Capítulo 2

—Bom dia, Sra. Peters — eles apertaram as mãos.

—Bom dia. Tanto tempo sem vê-lo, Sr. Jasper. Não pensei que viria ao nosso encontro, já que da última vez tivemos aquele mal-entendido.

—Não tinha planejado comparecer, mas queria mostrar à minha assistente como as coisas são feitas — seu tom foi tão cortante e indiferente que me surpreendeu.

Keyla sorriu com os dentes de trás. Esse homem pode xingar qualquer um como se nada estivesse acontecendo, e ninguém diz ou faz nada.

—Essa é Nichole, minha nova assistente.

—Um prazer. É estranho ver alguém como você por aqui — ela sorriu hipocritamente e pude perceber isso facilmente.

—E como ela é? — perguntou Jasper, esperando sua resposta.

—Diferente — ela olhou para Jasper e ele ficou sério.

—Claro que ela é diferente, não seria inteligente se ela fosse igual à Karina.

—Por que sempre chegamos a esse ponto, Sr. Jasper?

—Porque, graças a você, aquela mulher tentou me drogar.

—Isso não é verdade.

—Não me importa se é verdade ou não, só sei que não tenho interesse em mencionar aquela mulher novamente. Agora peço que voltemos para o assunto do trabalho, está incomodando a minha assistente — ela me olhou e sorriu novamente.

—Desculpe, Srta. Nichole — sua desculpa foi claramente forçada.

Me sentia fora do lugar, especialmente com aquela troca de palavras. Acho que dava para perceber o quanto eu me sentia desconfortável. Caminhamos pelos corredores e paramos para olhar as mesmas mulheres com as quais Jasper havia conversado alguns minutos atrás. Ele as olhou fixamente, e Keyla também.

—Algo me diz que a Norma está aprontando. Está avaliando a dieta delas? — perguntou Jasper.

—Sim, está tudo em ordem com ela.

—Srta. Nichole, quero que vá lá atrás com as meninas quando terminarem para pesá-las. Você anotará o peso de cada uma delas e o escreverá no bloco de notas, depois me trará.

—Sim, Sr. Jasper.

—Não faça riscos no bloco de notas — não entendia o motivo pelo qual ele pediu isso, mas concordei de qualquer forma.

Enquanto Jasper conversava com Keyla, uma mulher alta, pele branca, cabelos ondulados e loiros se aproximou dele.

—Que surpresa! Não pensei que estaria por aqui, mãe.

—O mesmo digo. O que está fazendo aqui em um dia como este? — perguntou sua mãe.

—Estou aqui com a Srta. Nichole, minha nova assistente — ele me olhou para que me aproximasse e parei ao seu lado.

—Um prazer conhecê-la, senhora — falei gentilmente.

Ela ficou em silêncio e me olhou de cima a baixo. Pude perceber por sua expressão que não fui de seu agrado.

—Ela é Cindy, minha querida e amável mãe — disse Jasper.

Seu tom sarcástico foi perceptível rapidamente. Eu me senti tão desconfortável que não sabia onde enfiar minha cara.

—Vá com as meninas, eu já a encontrarei — ele me ordenou.

—Sim, Sr. Jasper.

Fui para trás do corredor e havia duas meninas esperando.

—E o que você está fazendo aqui? — perguntou a loira de olhos azuis.

—Vim por ordem do Sr. Jasper. Devo pesá-las. Podemos começar com vocês?

—É estranho deixarem qualquer um entrar nesta área.

Vi a balança e parei ao lado, claramente ignorando seu comentário.

—Ordens são ordens. Podemos começar? — ignorei a provocação das duas e continuei.

Jasper

—Você pode me dizer, que porcaria está acontecendo com você, mãe? Não lhe ensinaram a ser educada?

—Cuidado com a forma como me fala, Jasper.

—Se você ainda está chateada com o que aconteceu com a Karina, esse não é o meu problema, mas pelo menos não desconte na minha assistente.

—É assim que você chama isso de assistente? Karina era a mulher adequada para ser sua assistente. Ela tinha as qualidades necessárias, tanto físicas quanto profissionais.

