de que horas são agora para estar por aí sozinha?

— Me desculpe, eu realmente acabei perdendo a hora.

— Eu ainda não jantei, me faça companhia durante o jantar.

— Mas eu não estou com fome, e alguém pode nos ver e interpretar as coisas de uma maneira errada.

— Todos já estão dormindo a essa hora, e isso não foi um pedido, foi uma ordem.

— Ow claro ALFA.

Amara se sentiu tão irritada com o pedido de Brandon que saiu pisando alto em direção a cozinha, mal sabia ela que Brandon estava se sentindo satisfeito por vê-la irritada dessa forma, ele estava a procurar uma maneira de castiga-la por ela ter chegado tarde, e fazê-lo se sentir preocupado por não saber do seu paradeiro.

— Me sirva o jantar e sente-se ao meu lado.

— Sim, ALFA. Respondeu Amara de maneira zangada.

Esse idiota, só por ser Alfa se sente no direito de me fazer sua criada. Murmurou Amara baixinho, se esquecendo que Brandon tinha uma audição aguçada e tinha acabado de ouvir o que ela havia dito, um sorriso de escárnio se formou em seus lábios, agora ele se sentia ainda mais satisfeito por irrita-la.

— Tem certeza que não quer um pouco?

— Já disse que não estou com fome.

Depois de um jantar que parecia ter levado uma eternidade, Amara foi organizar a cozinha e lavar a louça que havia sujado, ela se assustou quando um forte par de braços cruzaram a sua cintura, o aroma amadeirado a embriagou, fazendo com ela paralisasse seus movimentos, seu coração acelerou no peito, sua respiração se tornou ofegante, um arrepio percorreu seu corpo no instante em que Brandon roçou o nariz em seu pescoço, ele a virou de forma brusca a obrigado ficar de frete para ele, e antes mesmo que Amara pudesse protestar algo, ele agarrou sua nuca e a trouxe para um beijo feroz e exigente, depois de muito tentar resistir, ela acabou se entregando aquele beijo que foi se tornando mais leve e apaixonado, quando ambos já estavam ofegando por ar, Brandon a soltou e saiu da cozinha, deixando Amara com um enorme ponto de interrogação estampado no rosto.

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