Cap.16

...Kyra Merson...

Na cabana no alto da colina Kyra observava a lua pela janela do seu quarto, ela franziu a a testa no instante em que aquele enorme satélite natural, adquiriu um tom vermelho sangue, ela sentiu uma vibração que fez com que um calafrio percorresse por toda a sua espinha, ela nunca viu um fenômeno como esse antes, então foi atrás de respostas, e a única pessoa que seria capaz de responder suas perguntas, era Ravena, sua mãe.

— Mamãe você sentiu isso? Perguntou Kyra com um semblante preocupado.

Ravena respirou com pesar, e assentiu de forma positiva para a filha curiosa em sua frente.

— Por que a Lua está vermelha?

— É uma lua de sangue, a última vez que a Lua ficou assim, já faz mais de mil anos.

— O que isso significa?

— Significa que a sorte foi lançada, as peças do tabuleiro começaram a se mover, e aquela que conseguirá mudar o destino da humanidade começou a sua jornada.

— Mamãe, eu não estou a entender nada.

A senhora só está-me deixando ainda mais confusa. O que foi aquela vibração? Eu pude sentir uma forte magia no ar.

— O antigo selo sagrado sofreu uma ruptura, e um ser poderoso foi libertado.

Amara Follen, finalmente começou sua jornada.

Que a Deusa da Lua guie os passo dela.

[...]

A névoa pairava pela floresta, dando-lhe um ar sombrio, o ar estava ainda mais gélido do que o de costume, os animais noturnos estavam em total silêncio, tudo estava tão quieto e vazio, que Amara sentiu como se estivesse a caminhar dentro da sua própria alma.

Ela podia sentir a presença de um novo ser habitando no seu interior. Ela tinha tantas dúvidas sem repostas,ela não entendia por que de um minuto para o outro ela havia adquirido a alma de um vampiro, ela passou a vida inteira acreditando que era uma simples ômega sem sua loba, mas agora sua vida havia se tornado um caos, ela chegou a conclusão que, a sua vida não passava de uma grande mentira, ela precisava de respostas e foi atrás da úncia pessoa que poderia lhe dar.

Ela esgueirou-se até a fronteira da alcatéia pois sabia que seu pai estaria de patrulha, e assim que ela o avistou sozinho, caminhou em sua direção.

— Papai?

Lian ficou em total estado de choque quando olhou para sua filha, ele não acreditava no que estava diante dos seus olhos, então ele pegou a filha pelo pulso e a levou para um ponto mais afastado, evitando assim,chamar a atenção de alguém. Seu coração se afundou ao ver o estado desolado da garota, ele soube naquele instante que o momento da verdade havia chegado.

— Papai? Por favor, olhe no fundo dos meus olhos e me diga, por que eu não sou como você e a mamãe? Questionou Amara como uma voz embargada.

— Amara...

Lian respirou fundo analisando a garota a sua frente, ele notou como seus traços haviam mudado assumindo uma forma vampiresca, seus olhos vermelhos eram tão intensos que seriam capazes de perfurar a alma de alguém, e com extremo pesar ele revelou a filha, algo que ele guardou em segredo em seu coração.

—Filha, eu só quero que saiba que, independente de qualquer coisa, você sempre será a minha filha.

— Eu não sou sua filha não é mesmo? Só me responda como? Como eu vim parar em uma alcatéia de lobisomens?

— Eu não sei explicar como isso aconteceu, eu só sei que você foi deixada na porta da nossa atinga casa. Eu me lembro desse dia como se fosse hoje. Era uma noite fria e eu voltava do castelo, quando cheguei á porta, havia uma pequena cesta, e você estava lá dentro, você era tão pequena e indefesa. Sua mãe havia perdido o bebê no parto, ela ainda estava se recuperando quando você chegou, nós acreditamos que a Deusa da Lua havia nos enviado você para compensar toda nossa dor, então nós te criamos como se fosse a nossa verdadeira filha. A única lembrança que foi deixada com você pela sua antiga família, foi esse colar em seu pescoço, a sua mãe guardou durante todos esses anos, e antes dela morrer em meus braços durante a batalha contra os vampiros,ela me fez prometer que entregaria o colar a você. Essa é toda a história.