—Claro, e ela tentou me drogar por algum motivo. Bravo! Que assistente perfeita! Não me faça repetir duas vezes, não gosto que desconte nos outros por causa da sua estúpida maneira de pensar — ele levantou a mão para me dar um tapa e eu segurei no ar —. O tempo de me bater acabou muitos anos atrás, então abaixe essa mão e não tente novamente ou eu não respondo.

—Você está muito arrogante desde que se tornou isso que tenho na minha frente.

—Goste ou não, isso é o que eu sou.

—Quero que você consiga outra assistente. Se não quiser a Karina, tudo bem, mas pelo menos não deixe muito o que falar contratando uma mulher como aquela.

—Aquela mulher tem nome e eu achei que tinha te dito. Além disso, isso deve ser meu problema, não o seu. Vou dizer apenas uma vez; não interfira nos meus assuntos, mãe.

Nichole

—Você é muito desajeitada para ser assistente. Você já fez isso antes? — perguntou a loira de olhos azuis.

—Não é tão complicado anotar o peso.

—Não acho que você se pese com frequência, estaria arriscando a quebrar a balança — as garotas riram e eu não pude evitar sorrir.

—Graças a Deus, só pesa a gordura, porque se pesasse o botox e a silicone, acho que você também estaria com sobrepeso.

—Ouviu isso, Raiza? — as garotas zombaram dela e, furiosa, ela me empurrou.

—E quem você pensa que é? Acha que só porque é a assistente do Jasper pode fazer o que bem entender aqui? Está no lugar errado, baleia.

Não posso perder a paciência ou posso perder meu emprego. Tentei ignorá-la o máximo que pude.

—Diga o que quiser, mulher. Agora suba para se pesar, não tenho o dia todo.

Ela me olhou mal e subiu na balança. Ignorei sua atitude e continuei fazendo minhas coisas. Ao terminar com todas elas, me despedi e desci as escadas da passarela, quando senti que me empurraram com força por trás e caí no chão. Graças a Deus foi no último degrau, caso contrário, teria me machucado muito mais. Machuquei um pouco o tornozelo, mas foi por causa dos saltos. Só eu mesmo para usar isso para trabalhar. Olhei na direção das escadas e três delas estavam de braços cruzados olhando para mim. Tentei alcançar meu caderno de anotações e a caneta, quando Jasper o pegou para mim.

—O que está acontecendo aqui? O que você está fazendo no chão? — tentei me levantar e ele estendeu a mão para me ajudar.

—Tropecei, Sr. Jasper. Sinto muito por tê-lo visto neste momento tão vergonhoso. Não estou com problemas agora, é melhor deixar as coisas assim.

—E eu acredito em Papai Noel — comentou sarcástico, e fixou seus olhos nas garotas que estavam nas escadas —. Venha comigo.

Peguei minha bolsa e segui Jasper para subir as escadas novamente. Meu tornozelo estava incomodando para subir na mesma velocidade que ele. Depois de alcançá-lo, parei ao seu lado e ele as fez ficarem em fila.

—Quem fez isso? — perguntou em um tom firme e irritado. Até eu senti calafrios ao ouvi-lo falar assim.

Elas se olharam e ele caminhou lentamente olhando para cada uma.

—Parece que nenhuma quer falar. Já que querem brincar, permitam que eu também participe. Vocês vão para fora e darão 50 voltas ao redor do centro de convenções de salto alto e correndo. Mexam essas bundas agora! — ordenou.

Isso é muito drástico e cruel. Eu não sabia o que dizer porque, apesar de ter visto aquelas três nas escadas, não tinha certeza de quem tinha sido, e não podia culpar a tal Raiza, já que ela não estava entre aquelas três.

—Eu também estou incluída nessa punição? — perguntei nervosa.

—Você quer correr também?

—Não, mas se eu tiver que fazer, eu faço.

Ele sorriu e balançou a cabeça.

—Não me esconda as coisas que acontecerem com você. Não gosto de segredos. Vou deixar passar só por hoje, certo?

—Desculpe, não acontecerá de novo, Sr. Jasper.

—Vamos lá para fora. Tenho que ter certeza de que elas vão fazer.

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