Amara ouviu atentamente cada palavra pronunciada por seu pai, ela sentiu como se a terra tivesse se partido e ela estivesse em queda livre, toda a sua vida era uma mentira, a sua origem era uma mentira assim como toda a sua família perfeita.

— Filha, eu juro, eu não sabia que você pertencia ao clã dos vampiros.

— Se você soubesse, teria me amado?

— Meu amor por você, vai muito além das suas origens. Respondeu Lian, depositando um beijo na testa da filha

— Responda-me, alguém viu você assim?

—Sim, o alfa Brandon.

— Você precisa partir, a essa altura todos já devem estar a sua procura, eu não tenho as respostas que você busca, mas talvez você possa encontrar elas, no clã dos vampiros.

Agora vá, antes que seja tarde demais.

Amara se despediu do seu pai,e partiu rumo ao clã dos vampiros.

...Brandon Soctt...

Brandon ainda tentava processando tudo o que havia acontecido em alguns momentos atrás, a figura vampiresca de Amara não saia da sua cabeça, ele sentiu-se usado e engando por ela ter omitido esse fato dele, ele estava tendo dificuldades para entender como era possível que seu elo de companheiro estivesse ligado a uma criatura de outra espécie.

Ele ordenou secretamente que Linkon e alguns outros lobisomens da sua confiança fossem a caça de Amara, assim como ordenou a prisão de Lian com a acusação de conspirar com os vampiros.

[...]

...Amara Follen...

Já havia três dias que Amara havia se despedido do seu pai, ela vagava pela floresta se sentindo exausta e faminta, o seu corpo estava fraco, a sua mente estava um completo caos. Depois de tanto andar, seu corpo havia chegado ao seu limite, seus pés tornaram-se pesados,e tudo ao seu redor começou a girar, as suas pálpebras tornaram- se pesadas e tudo a sua volta escureceu.

Ao abrir os olhos com um pouco de dificuldade, ela analisou o lugar em que estava, era uma cabana de interior rústico e simples, a lenha queimava na lareira, havia uma pequena mesa redonda com quatro cadeiras no canto afastado da pequena cabana, em outro ponto havia um pequeno fogão antigo, e mais ao lado uma segunda cama de solteiro, tudo estava devidamente limpo e organizado, o lugar exalava um delicioso aroma de alfazema. Enquanto ela observava todo o local, o ranger das dobradiças da pequena porta de madeira chamaram-lhe a atenção, a figura de uma mulher de longos cabelos prateados que caiam em cascata em suas costas, adentrou o local .Amara não conseguia decifrar a idade da mulher de boa aparência, mas pôde sentir a magia que emanava dela.

— Finalmente você acordou criança, não tenha medo, não irei te fazer nenhum mal.

Falou a mulher ao notar o olhar desconfiando da garota.

— Onde eu estou? E Quem é a senhora?

— Estamos em um local oculto para os olhos de qualquer criatura.

E quem eu sou? Bom, alguns me chamavam de bruxa ancestral, mas meu nome é Violet.

Amara arregalou os olhos em surpresa e constatou que aquela mulher a sua frente era a avó de Kyra, que todos imaginavam estar morta.

— Eu imaginei que você estivesse morta, a sua família acredita que você está morta, assim como todo mundo.

— É, eu sei, isso foi algo necessário. Respondeu Violet sem nenhum remorso.

Ja faz tempo desde a última vez que nos vimos, pra ser exata, isso já faz vinte anos.

— A senhora me conhece?

— Claro, foi em quem ajudou a sua mãe a te trazer a esse mundo.

Eu sempre me perguntei se um dia iríamos nos reencontrar.

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